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Programa de Pós-graduação do CBPF lança nota sobre cortes orçamentários da Capes
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NOTA
O desenvolvimento, o impacto e a inserção internacional da ciência no Brasil nas últimas seis décadas estão intimamente ligados à qualidade de nossa pós-graduação, à qual devemos parte do crescimento da produção científica brasileira nas mais diferentes áreas, que alcançou 2% da produção mundial em 2014.
Nos últimos 20 anos, o crescimento da atividade científica no Brasil foi ainda mais notável. Em 2014, por exemplo, o país ocupava o 13º lugar em número de artigos publicados e a 18ª posição em relação às citações científicas, segundo levantamento da base de dados Scimago, que avalia a produção científica de instituições e universidades de todo o mundo.
Com relação à capacitação de recursos humanos, evoluímos da formação de algumas centenas de doutores por ano, na década de 1970, para cerca de 15 mil deles por ano, atualmente. Esse avanço é consequência de vários fatores: i) investimentos realizados nesse período; ii) valorização das políticas de Estado voltadas para a formação de pessoal capacitado em vários níveis e atividades; iii) fortalecimento das instituições de pesquisas e seus programas de pós-graduação ‒ estes últimos são avaliados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) por meio de processos quadrienais com base em critérios rigorosos.
O Programa de Pós-graduação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) vem, por meio desta, manifestar extrema preocupação e indignação com relação à notícia divulgada nos meios de comunicação ‒ baseada no ofício n. 245/2018-GAB/PR/CAPES, assinado pelo Sr. Abilio Baeta Neves, presidente da Capes, e endereçado ao Exmo. Ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva ‒, relatando cortes orçamentários previstos para a Capes ano que vem e suas consequências para a manutenção tanto do sistema de bolsas (entre elas, as de pós-graduação e pós-doutorado) quanto dos programas de apoio às pós-graduações em todas as áreas no Brasil.
Cortes de tamanha magnitude são contra o que entendemos ser a base de todo o desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação (C,T&I) de que o Brasil precisa ‒ o qual acreditamos ser uma das principais bases para alavancar a retomada do crescimento econômico, fundamental para nossa nação. O retrocesso que esses cortes irão causar terá impacto irremediável no sistema de C,T&I do Brasil.
Neste sentido, o Programa de Pós-graduação do CBPF junta sua voz às mais diversas manifestações de repúdio e preocupação a tais cortes. E nos colocamos em total apoio à manutenção integral do orçamento do Ministério da Educação e da Capes no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2019, sem o qual as atividades dos mais variados programas ‒ incluindo o do CBPF ‒ serão irreversivelmente afetadas e possivelmente interrompidas, levando ao colapso o sistema de pós-graduação brasileiro e das conquistas até aqui obtidas.
Rio de Janeiro (RJ), 3 de agosto de 2018
João Paulo Sinnecker
Pró-reitor e coordenador de pós-graduação,
Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas,
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações