SOBRE
No próximo dia 1º de julho, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) – completa 10 anos de criação, com a missão principal de desenvolver e disseminar conhecimentos cientifico-tecnológicos e realizar o monitoramento e a emissão de alertas de desastres geo-hidrológicos. A partir dessa data, estão programados eventos como inaugurações, encontros virtuais e seminários, marcando a criação e os avanços das atividades desenvolvidas pelo Cemaden.
História :
Criação do Cemaden/MCTI, em 2011, após o megadesastre ocorrido na Região Serrana (RJ)
No contexto de aumento contínuo de desastres de origem geo-hidrometeorológico, no Brasil e no mundo, em janeiro de 2011 ocorreu o pior desastre já registrado no País, na Região Serrana do Rio de Janeiro. Esse megadesastre culminou na morte de mais de 900 pessoas, 300 desaparecidos e dezenas de milhares de desalojados e desabrigados. Além das perdas humanas, houve consequentes perdas materiais e econômicas, com prejuízos bilionários.
Em razão deste megadesastre, o governo federal criou, em 2011, uma política nacional para a gestão de riscos e respostas a desastres. No âmbito da nova cultura preventiva e proativa, coube ao então Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação a responsabilidade pelo eixo monitoramento e alerta. Assim, em 1º de julho de 2011, por meio do Decreto MCTI nº 7.513, foi criado o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), com a missão principal de desenvolver e disseminar conhecimentos científico-tecnológicos e realizar o monitoramento e a emissão de alertas para subsidiar a gestão de riscos e impactos de desastres naturais.
Iniciando as atividades em 2 de dezembro de 2011, em Cachoeira Paulista (SP) – em instalações cedidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE/MCTI) – o Cemaden passou a monitorar, de forma ininterrupta, 24 horas por dia, sete dias por semana, um primeiro conjunto de municípios para os quais de dispunha das áreas de riscos mapeadas, estes singularizados pelo histórico de desastres com mortes. As equipes de especialistas em diferentes áreas de conhecimento foram contratadas de forma temporária em 2011.
Linha do Tempo: Cemaden/MCTI
Em 2011, o País não contava, ainda, com uma rede específica de sensores para o monitoramento de áreas vulneráveis a desastres. Assim, o MCTI e o Cemaden – além de um significativo número de parceiros – definiram, adquiriram e viabilizaram a implementação, em tempo recorde de três anos, de uma rede nacional composta por mais de cinco mil sensores, incluindo diversos equipamentos, como radares meteorológicos, pluviômetros telemétricos, estações hidrológicas, sensores geotécnicos, estações agrometeorológicas e plataformas para monitoramento de chuvas e água no solo. O esforço incluiu ainda o estabelecimento de vários acordos de parcerias com instituições federais, estaduais e municipais, o que permitiu também criar uma base de dados única.
Desde 2012, quando uma longa seca iniciou na região semiárida do Brasil, o Cemaden passou a apoiar diretamente o governo federal, contribuindo com informações técnicas sobre os diferentes impactos da escassez hídrica em diversos setores, com a finalidade de subsidiar ações para mitigar seus impactos e otimizar os recursos destinados à ajuda para os estados e municípios afetados.
A partir de 2014, quando teve início uma das piores crises hídricas no Brasil, o Cemaden passou a monitorar e prover previsões de riscos hidrometeorológicos para as principais bacias hidrográficas, além de projeções, de longo prazo, das vazões e dos níveis dos reservatórios. As informações são relevantes para subsidiar tomadas de decisão quanto aos usos dos recursos hídricos para abastecimento humano e para a geração de energia hidrelétrica, entre outros usos.
Ainda em 2014, após a realização de três concursos públicos, o Cemaden passou a contar com um corpo permanente de profissionais de diferentes áreas do conhecimento e qualificação acadêmica.
Em 2015, as atividades passaram a ser desenvolvidas em uma área maior, em sede instalada no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP).
Cemaden: unidade de pesquisa do MCTI em 2016
Em 18 de outubro de 2016, o Cemaden passou a ser unidade de pesquisa do MCTI, por meio do Decreto nº 8.877, o que demandou a elaboração de um novo planejamento estratégico.
Como unidade de pesquisa do MCTI, o Cemaden ampliou o desenvolvimento de pesquisas e tecnologias, inclusive incluindo uma política de interação com a sociedade, considerando estratégias de educação, comunicação e mobilização para gestão de riscos e redução de vulnerabilidade a desastres.
Em setembro de 2019, foram ampliadas as instalações do Cemaden no Parque Tecnológico de São José dos Campos, passando a ocupar uma área de 3.500 m². Nesse mesmo ano, o Cemaden recebeu a doação de uma área de 60 mil m² para a construção do complexo definitivo da futura sede. Nessa área, está instalado o Radar Meteorológico de última geração, desenvolvido pela empresa IACIT, resultado de mais uma parceria do Cemaden com a iniciativa privada.
Ainda em 2019, outro marco significativo foi a criação do Programa Stricto Sensu de Pós-Graduação em Desastres Naturais, em parceria do Cemaden com o Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista (UNESP)– Campus de São José dos Campos.