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RiSAF - RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR ABR./24
Risco da Seca na Agricultura Familiar
SEVERIDADE DA SECA PARA AGRICULTURA
De acordo com o calendário de plantio da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) para as culturas de feijão e milho, vinte estados encontram-se com calendário de plantio vigente (Figura 1).
As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção, por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período que ocorre o déficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
Assim, referente ao mês de abril, a região Sudeste apresentou 3 municípios com condição de seca extrema, sendo todos eles no estado de São Paulo; 269 municípios com condição severa, 106 em Minas Gerais, 150 em São Paulo, 9 no Espírito Santo e 4 no Rio de Janeiro; e por fim 825 com condição de seca moderada, sendo, 447 no estado de Minas Gerais e 289 no estado de São Paulo.
Na região Centro-Oeste, apenas o estado de Goiás estava com calendário vigente para plantio feijão ou milho, 2 municípios apresentaram condição de seca severa em abril, e outros 139 municípios apresentaram condição de seca moderada.
Na região Norte, por sua vez, 5 municípios apresentaram condição de severa, distribuídos nos estados do Amazonas (2), Pará (2) e Roraima (1). Outros 163 municípios com condição de seca moderada, sendo a maior parte deles nos estados do Tocantins (46), Pará (45) e Amazonas (41).
Na região Nordeste, apenas 6 municípios apresentaram condição de seca moderada para o mês de abril, 5 em Sergipe e 1 no Ceará.
Por fim, em relação à região Sul, apenas o Paraná estava com calendário vigente para plantio e apresentou 13 municípios com condição de seca moderada.
O monitoramento da severidade da seca no contexto da agricultura familiar é realizado por meio do Índice Integrado de Seca (IIS), tal índice combina informações sobre o déficit de precipitação na escala de um mês (SPI1), umidade do solo (anomalia da umidade do solo considerando um metro de profundidade) e o índice de saúde da vegetação (VHI), que combina dados de temperatura e condição do vigor vegetativo. A partir do IIS é possível inferir áreas com maior potencial de impactos em razão da seca. As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção, por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período do deficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
As Figuras 2, 3 e 4 mostram, respectivamente, o risco de seca para o plantio realizado nos meses de abril/24, março/24 e fevereiro/24. Para o plantio realizado no mês de abril (Figura 2), 1 município, na região Norte (AM), apresentou risco muito alto e outros 81 municípios apresentaram risco alto em relação a seca, 40 na região Norte, 36 na região Sudeste, 4 na região Centro-Oeste e 1 na região Nordeste. Outros 422 municípios apresentaram risco moderado, 355 na região Sudeste, 50 na região Norte, 4 na região Centro-Oeste, 5 na região Sul e 2 na região Nordeste.
Considerando o plantio em março (Figura 3), 45 municípios apresentaram risco alto, distribuídos entre as regiões Sudeste (29), Norte (9), Centro-Oeste (6) e Nordeste (1). Além disso, outros 357 municípios apresentaram risco moderado, distribuídos nas regiões Sudeste (320), Norte (19), Centro-Oeste (13), e Sul (5).
Para os municípios que iniciaram o plantio no mês de fevereiro (Figura 4), e, portanto, encerraram o seu ciclo no mês de abril. Ao todo 33 municípios apresentaram risco alto em relação à seca, distribuídos nas as regiões Norte (22), Sudeste (5), Centro-Oeste (5) e Sul (1). Outros 168 apresentaram risco moderado, sendo 94 na região Sudeste, 31 na região Norte, 24 na região Sul e 19 na região Centro-Oeste.
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
IMPACTO DA SECA NA AGRICULTURA
O impacto da seca na agricultura considera o boletim da CONAB e traz os destaques para o plantio de grãos no geral, possibilitando a comparação de estimativa de safra inicial e do mês corrente, panorama geral e as principais comodities.
Na primeira estimativa de outubro de 2023 para a safra de grãos 2023/24 previa-se uma produção total de 317,5 milhões de toneladas. A oitava estimativa da safra divulgada em maio de 2024 indica o volume de produção de 295,4 milhões de toneladas, comparativamente à primeira estimativa, observa-se uma redução de 6,9% ou aproximadamente 22 milhões de toneladas.
A Tabela 1 indica os estados, as culturas impactadas e a variação da produção estadual divulgada em maio de 2024 comparado com a primeira estimativa (outubro 2023). Além da seca, outros fatores como a diminuição ou o aumento da área semeada, migração para culturas mais rentáveis e a infestação de pragas podem influenciar na variação na produção.
A seguir são apresentados os principais destaques em relação à produção agrícola nos estados com registro de impacto:
Bahia: a escassez de chuvas preocupa o desenvolvimento das lavouras de feijão-caupi, embora essa cultura tenha maior tolerância às restrições hídricas. A falta de chuva e a alta luminosidade limitaram também o desenvolvimento das lavouras de milho da segunda safra em manejo de sequeiro.
Mato Grosso do Sul: o estresse hídrico e o calor resultaram no abortamento de flores e vagens das lavouras de feijão cores, levando à inviabilização da colheita em alguns casos.
Minas Gerais: a redução no volume de chuvas gerou estresse hídrico em algumas lavouras de feijão de cores, diminuindo parte do potencial produtivo.
Paraná: para as lavouras de feijão de cores de plantio mais tardio, a escassez de precipitações foi um fator negativo, limitando a disponibilidade hídrica para as plantas em fases críticas, como a floração e o enchimento de grãos. Houve déficits hídricos em diversos municípios no extremo-oeste do Paraná, bem como nas porções noroeste e norte do estado. Somados às altas temperaturas, esses déficits provocaram perdas significativas no potencial produtivo de muitas lavouras de milho.
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REGISTRO DE IMPACTOS : Gostaria de contribuir registrando ocorrência de eventos de secas no seu município? Sua informação é bem-vinda, mesmo ocorrências de pequenos impactos são de extrema importância. Você pode enviar suas informações pelo link: REGISTRO DE IMPACTOS DE SECAS .
Para mais informações fale conosco: secas@cemaden.gov.br
Como citar:
CEMADEN - CENTRO NACIONAL DEMONITORAMENTO E ALERTAS DE DESASTRES NATURAIS. RiSAF - Risco da Seca na Agricultura Familiar, SP, v.4, n. 43, Abril 2024. ISSN: 2965-2014