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Pesquisador do CBPF tem proposta de INCT aprovada
Conforme descrito na Chamada, “os Institutos Nacionais caracterizam-se como estruturas de pesquisa que desenvolvem articuladamente propostas em rede, de caráter interdisciplinar, e com objetivos e metas claramente definidos e mensuráveis, com foco nas áreas estratégicas para o país e em pesquisas na fronteira do conhecimento”.
O principal objetivo do INCT de Física de Altas Energias CERN-Brasil, proposto por Bediaga e recém-aprovado, é dar suporte às atividades dos grupos brasileiros nos quatro grandes experimentos do Large Hadron Collider (LHC): A Large Ion Collider Experiment (ALICE), A Toroidal LHC ApparatuS (ATLAS), Compact Muon Solenoid (CMS) e Large Hadron Collider beauty experiment (LHCb); assim como no experimento Antihydrogen Laser Physics Apparatus (ALPHA), todos localizados na Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN).
“São quatro os pilares que nortearam a criação deste INCT: pesquisa básica, desenvolvimento tecnológico, colaboração científica internacional e educação. A pesquisa básica consiste em explorar experimentalmente a estrutura mais fundamental do Universo, estudando as partículas mais elementares que existem e suas interações, descritas pelo chamado Modelo Padrão (MP), assim como possíveis extensões deste modelo. Esses estudos somente podem ser conduzidos com a utilização de avançada tecnologia nas áreas de: sensores de radiação ionizante; eletrônica de leitura e processamento dos sinais gerados por esses equipamentos e técnicas de processamento de dados de altíssimo desempenho, capazes de processar a enorme quantidade de informações geradas nesses experimentos”, analisa Bediaga.
No sentido de fortalecer o Brasil no universo de colaborações internacionais, o terceiro objetivo deste INCT é incentivar a participação dos grupos brasileiros de forma coordenada, buscando potencializar as sinergias entre os experimentos em torno de questões científicas e tecnológicas comuns. Além disso, constitui-se em objetivo aproximar esses desenvolvimentos tecnológicos à indústria nacional. A associação do Brasil ao CERN cria condições propícias para essa aproximação, que deve gerar resultados auspiciosos ao país.
Por fim, visando as futuras gerações de pesquisadores, este projeto promoverá atividades de formação nas várias vertentes do projeto (tanto científica como tecnológica), assim como agendas de disseminação desse conhecimento para o público escolar e leigo através de parceria com o International Particle Physics Outreach Group (IPPOG), escolas e professores.
Um aspecto importante que deve ser ressaltado em todo este processo, é o papel da Rede Nacional de Altas Energias (RENAFAE), sediada no CBPF. “Só foi possível montar a proposta deste INCT em menos de um mês, com um orçamento tão intrincado envolvendo mais de cem pessoas em um tempo tão curto, devido ao longo trabalho de mobilização que tem sido feito pela RENAFAE. Principalmente a partir de 2017, quando foi organizado o primeiro workshop focando em pontos comuns entre os experimentos, ou seja, análise de dados, instrumentação, computação e divulgação científica. Desde esse Workshop, foram mais três com organização semelhante (2018, 2021 e 2022). Essa mobilização resultou em um envolvimento entusiasmado dos membros da nossa Rede, principalmente os mais jovens, no processo de elaboração do projeto de INCT recém-aprovado. Também vale ressaltar o importante apoio recebido pela coordenação da COHEP, através do trabalho de apoio das secretárias Sônia e Thaíssa”, conclui Bediaga.
Sobre a Chamada CNPq nº 58/2022
Objetiva ampliar os INCTs por meio de apoio à constituição de novos institutos, fomentando pesquisas de alto impacto científico e tecnológico visando a solução de grandes desafios nacionais. A Chamada prevê a disponibilização total de R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais), oriundos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (FNDCT).
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