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Pós do CBPF, mais uma vez, recebe nota máxima da Capes e mantém nível internacional
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) acaba de confirmar, pela quarta vez consecutiva, a nota sete para o Programa de Pós-graduação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), no Rio de Janeiro (RJ).
O CBPF tem mantido essa nota máxima – que o qualifica como instituição científica de nível internacional – desde 2007, quando as avaliações eram ainda trienais. Atualmente, elas passaram a ser feitas de quatro em quatro anos. Portanto, essa mais recente nota refere-se ao desempenho do programa entre 2013 e 2016.
“A manutenção, desde 2007, da nota sete conferida ao Programa de Pós-Graduação do CBPF é reflexo do alto grau de qualificação e da seriedade de seus corpos docente, discente e técnico, bem como da excelente infraestrutura para pesquisa que esta instituição mantém”, disse João Paulo Sinnecker, coordenador do COEDU (Coordenação de Formação Científica), à qual a pós-graduação no CBPF está vinculada. “Temos diversos desafios a enfrentar nos próximos anos para nos manter entre os melhores programas de pós-graduação em física do Brasil”, completou o físico experimental e pesquisador titular do CBPF.
Para Ronald Shellard, diretor do CBPF, “nossa instituição tem mantido padrões de excelência, comparáveis aos das instituições com as quais colaboramos no exterior”, disse o também físico experimental.
“Um dos principais valores institucionais do CBPF é que ciência, tecnologia e inovação devem estar entre os pilares do desenvolvimento nacional. Em nosso Plano Diretor, para 2017-2021, um desses pilares fundamentais é a ‘Formação Cientifica’, na qual visamos a ampliar a atuação regional, nacional e internacional do CBPF, com os programas de pós-graduação acadêmico e profissional”, disse o tecnologista sênior Márcio Portes de Albuquerque, diretor substituto do CBPF. “A excelência, reconhecida pela nota máxima da Capes, reforça a missão do CBPF e seu compromisso com a excelência e a competência”, completou.
Pioneirismo sob ameaça?
Fundado em 1949, o CBPF foi a primeira instituição no Brasil a fornecer os títulos formais de mestre (1965) e doutor em física (1966). Nestes 55 anos de existência de seu programa de pós-graduação, a instituição já formou quase mil pesquisadores, entre mestres e doutores.
A partir de 2000, o CBPF deu início ao seu Mestrado Profissional em Física com Ênfase em Instrumentação Científica, o qual já formou mais de 50 profissionais. A proposta do programa é “formar profissionais que possam atuar em diversos segmentos do mercado de trabalho vinculados ao desenvolvimento de ferramentas tecnológicas, tais como automação de processos, ferramentas de medidas para o estabelecimento de padrões, construção de equipamentos, operação de grandes máquinas, etc.”
No entanto, esse pioneirismo encontra-se, no momento, ameaçado pela crise orçamentária que o CBPF vem enfrentando este ano por conta dos contingenciamentos impostos à Lei Orçamentária da União (LOA) – os cortes chegaram a 44%, comprometendo o pagamento até mesmo de água e luz. Para o ano que vem, o cenário também não é animador: corre-se o risco de que o Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2018 imponha contingenciamentos até superiores aos atuais.
“Se a crise do CBPF continuar, vamos perder a excelência da pós-graduação. Além disso, mais de 100 alunos podem ter suas atividades de pesquisa interrompidas. Isso é extremamente grave”, disse Ivan dos Santos Oliveira Júnior, pesquisador titular do CBPF e ex-coordenador da pós-graduação. “Lembremo-nos de que já formamos quase 1 mil mestres e doutores”, completou o físico experimental.
O CBPF lançou recentemente – com boa repercussão na mídia – a campanha ‘Meia-noite da ciência no Brasil’, alertando governantes e opinião pública para as consequências extremamente negativas (algumas irrecuperáveis) do contingenciamento para os institutos de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) – e, no final das contas, para a própria atividade científica no Brasil.
O mapa da pós
A COEDU (Coordenação de Formação Científica do CBPF) – à qual o Programa de Pós-graduação está vinculado – acaba de lançar levantamento sobre a origem dos pós-graduandos do CBPF, encomendado por Sinnecker.
Os dados mostram que só quatro estados brasileiros (Roraima, Piauí, Tocantins e Sergipe) não forneceram estudantes para a pós no CBPF (figura 1) . O Rio de Janeiro lidera, com 295 estudantes, seguido de Minas Gerais (46) e São Paulo (44). Em termos mundiais, o levantamento da COEDU indica que o programa já recebeu estudantes de 26 países, dos continentes americano, europeu, africano e asiático. Nesse cenário, três países se destacam: Peru (21), Argentina (20) e Colômbia (12), como mostra a figura 2 .
Figura 1.
Origem dos alunos da pós-graduação do CBPF por estado brasileiro
(Crédito: COEDU/CBPF)
Figura 2.
Origem dos alunos do programa de pós-graduação do CBPF por país
(Crédito: COEDU/CBPF)
Em termos regionais, o levantamento apontou que a origem dos alunos de pós-graduandos do CBPF está majoritariamente no Sudeste (70,1%) – o que se explica por razões históricas e pela própria localização do centro. Em seguida, vêm Nordeste (12,8%), Sul (9,7%), Norte (4,8%) e, por fim, Centro-Oeste (2,6%), o que demonstra o alcance nacional da instituição.
Mais informações:
CBPF:
www.cbpf.br
Pós-graduação do CBPF:
http://portal.cbpf.br/index.php/pos-graduacao
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