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Pioneira da física, pesquisadora do CBPF é nomeada patrona da Academia Líbano-Brasileira de Letras, Artes e Ciências
Na solenidade foram transmitidos depoimentos sobre a cultura libanesa, o povo e o processo de imigração para o Brasil. Contou com a participação de diferentes espectros da sociedade líbano-brasileira, como o ex-presidente Michel Temer e o cantor e produtor Evandro Mesquita.
O CBPF foi representado no evento pelo pesquisador André Massafferri Rodrigues, chefe da Coordenação de Física Experimental de Partículas de Altas Energias (COHEP), antigo LAFEX, onde a pesquisadora era lotada. Massafferri destacou a forte conexão entre a comunidade homenageada e a relevância das contribuições líbano-brasileiras para a sociedade.
Cerimônia de homenagem aos patronos e acadêmicos
Crédito: Consulado Geral do Líbano no Rio de Janeiro.
Sobre a pesquisadora
Nascida Neusa Margem, em 29 de agosto de 1926, filha de pais de origem libanesa, veio com um mês de vida para a cidade do Rio de Janeiro. Estimulada por seu professor de física do secundário, prestou vestibular para a disciplina na Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi) da Universidade do Brasil. Aprovada, bacharelou-se em Física em 1945 e licenciou-se em 1946.
Em 1950, a convite do Prof. César Lattes, começou como pesquisadora voluntária e sem remuneração no CBPF. A partir daquele momento foi iniciada uma colaboração de pesquisa com a Profª. Elisa Frota Pessôa, que resultou na publicação, naquele mesmo ano, do primeiro trabalho de pesquisa inteiramente realizado no CBPF: “Sobre a desintegração do méson pesado positivo”.
Juntamente com Mario B. Aragão e Pessôa, produziu em 1953 o primeiro trabalho, cujos autores assinaram como filiados ao CBPF: A new radioactive method for marking mosquitoes .
Neusa trabalhou, até o final de sua carreira inteiramente desenvolvida no CBPF, com a detecção de raios cósmicos de altas energias. A cientista teve 116 trabalhos publicados.
Neusa Margem Amato
Crédito: ALB.
Sobre a Academia
Conforme definição do Consulado Geral do Líbano no Rio de Janeiro, a ALB é uma instituição cultural inaugurada em 9 de setembro de 2022, sediada no Rio de Janeiro, com os objetivos de cultivar e preservar a criatividade literária, intelectual, artística e os valores culturais do Líbano e árabes no Brasil, além de salvaguardar, promover e divulgar as obras literárias, artísticas e de ciência dos seus patronos, fundadores e acadêmicos.
A ALB é composta por 40 membros efetivos, 20 sócios-correspondentes e 40 patronos. Dentre esses respectivos patronos, encontram-se escritores, jornalistas, artistas, pensadores, intelectuais, cientistas e personalidades, de origem libanesa e árabe, já falecidos e que contribuíram para o desenvolvimento e o progresso da cultura brasileira.
Mais informações:
Academia Líbano-Brasileira de Letras, Artes e Ciências:
https://academialibanobrasil.com.br/
Consulado Geral do Líbano no Rio de Janeiro:
http://riodejaneiro.mfa.gov.lb/riodejaneiro/portuguese/home
Artigo “Neusa Amato dos Vinte aos Oitenta”, escrito pelo pesquisador Alfredo Marques (1930-2021) para a Revista Ciência e Sociedade:
http://cbpfindex.cbpf.br/publication_pdfs/cs00107.2007_12_06_14_33_48.pdf