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Evento coordenado por pesquisador do CDTN discute a história do depósito uranífero de Lagoa Real
Na última sexta-feira, 30, foi promovida a mesa redonda virtual A saga geológica da história de Lagoa Real . A região do município de Lagoa Real, no sul baiano, também é conhecida como Província Uranífera de Lagoa Real, na Bahia, com a ocorrência de urânio mais conhecida no Brasil.
O evento virtual sobre a região de Lagoa Real (BA) foi coordenado pelo pesquisador Francisco Javier Rios, geólogo do Serviço de Tecnologia Mineral do CDTN. Os palestrantes foram Evando Carele de Mattos (INB), Ailton de Brito França (INB), Kazuo Fuzikawa (CDTN), James Vieira Alves (CDTN/CNEN) e Carlos Alberto Carvalho Filho (CDTN/CNEN), pesquisadores ativos e aposentados que atuaram na região ao longo dos anos.
A reserva uranífera de Lagoa Real desperta interesse de estudo de diferentes áreas de conhecimento desde o final da década de 1970, quando anomalias uraníferas foram identificadas. De acordo com Javier Rios, as anomalias são concentrações de urânio que extrapolam conteúdos considerados normais nas rochas de uma determinada região.
O objetivo do evento foi discutir a descoberta e identificação dos depósitos de urânio. Hoje são descritas 38 anomalias na região, algumas são consideradas jazidas. O urânio de Lagoa Real começou a ser extraído há 20 anos, na Mina da Cachoeira, como parte do ciclo do combustível nuclear . “Até 2015 as INB (Indústrias Nucelares do Brasil) produziram cerca de 3.750 toneladas de concentrado de urânio extraído dessa mina. Estima-se que em 2021 uma segunda mina entrará em operações, denominada Engenho”, explica Javier Rios.
O evento foi organizado dentro do convênio que pesquisa a extração de urânio sob diferentes pontos de vistas técnicos. Com mais de 30 pessoas participando de forma síncrona, a mesa redonda virtual foi gravada.
Registro recente feito na Mina da Cachoeira, em Lagoa Real, e exibido na mesa redonda virtual. Da direita para esquerda: Pesquisadores do CDTN (Francisco Javier Rios e James Vieira Alves) e da USP (Jorge Betencourt), acompanhados de Ailton de Brito França (Coordenador de Lavra da Mina Cachoeira, INB). Imagem cedida por Francisco Javier Rios.