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Egressa do CBPF assume cargo no LHCb/CERN
Göbel foi convidada para esse cargo pela recém-eleita Coordenadora de Física Yasmine Amhis ( Laboratoire de Physique des 2 Infinis Irène Joliot-Curie – Paris) e sua nomeação foi ratificada pelo Conselho da Colaboração LHCb no dia 10/06/2022. Essa é a primeira vez que um(a) cientista brasileiro(a) ocupa tal posição em um dos grandes experimentos do LHC. “Foi uma honra receber o convite da Coordenadora Yasmine Amhis, sei das responsabilidades da posição e espero fazer um bom trabalho como Coordenadora Adjunta”, declarou.
Durante o mandato de dois anos, que será iniciado em agosto, as duas pesquisadoras responderão diretamente ao porta-voz da colaboração e serão responsáveis pela qualidade dos resultados de física, que serão submetidos à publicação em jornais científicos. Elas indicarão os especialistas que coordenarão os diversos grupos de trabalho em física, definirão as equipes de revisão interna das análises de dados e aprovação dos resultados, bem como supervisionarão todas as etapas de revisões de artigos até a submissão aos jornais científicos.
A pesquisadora começou a trabalhar com física experimental de altas energias ainda no mestrado: como aluna da PUC-Rio decidiu, na metade do curso, mudar o que vinha fazendo e por indicação de um amigo procurou o Prof. Ignácio Bediaga, pesquisador do CBPF, no início de 1993.
Após defender o mestrado sob sua orientação, decidiu fazer o doutorado no CBPF. “Posso dizer que o CBPF marcou essa minha escolha, e meu doutorado, em física de charme no experimento E791 (Fermilab, EUA), sob orientação de Bediaga e Alberto Reis, foi fundamental na consolidação do que veio a ser a minha carreira”, completa a coordenadora, que segue colaborando desde então com o grupo (do LHCb) do instituto.
Desde 2003, Göbel é professora do quadro integral no Departamento de Física da PUC-Rio. É pesquisadora nível 1C do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Cientista do Nosso Estado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ). Suas principais linhas de pesquisa estão relacionadas ao estudo de decaimentos e violação de carga-paridade envolvendo mésons, contendo os quarks charm e beauty no experimento LHCb.
“Estou trabalhando em pesquisas no LHCb há mais de 15 anos; ser parte desse experimento do CERN é, para mim, estar no lugar certo, com as pessoas certas, fazendo o que para mim é a física mais divertida”, conclui.
Professora Carla Göbel Burlamaqui de Mello
Foto: Arquivo pessoal
CBPF no LHCb
A colaboração LHCb é composta por cerca de 1500 membros de 89 instituições em 19 países. Possui uma estrutura organizacional que define elementos-chaves para garantir a operação do experimento e a qualidade dos dados e de suas análises. Até o momento, mais de 600 artigos foram publicados com dados coletados desde 2010, somando mais de 47 mil citações. Em 2022, o experimento volta a coletar dados com uma atualização significativa das tecnologias usadas nos subdetectores e no sistema de aquisição de dados.
O grupo do CBPF no LHCb vêm atuando ativamente no desenvolvimento de dispositivos no projeto de fibras cintilantes ultra-finas do novo sistema de trajetória do LHCb, assim como em projetos que envolvem unidades de processamento de gráfico (GPUs) e computação em nuvem.
Mais informações:
CERN: http://www.home.cern/ .