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CDTN coloca impressora 3D a serviço da saúde
Processo de impressão 3 | Fotos: Agatha Azevedo
Desde que o isolamento social se tornou a maior recomendação para o combate à pandemia do novo coronavírus, diversos órgãos ligados à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) começaram a trabalhar na área de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) para produzir máscaras e outros itens em todo o país como forma de solidariedade aos profissionais da saúde e à sociedade. Nesse cenário, o Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), instituição ligada à Comissão, tem trabalhado em três frentes de PDI de ação de combate à Covid-19; a inovação em um novo projeto de Equipamento de Proteção Individual (EPI) que associa a proteção frontal com os óculos de proteção em uma só peça; a reprodução e aperfeiçoamento de máscaras respiradoras, que estão em fase de teste; e a produção de máscaras convencionais em parceria com o Instituto de Ciências Biológicas da UFMG junto ao projeto Trem Maker.
Utilizando os conhecimentos do Serviço de Tecnologia de Reatores (SETRE), o CDTN tem investido tempo e tecnologia para projetar um novo modelo de máscara que combina o óculos de proteção e o visor de chapa PETG em uma única peça. Segundo o projetista mecânico do CDTN Edson Ribeiro, o modelo que está sendo desenvolvido e aperfeiçoado pelo CDTN “substitui o protetor facial que já existe com um óculos acoplado, sendo um modelo dois em um, aliando praticidade e segurança com mais conforto para os profissionais da área de saúde e menos risco de contaminação no manuseio da EPI”.
Em fase de testes, há também um projeto de produção das válvulas respiradoras do modelo Venture, que foram amplamente utilizadas durante o pico da Covid-19 na Itália, por conta da demora na entrega das válvulas pelos fornecedores. No CDTN, Edson Ribeiro e outros pesquisadores têm trabalhado no melhoramento da matriz de impressão e uso das válvulas no Brasil. Segundo o Diretor do CDTN, Luiz Ladeira, a iniciativa é um importante gesto de solidariedade da ciência e da tecnologia.“Os profissionais de saúde necessitam muito desse equipamento para se proteger, então entrar nessa atividade de produzir EPIs é um pequeno gesto que o CDTN faz, mas que conta muito nessa hora de pandemia”, conta.
Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) convencionais são feitos de acordo com o modelo do site Prusa Printers e estão em conformidade com as normas previstas pela ANVISA. Na parceria, o ICB-UFMG e o CDTN fornecem máscaras a serem entregues no Hospital das Clínicas de Belo Horizonte (MG). A ação de combate à Covid-19 é iniciativa do Trem Maker, um coletivo de usuários da impressora 3D, interessados em PDI, que se formou em 2016, e hoje se concentra em ações de combate à proliferação do novo coronavírus com a impressão das máscaras.
O principal desafio para que as pesquisas avancem é a quantidade de equipamentos disponíveis, já que cada máscara demora em média 2 horas e meia para ficar pronta. Contudo, o CDTN irá disponibilizar os modelos que tem usado para a impressão em seu site e aponta que as iniciativas têm como objetivo incentivar que outras pessoas também imprimam respiradores e máscaras e auxiliem os hospitais a partir do modelo desenvolvido na instituição. “Nós temos apenas uma impressora 3D no CDTN, então optamos por fazer protótipos e homologá-los no nosso site para que seja possível produzir a partir da nossa tecnologia, disponibilizada no nosso site”, explica Ladeira.