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Grupo do CBPF vence desafio internacional
Pesquisadores e tecnologistas do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), no Rio de Janeiro (RJ), venceram um desafio internacional de identificação de sistemas de lentes gravitacionais em imagens simuladas. A competição foi proposta por um grupo de astrofísica da Universidade de Bolonha (Itália).
Lentes gravitacionais são fenômenos nos quais a luz tem sua trajetória alterada ao passar por grandes aglomerados de massa no universo ‒ os quais agem como gigantescas ‘lupas’. O estudo dessas lentes e sua modelagem são importantes, por exemplo, para a compreensão da distribuição da matéria escura no universo e a verificação precisa da relatividade geral ‒ esta última, é a teoria da gravitação proposta pelo físico de origem alemã Albert Einstein (1879-1955) em 1915.
Matéria escura ‒ cuja natureza ainda é misteriosa ‒ é responsável por cerca de 25% da composição do universo. Outros 70% (igualmente misteriosos) são atribuídos à chamada energia escura. Apenas 5% do universo são compostos por matéria ‘comum’, aquela que forma galáxias, estrelas, planetas, minerais, animais, plantas etc.
A equipe
A equipe vencedora do desafio -- autodenominada CAST (CBPF Arc Search Team ou Time de Busca de Arcos do CBPF) -- é formada por Clécio De Bom, do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca e pesquisador colaborador do CBPF; Patrick Schubert, Manuel Valentín, Luciana Dias, Marcelo Portes de Albuquerque, Paulo José Russano, Marcos Vinicius Silva e Pedro Russano ‒ todos trabalhando em projetos de pesquisa de desenvolvimento no CBPF ‒, Cristina Furlanetto da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Martín Makler, pesquisador titular do CBPF. Todos atuam na área de Inteligência Artificial, Visão Computacional e/ou Cosmologia. Além do 1o lugar, o CAST ainda arrematou o 3o, 4o e 6o lugares.
Todos atuam na área de inteligência artificial/processamento de imagens e cosmologia. Além do 1o lugar, o CAST ainda arrematou o 3o, 4o e 6o lugares.
“A vitória demonstra um ganho de competitividade internacional de nosso grupo de inteligência artificial. Foram meses de muito trabalho. E essa vitória também demonstrou a necessidade do uso intensivo da computação [MultiGPU] desenvolvida no CBPF”, disse De Bom.
Da esq. para dir., Patrick, Marcelo, Martín, Paulo, Clécio, Pedro, Manuel, Marcos e Luciana
(Crédito: NCS/CBPF)
Desenvolvimento Tecnológico e Inovação
Para participar da competição, o CBPF desenvolveu uma infraestrutura computacional com múltiplas unidades de processamento gráfico (MultiGPUs), batizada de Sci.Mind, nome simbólico para 'mentes para a ciência'. Esse equipamento possui o poder de um supercomputador para Inteligência Artificial e sua montagem é resultado de uma parceria de P&D do CBPF com a Petrobras. A busca por lentes gravitacionais também contou com a ajuda de ferramentas avançadas de inteligência artificial, como as chamadas redes neurais — no caso, desenvolvidas com técnicas de auto machine learning (AutoML). Esse arsenal computacional desenvolvido pela equipe do CBPF pode ser adaptado para áreas multidisciplinares, tais como análises de dados geofísicos, médicos e financeiros.
Parceria e apoio
Os vencedores do desafio tiveram apoio de integrantes do Laboratório de Computação e Inteligência Artifical do CBPF (LITCOMP-IA): Márcio Portes de Albuquerque (tecnologista sênior do CBPF), Elisângela Lopes de Faria (doutora em Sistemas Computacionais) e André Persechino (físico e doutorando no CBPF).
NCS
Núcleo de Comunicação Social
CBPF
Mais informações:
Resultado do desafio: http://metcalf1.difa.unibo.it/blf-portal/gg_challenge.html