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Notícias
Foto: Divulgação
Representada por pesquisadores e técnicos de diferentes unidades, a CNEN participou do Seminário sobre as Estratégias Globais e Nacionais para a Mitigação de Ameaças Químicas, Biológicas, Radiológicas e Nucleares (QBRN), realizado nos dias 11 e 12 de março de 2025, em Brasília, reforçando sua expertise na área nuclear e seu compromisso com a segurança nacional. O evento reuniu representantes de diversas forças de segurança, incluindo o Exército Brasileiro, a Polícia Federal, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI-PR) e a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN).
Participaram, pela CNEN, Pablo Grossi, do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN/CNEN), Josélio Monteiro, Luiz Fernando, Victor Vasconcelos e Ricardo Garcêz, da Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear (DRS/CNEN), Walter Ferreira, do Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro-Oeste (CRCN-CO/CNEN), João Regis, do Instituto de Engenharia Nuclear (IEN/CNEN) e Fábio Suzuki, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN).
O seminário teve como principal objetivo fortalecer a cooperação entre os órgãos de segurança e discutir estratégias para proteger o país diante de possíveis ameaças QBRN, com foco na preparação para grandes eventos que o Brasil sediará nos próximos anos, como a Cúpula do BRICS (grupo de países de mercado emergente em relação ao seu desenvolvimento econômico, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) em 2025, além da Copa do Mundo Feminina em 2027.
Ao longo dos dois dias, foram realizadas palestras sobre defesa química e nuclear, inteligência estratégica, saúde pública e cooperação internacional, com a participação de representantes de países como Argentina, Colômbia, Equador e Paraguai. No primeiro dia, os participantes assistiram a exposições sobre o Sistema de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear do Exército Brasileiro (SisDQBRNEx), além de demonstrações práticas no Batalhão da Guarda Presidencial, onde foram exibidas as capacidades operacionais das unidades especializadas.
O segundo dia foi marcado por debates sobre políticas públicas e o papel da inteligência na prevenção de ataques e incidentes QBRN. O evento contou com a colaboração de órgãos como o Ministério da Defesa, o Ministério da Saúde e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. A iniciativa reforça o compromisso das forças de segurança em garantir a proteção da população e a resposta eficaz a possíveis ameaças, consolidando o Brasil como referência na gestão de riscos e segurança para eventos internacionais de grande porte.
Joselio Monteiro, assessor da DRS/CNEN, destacou que o seminário foi essencial para fortalecer a integração entre todas as agências nacionais envolvidas nesse tipo de evento, "o que, sem dúvida, facilitará a implementação dos planos de contingência de cada órgão caso ocorra uma situação dessa natureza no território nacional."
"A integração promovida pelo seminário reforça a capacidade de resposta dos países da América do Sul, demonstrando internacionalmente que a região está alinhada e preparada para enfrentar essas ameaças, em conformidade com os acordos e tratados internacionais firmados por nossas nações", acrescentou.
Monteiro também destacou que o seminário permitiu apresentar as capacidades do Exército Brasileiro para responder a ameaças QBRN, bem como as políticas e estruturas públicas desenvolvidas pelos Ministérios da Saúde, MCTI, MIDR, GSI e MJSP para a vigilância e resposta a esses riscos. "Além das iniciativas nacionais, foram expostas as estruturas e capacidades de resposta de países da região, como Argentina, Uruguai, Paraguai, Colômbia e Equador, reforçando a cooperação internacional no enfrentamento dessas ameaças", acrescentou.
Desafios “VUCA”
Em um cenário global marcado pela volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade (VUCA), a segurança nacional enfrenta desafios cada vez mais imprevisíveis. O Seminário sobre Estratégias Globais e Nacionais para a Mitigação de Ameaças QBRN reuniu representantes das forças de segurança do Brasil e de países vizinhos para fortalecer a preparação e a resposta diante de ameaças químicas, biológicas, radiológicas e nucleares.
A volatilidade das ameaças modernas exige que as forças de defesa estejam constantemente prontas para reagir a incidentes que podem ocorrer de forma inesperada, seja por acidentes industriais, ataques terroristas ou crises sanitárias. O evento destacou a necessidade de estratégias dinâmicas, com simulações práticas e troca de informações entre órgãos de segurança.
A incerteza sobre o futuro e a imprevisibilidade de eventos QBRN reforçam a importância da cooperação internacional e da inteligência estratégica. Palestras ministradas por especialistas da Argentina, Colômbia, Equador e Paraguai abordaram como cada país vem se preparando para riscos emergentes, evidenciando a necessidade de redes colaborativas e protocolos integrados.
A complexidade das ameaças QBRN exige uma abordagem multidisciplinar. No seminário, representantes do Exército, Polícia Federal, Ministério da Saúde e da Comissão Nacional de Energia Nuclear debateram como diferentes setores precisam atuar de maneira coordenada para minimizar danos e proteger a população.
Por fim, a ambiguidade das situações de crise reforça a necessidade de líderes capacitados e decisões baseadas em informação qualificada. As apresentações da ABIN e do GSI-PR demonstraram como a inteligência estratégica pode reduzir riscos e guiar respostas eficazes diante de cenários incertos.
“O Seminário DQBRN mostrou que enfrentar desafios VUCA exige preparo, adaptação e cooperação. Em um mundo cada vez mais interconectado e imprevisível, fortalecer a segurança nacional passa por reconhecer, identificar e responder rapidamente às ameaças, garantindo a proteção da sociedade e a estabilidade diante do desconhecido”, avaliou Pablo Grossi, do CDTN/CNEN.
Texto publicado originalmente no site da CNEN.