Formulação Vacinal Antitumoral Baseada em Nanotubos de Carbono e Uso
Descrição
A presente invenção descreve nanotubos de carbono funcionalizados com grupos oxigenados ácidos, apresentando pelo menos um antígeno tumoral da família cancer/testis acoplado a eles e seu uso em formulações vacinais antitumorais. Além disso, o uso desses nanotubos de carbono como vetores vacinais pode ser aliado a pelo menos uma molécula agonista de receptores do tipo Toll, a qual possui potente atividade imunoestimulatória via ativação desses receptores. Esta estratégia de vacinação pode ser usada no tratamento de doenças, como o câncer, as quais necessitam de indução de uma resposta imune mediada tanto por células, como por anticorpos específicos.
Palavras-chave
câncer; formulação vacinal; nanotubos de carbono; segurança
Problema
Adjuvantes são compostos que intensificam a resposta imune contra antígenos co-inoculados. Um bom adjuvante deve ser estável , ou seja, resistente à degradação, produzido com baixo custo, imunologicamente inerte, compatível com diferentes tipos de antígeno e capaz de promover uma resposta imune humoral e/ou celular apropriada, dependendo da necessidade para a proteção do organismo. Há um número muito limitado de adjuvantes vacinais permitidos para uso em seres humanos. Aqueles que são baseados em sais de alumínio, apesar de manterem um bom perfil de segurança por mais de sete décadas, apresentam problemas peculiares. Um deles se relaciona a sintomas alérgicos, como eritema, hipersensibilidade de contato, inflamação granulomatosa e nódulos subcutâneos, bem como ocorrência de miofascite macrofágica. Esses sintomas já foram relatados por pacientes que receberam vacinas contendo esse tipo de adjuvante. O outro problema está no fato dos sais de alumínio oferecerem melhoria na resposta imune para apenas alguns tipos de vacinas, o que torna seu uso limitado.
Diferenciais
Trata-se de uma formulação vacinal antitumoral que envolve o emprego de uma proteína da família "cancer/testis", principalmente a NY-ESO-1 e, opcionalmente, de um agonista de receptores do tipo Toll, ambos acoplados a nanotubos de carbono de paredes múltiplas oxidados. Assim, essa formulação vacinal é capaz de induzir resposta imune anti-NY-ESO-1 e resistência do hospedeiro contra tumores expressando tal antígeno. A tecnologia apresentada vem como alternativa para suprir as lacunas deixadas pelos métodos vacinais que são utilizados até o momento. Ao longo da história, a maioria das vacinas foi desenvolvida utilizando organismos vivos atenuados ou ainda fragmentos de patógenos. Apesar da vantagem de produzir muitas vezes tanto imunidade humoral como celular, o uso de patógenos vivos atenuados pode oferecer sério risco e resultar em graves efeitos adversos, como reportado para as vacinas contra coqueluche e contra poliomielite, devido à instabilidade intrínseca dos organismos e consequentemente, ao possível retorno à sua forma virulenta. A formulação vacinal apresentada utiliza proteínas antígênicas, ou fragmentos delas, acopladas a nanotubos de carbono. Portanto, sob o aspecto da segurança, torna-se vantajosa em relação às vacinas que usam patógenos vivos atenuados.
Aplicação
Diagnóstico e Tratamento de Câncer e Outras Doenças
Situação
Know How
Inventores
Clascídia Aparecida Furtado
Ricardo Tostes Gazzinelli
Paula Cristina Batista de Faria Gontijo
Luiz Orlando Ladeira