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CBPF participa da Conferência de Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro
O Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) participou nos dias 26 e 27 de fevereiro da Conferência de Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro sediada na universidade Federal Fluminense (UFF) em Niterói. O evento teve por objetivo discutir ações a serem levadas para a 5ª Conferência Nacional (CNCTI) que ocorrerá em Brasília no mês de junho deste ano.
Durante os dois dias, os debates se concentraram em torno de oito eixos: complexo econômico e industrial da saúde; tecnologia de baixo carbono e transição energética, inovação pelo oceano, violência, cidade e metrópole, comunicação, divulgação científica e ciência básica.
Destaque para a Pós-graduação
A valorização dos profissionais pós-graduados foi o assunto do primeiro debate da Conferência e trouxe questões pertinentes ao tema. Coordenada por Monica Savedra, Pró-reitora de pesquisa da UFF, a mesa composta por Thiago Signorini (Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ), Adalberto Vieyra (UFRJ e Pós-Graduação em Biomedicina Translacional – BIOTRANS/UNIGRANRIO) e Natalia Silvia Trindade (Associação Nacional de Pós-Graduandos – ANPG) apontou que política e pós-graduação precisam ser discutidas juntas e que as empresas necessitam dar mais oportunidades para os doutores que estão no mercado.
O coordenador da Pós-Graduação da UFRJ Thiago Signorini, citou o trabalho desenvolvido pelo CBPF com empresas parceiras, “ O CBPF traz um bom exemplo de oportunidades para os pós-graduandos. Os laboratórios possuem parcerias com empresas, como a Petrobras, e esse movimento é muito importante, não só para o aluno, mas também para a empresa que tem acesso a um profissional muito bom”.
Ciência, Tecnologia e Inovação em pauta
Elika Takimoto (Assembleia Legislativa RJ), Valeria Braga (Secretaria CT&I de Niterói) e Tatiana Roque (Secretaria CT&I RJ) propuseram um diálogo acerca dos problemas diários enfrentados no Rio de Janeiro e como a ciência e a tecnologia podem buscar soluções. Além disso, ressaltaram a importância da popularização e da presença feminina no ambiente científico e acadêmico. Trazendo um outro aspecto, a mesa composta por Angela Uller (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia – COPPE-UFRJ), Isabel Lustosa (Casa Ruy Barbosa) e Rafael Clemente (Elo Group) ressaltou que a inovação não pode se desprender dos demais temas e deve ser vista como sinônimo de rapidez.
Segundo Ildeu de Castro Moreira (UFRJ) o papel do evento é maior do que apenas pensar em proposições para a 5ª CNCTI, serve para mostrar que o Rio de Janeiro pode contribuir mais: “Estamos aqui, não apenas para pensar no Brasil, mas sim para dizer em alta voz que o Rio de Janeiro está disposto a participar de forma ativa das políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação. Estamos abertos a todo e qualquer diálogo! ”.
Abertura Oficial
Os representantes dos institutos convidados à mesa de abertura ressaltaram a importância de uma comunicação aberta entre a sociedade civil e o poder público, não somente em ocasiões pontuais, mas de forma periódica fortalecendo a democracia e pluralidade das questões do estado. O reitor da UFF, Antônio Claudio Lucas de Nóbrega, destacou a necessidade de direcionar recursos a produção de novas tecnologias e produção de conhecimento: “falar de ciência não é apenas tratar de uma opção de carreira, mas sim de um processo civilizatório. Todo exemplo de inovação no mundo ocorre a partir de uma base larga de ciência”.
A reitora da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), Rosana Rodrigues, exaltou a conferência e frisou a importância da pauta para o estado: “exalto a iniciativa de nos unir aqui e propor um plano para o nosso Rio. É urgente que essa pauta seja construída de forma ampla e justa, valorizando os aspectos humanos, igualitários e de diversidade”.
Trazendo o público para o processo
Divididos em oito painéis (com os eixos centrais do evento) e um seminário – Neoindustrialização / Segurança Alimentar –, o público foi convidado, na manhã do segundo dia, a participar do processo de construção de propostas sobre a Ciência e Tecnologia do Estado. Liderados por uma mesa com especialistas e acompanhados de relatores, cada bloco debateu e gerou um documento com análises e propostas aos temas tratados.
Durante plenária à tarde, liderada pelo diretor do CBPF, Márcio Portes de Albuquerque, e Rogério Amaury de Medeiros, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), foram também apresentadas propostas individuais aos eixos. Dentre os tópicos estavam a valorização da pesquisa básica e do patrimônio científico e cultural do estado, incentivo à contratação de mestres e doutores, criação de um Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico voltado para a área da saúde. Ao final, todas as contribuições foram compiladas em um documento único que será apresentado na 5ª CNCTI.
“O CBPF tem a honra de contribuir com a realização dessa Conferência. Sabemos que é vital debater a ciência, a tecnologia e a inovação do Rio de Janeiro para que sejam elaboradas políticas alinhadas às demandas inerentes ao Estado, o que enriquece e valoriza a pesquisa no cenário nacional”, avaliou Albuquerque.
Organização
A conferência foi organizada pela Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC) em parceria com a Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o CBPF, o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), a Finep, além de representantes de universidades localizadas no Estado do Rio de Janeiro.
Mais informações:
Portal da Conferência: https://conferenciacti.rio.br/
Documentos: https://conferenciacti.rio.br/documentos/