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Nova fonte de Cobalto do CDTN entrou em atividade em 2019
Chegada da fonte de Cobalto-60 no porto de Santos | Foto: Antônio Santiago/CDTN
No último dia 25, entrou em operação a nova fonte de Cobalto-60 do Laboratório de Irradiação Gama (LIG) do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear, o CDTN. O Cobalto-60 é um radioisótopo, isto é, uma substância radioativa que emite raios gama. No LIG, a fonte é usada tanto para o desenvolvimento de pesquisas científicas sobre a aplicação de irradiação, quanto na prestação de serviços para terceiros.
A fonte chegou ao Brasil, vinda do Canadá, no dia 30 de outubro de 2019, e foi instalada entre os dias 5 e 6 de novembro. Durante esse período, foram realizados levantamentos de curvas de dosimetria para medir as doses de radiação fornecidas pelo sistema até que a fonte entrasse em operação.
A atividade da fonte de Cobalto-60 decai na proporção de cerca de 10% ao ano, com isso, caso não ocorra substituição, há queda na eficiência da irradiação e algumas das aplicações podem deixar de ser realizadas, como as esterilizações e irradiação de gemas. Isso ocorre porque o tempo de exposição necessária dos itens aumenta.
O chefe da Divisão de Segurança Nuclear e Radiológica e supervisor de Proteção Radiológica do CDTN, Pablo Andrade Grossi, acompanhou todo o processo de transporte e substituição do equipamento. Grossi pontua que, com a nova fonte, a capacidade produtiva do laboratório aumentou em mais de 65%, o que permite maior agilidade e eficácia na entrega dos produtos.
O processo de transporte contou com o apoio do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República e da Polícia Federal para a proteção física durante todo o percurso, além do acompanhamento via satélite. A devolução da fonte substituída para o fornecedor, no Canadá, está prevista para o primeiro trimestre de 2020.
Equipe do LIG responsável pela troca da fonte de Cobalto-60 | Foto: Arquivo/CDTN
Projetos desenvolvidos no LIG
Desde a sua inauguração em 2002, o LIG tem prestado serviço de irradiação gama para diferentes setores, como o tratamento de alimentos, a irradiação de gemas, esterilização de produtos médicos e farmacêuticos, tratamento de hemocomponentes, para citar alguns.
No ano de 2019, foram apoiados cerca de 29 projetos internos e externos. Em 2019, cerca de 5% das atividades do LIG foram destinadas às pesquisas acadêmicas de pesquisadores e universidades parceiras. O restante dos projetos apoiados pelo LIG são oriundos principalmente de indústrias de pequeno e médio porte, com destaque para a indústria farmacêutica e a área da saúde.
Entre os projetos desenvolvidos no Laboratório do CDTN, o chefe do Serviço de Radiofármacos e Irradiações (SERFI), Márcio Tadeu Pereira, destacou os impactos na saúde das pessoas. Prova disso é a irradiação de hemocomponentes feitas pelo LIG. Cerca de 1000 bolsas de sangue são irradiadas mensalmente. Com o processo, previne-se a doença do enxerto versus hospedeiro associada à transfusão (DECH – AT), complicação imunológica usualmente fatal, causada pela enxertia e expansão clonal dos linfócitos do doador em receptores suscetíveis.
Além disso, o LIG também atua no incentivo e fomento à educação por meio de visitas que recebe de diversas instituições de ensino: de jovens secundaristas a universitários e pós-graduandos. O contato com os projetos desenvolvidos no LIG incentivam o estudo nas áreas de aplicação da irradiação gama, e reforçam a importância e o impacto dos serviços prestados.
Visita ao LIG | Foto: Arquivo / CDTN