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Primeiro simpósio do CTA, neste maio, terá dois Nobel de Física
O primeiro simpósio científico do CTA (sigla, em inglês, para Rede de Telescópios Cherenkov) será realizado de 6 a 9 de maio próximo, em Bolonha (Itália). Dois ganhadores do Nobel de Física, Takaaki Kajita e Rainer Weiss, estão entre os palestrantes convidados.
Um dos objetivos do simpósio é discutir o impacto dos dados do CTA ‒ que deve entrar em funcionamento em 2020 ‒ na nova era da astrofísica, chamada ‘multimensageira e multibanda’, na qual observações de um mesmo fenômeno são feitas com a ajuda de diversos instrumentos (satélites, radiotelescópios, telescópios, interferômetros etc.) e com base nas várias bandas (comprimentos de onda) do espectro eletromagnético, ou seja, das ondas de rádio aos raios gama.
O encontro também discutirá instrumentação científica, ferramentas de análise de dados, oportunidades de trabalho para pesquisadores.
Ulisses Barres de Almeida, pesquisador associado do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), no Rio de Janeiro (RJ), e membro do CTA, falou sobre a importância do primeiro simpósio: "Esse encontro ocorre em um momento em que estamos inaugurando os primeiros protótipos dos telescópios da rede e será de fundamental importância para levar à comunidade de astrofísica internacional os potenciais de investigação com o CTA. E, em particular, estabelecer as pontes para as sinergias com outros instrumentos, no contexto da chamada astrofísica multibanda e multimensageira”.
Almeida é o coordenador de ciência multibanda e multimensageira do CTA, tema sobre o qual deverá apresentar palestra no simpósio.
Simulação de uma das redes de telescópios, de diversos tamanhos, do CTA
(Crédito: CTA Collaboration)
Missão: gama
O CTA é um consórcio de 32 países e com cerca de 1,2 mil pesquisadores e engenheiros, vindos de uma centena de instituições. Seus telescópios ‒ que serão aproximadamente 100 ‒ estarão sitiados em La Palma, ilha do arquipélago das Canárias (Espanha), e na região de Cerro Paranal, nos Andes chilenos. O custo do projeto está na casa dos 300 milhões de euros (cerca de R$ 1 bilhão).
A principal função do CTA ‒ do qual o Brasil participa ‒ é descobrir novas fontes cósmicas emissoras de raios gama (a mais energética das radiações eletromagnéticas). Seu primeiro telescópio foi inaugurado recentemente em La Palma, com participação do diretor do CBPF, Ronald Shellard.
Kajita ganhou o Nobel de 2015 por trabalhos que mostraram que a partícula subatômica neutrino é dotada de massa. O mesmo prêmio foi dado a Weiss, em 2017, por suas contribuições na detecção das ondas gravitacionais ‒ ondulações no chamado espaço-tempo, que amálgama as três dimensões espaciais e o tempo.
Fabiana Matos
Especial para o NCS-CBPF
Mais informações:
CTA: https://www.cta-symposium.com/
Simpósio: https://www.cta-symposium.com/
CTA no portal do CBPF: