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LAB-IA/CBPF na busca de eventos de Ondas Gravitacionais no Telescópio Rubin
O professor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), Clécio De Bom, é um dos autores que desenvolveram o documento que propõe uma nova diretriz de interrupção para apontamento rápido, conhecido como Target-of-Opportunity, do Telescópio Rubin, o professor atuou no caso científico relacionado às Ondas Gravitacionais.
O documento final, foi revisado e aprovado pelo comitê Survey Cadence Optimization Committee (SCOC), que assessora o Diretor do Rubin na definição das políticas de observação, no início de julho, e a partir de então, o caminho está aberto para consolidá-lo como uma diretriz oficial para as operações do Telescópio Rubin.
A aprovação marca um avanço significativo na capacidade do Rubin de responder a eventos astronômicos transientes de alta relevância científica, como detecções de contrapartidas óticas de Ondas Gravitacionais assim como fusões de estrelas de nêutrons e possivelmente de buracos negros. O comunicado oficial sobre a aprovação do documento pode ser encontrado na plataforma da comunidade Legacy Survey of Space and Time (LSST).
De Bom participou de uma reunião realizada na Califórnia, entre os dias 18 e 20 de março, que resultou na construção do documento que propõe uma nova política para o Target-of-Opportunity do Telescópio Rubin. Durante o encontro, ele contribuiu para a elaboração de um documento que define os critérios, a alocação de tempo do telescópio e os casos científicos que justificariam a interrupção das observações regulares do Rubin para atender a eventos astronômicos.
O professor Clécio comentou: “A análise de dados destes eventos irá requerer o uso de técnicas especializadas como os modelos de Inteligência Artificial desenvolvidos pelo Laboratório de IA do CBPF para análise dos alertas de transientes".
O projeto, liderado pelo Observatório Vera C. Rubin dos EUA, envolve a participação de 120 brasileiros, incluindo jovens pesquisadores, estudantes e técnicos de 26 instituições de ensino em 12 estados. Esse grupo, conhecido como BPG-LSST, terá acesso aos dados gerados pelo observatório, contribuindo para avanços em áreas como cosmologia, astrofísica e ciência planetária. Em dez anos, o Rubin produzirá um "filme" do universo, capturando cada posição do céu mil vezes com grande profundidade e em alta resolução, utilizando seis diferentes filtros de cores.
O Observatório Vera C. Rubin é um dos projetos mais ambiciosos da astronomia moderna, localizado em Cerro Pachón, no Chile. Com seu supertelescópio de 8,4 metros de diâmetro e a maior câmera digital do mundo, com 3,2 bilhões de pixels, ele está preparado para revolucionar nossa compreensão do universo. O observatório é parte do projeto LSST, que realizará uma varredura completa do céu a cada poucos dias, captando imagens detalhadas de estrelas, galáxias, asteroides e outros objetos celestes.
Essa capacidade de escanear o céu repetidamente permitirá aos cientistas monitorar mudanças dinâmicas no universo, como explosões de supernovas, detecções de asteroides e sinais óticos relacionados a ondas gravitacionais. Além disso, o Rubin contribuirá para a descoberta de novos objetos celestes, medição precisa da expansão do universo e exploração de eventos astronômicos transientes.
Mais Informações:
Site SCOC: SCOC LSST
Para os classificadores com Inteligência Artificial de fenômenos transientes: https://arxiv.org/abs/2404.08798 (submetido a A&A)
Ata da reunião da reunião pública do SCOC: https://community.lsst.org/t/public-scoc-meeting-minutes/7185/25?u=fed