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CBPF promove dia de celebração pelos seus 75 anos de fundação e o Centenário de Cesar Lattes
Em celebração aos 75 anos de fundação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e ao Centenário de Cesar Lattes, o instituto promoveu um dia de comemorações, justas homenagens ao físico e debates com diretores e pesquisadores sobre as perspectivas para o futuro da ciência, tecnologia e inovação.
O físico, conhecido por uma inquietude intelectual, recebeu homenagens pela manhã, com depoimentos de familiares, amigos e colegas de profissão. Através dos diferentes relatos, a vida e obra do pesquisador foi costurada pelos palestrantes, destacando sua dedicação, seu trabalho pela ciência nacional e visão de vanguarda.
Eternidade
O pesquisador aposentado do CBPF, Odilon Tavares, apresentou fatos de Lattes enquanto cientista e destacou a sua maturidade para lidar com questões complexas, que o levou a fundar o CBPF junto com outros pesquisadores, quando tinha apenas 24 anos.
Além disso, Odilon destacou a relevância atemporal de Lattes para a ciência e para o Brasil: "O céu, a terra e as estrelas são eternos, porque não existem para si mesmos. Da mesma forma, Cesar Lattes foi eterno, pois não existiu para si mesmo”.
Encontro de olhares
Seguindo a programação, houve o depoimento da filha Maria Lúcia Lattes Romeiro, representando os familiares do homenageado: “nós celebramos hoje, não apenas o avanço da ciência, mas também homens e mulheres que dedicaram suas vidas ao progresso do conhecimento. Essa instituição marcou a história da ciência no Brasil e foi o lar de grandes cientistas, entre um dos quais, nosso pai, que encontrou aqui o ambiente ideal para o desenvolvimento do seu trabalho”.
Para João Paulo Sinnecker, vice-diretor do CBPF, “foi uma grande satisfação receber a família de Lattes, incluindo suas três filhas: Maria Tereza, Maria Cristina e Maria Lúcia, que emocionou a todos com seu depoimento, demonstrando a honra de ver a vida de seu pai relatada de olhares distintos, tão valiosos e especiais”.
Depoimentos
Um momento que trouxe leveza foi o dos depoimentos dos amigos do homenageado, Anna Maria Endler e Takeshi Kodama, que relataram momentos marcantes e curiosos de suas relações com Lattes – sua tendência à organização e seu anseio por pesquisa que por vezes o colocaram em situações inusitadas.
“Lattes deixou um legado enorme para a institucionalização da ciência brasileira, com um grande número de instituições inspiradas e apoiadas por ele” descreveu Ildeu Moreira, em seu momento de fala.
Ele também registrou a relevância de Lattes nos campos que vão além da ciência, como no samba enredo da Mangueira “Brasil, Ciências e Artes”, que reverenciou o físico; além de destacar os recentes reconhecimentos ao seu nome, como a exposição da Sociedade Brasileira para o Progresso para Ciência (SBPC) em sua homenagem lotada na Câmara e a recente inclusão de seu nome no livro dos heróis da Pátria.
Cartas
Augusto Videira, historiador, professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro e colaborador do CBPF, trouxe correspondências entre Lattes, José Leite Lopes (1918-2006) e Jayme Tiomno (1920-2011) para narrar os anos que antecederam a criação do CBPF. Através dos relatos, pode se ter uma visão dos esforços para estabelecer alianças e construir um centro de pesquisa de caráter nacional. “O CBPF é produto da coletividade desses três físicos”, concluiu.
“Guto Videira expressou o esforço e determinação de personalidades para a criação de um Centro de pesquisa especializado em Física, dando origem ao CBPF. Um dia para ficar na memória”, avalia o diretor do CBPF, Márcio P. de Albuquerque.
Perspectivas
A tarde trouxe uma apresentação sobre a instituição, realizada pelo pesquisador emérito do CBPF, Alberto Passos Guimarães, além de debates sobre os desafios da Física e da Ciência, Tecnologia e Inovação.
“Foram apresentados projetos do CBPF para transpor desafios do futuro na CT&I e fomos contemplados com um rico debate envolvendo representantes de pesquisa, ensino e inovação, das 3 esferas de governo, municipal, estadual e federal, que nos desafiou à pensarmos ainda mais sobre o futuro do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação”, avaliou Albuquerque sobre a mesa de encerramento “Perspectivas para CT&I”.
“Os desafios da mesa de encerramento deixaram claro que precisamos seguir preservando nosso lema, ‘Celebrando o passado, realizando o presente, construindo o futuro’”, conclui Sinnecker.
O evento foi encerrado com o lançamento de exposição sobre o físico e fundador, Cesar Lattes, promovida pelo Núcleo de Informação C&T e Biblioteca (NIB/CBPF). A exposição é composta por uma coletânea de fotografias da vida do cientista, com trechos de publicações sobre ele. “Enchemos a nossa casa de vários momentos. Fizemos um tour com as filhas e elas ficaram apaixonadas – então nossa missão foi cumprida”, avalia Nilton Alves Júnior, responsável pelo NIB/CBPF.
Encerrando a noite, o NIB recebeu o lançamento do livro, “Entre partículas e buracos negros” escrito por William Dean Breawer e o co-autor Alfredo Tiomno Tolmasquim, que esteve presente realizando uma noite de autógrafos.
Mais informações:
Cerimônia: https://www.youtube.com/watch?v=FymqIo8U3YE