A Fundação Casa de Rui Barbosa e a Divisão Arquivo-Museu de Literatura Brasileira convidam o público para a Mostra Memória Literária VI Poesia e paisagem: caminhos de João Cabral de Melo Neto. Aberta à visitação de segunda a sexta, das 10h às 18h, no hall do Edifício Américo Jacobina Lacombe. Entrada franca.
O evento visa homenagear e celebrar o poeta e diplomata no seu centenário, comemorado no dia 9 de janeiro de 2020, torna visível um dentre tantos possíveis itinerários da vida, da obra e da atividade diplomática de João Cabral de Melo Neto. Nestes caminhos de João Cabral, o espectador pode iniciar seu trajeto a partir de documentos pessoais do poeta - carteira do Turing Club Francês, carteira do Governo do Paraguai, diploma do Clube do Cinema Inglês, diploma de Prêmio da Academia Brasileira de Letras (ABL), uma das versões discurso de posse na ABL, além de duas mostras raras de exercício autobiográfico: o manuscrito de “Um pernambucano em Petrópolis”, e a biografia escrita para um álbum musical com gravações do poeta.
Na sequência, a exposição traz textos e fotografias que representam a infância e a juventude de João Cabral. O poema “Infância”, presente no livro Pedra do sono (1942), aparece comentado na carta do jornalista Danilo Torreão (de 10 de setembro de 1942). As cartas do crítico literário Willy Lewin (de 21 de junho de 1943), do pintor Vicente do Rêgo Monteiro (sem data) e do poeta Carlos Drummond de Andrade (16 de março de 1941) ilustram a vida literária e os anos de formação do jovem poeta à roda dos amigos do Café Lafayette, no Recife.
A Espanha de Cabral está aqui registrada pelas cartas do escritor João Guimarães Rosa (23 de junho de 1950), comentando sobre a edição do periódico “O Cavalo de Todas as Cores”, publicado pelo selo O Livro Inconsútil, saído da tipografia artesanal que João Cabral adquire na Espanha; e pela carta do poeta e tradutor Rafael Santos Torroella. Para exemplificar a participação de João Cabral na arte e na cultura espanhola, o público tem acesso ao prefácio da antologia “Quinze poetas catalãs”, preparada e com poemas traduzidos por Cabral; e ao catálogo da “Exposição Barcelona 1949”- “Grabados”. Ainda estão presentes o poema “A Giralda”, o manuscrito “Meus toureiros”, o datiloscrito “Tapiès, Cuixart, Ponç”, e o manuscrito de poema inédito em livro “Uma sevilhana ao despertar”, acompanhado da publicação deste em periódico.
Embora menos presente nos poemas que a paisagem espanhola, o espaço africano figura na carta de apresentação de Cabral ao Presidente do Senegal, Léopold Senghor, e na resposta do presidente ao embaixador, ambos documentos datados de 21 de julho de 1972. Completam a mostra do período africano de João Cabral, um cartão-postal do professor Babacar Diakhate, o manuscrito do poema “Pelas savanas do Sahel...” e o datiloscrito do poema “Poucos sabem, mas existe um baobá no Recife”. Para marcar a América Latina na trajetória do poeta, estão expostos o datiloscrito do poema “Quito de
America” e o poema “O chimborazo como retórica”. As amizades que se mantiveram, a despeito das distâncias, são representadas pela carta do poeta Lêdo Ivo (de 2 de setembro de 1948), por um cartão-postal do diplomata Lauro Escorel, de 1946, um telegrama do poeta Vinicius de Morais, de 1950, e um cartão-postal do poeta Murilo Mendes de 1967. No final da exposição, propõe-se afirmar, neste centenário do poeta, a presença de João Cabral de Melo Neto em dois depoimentos e nos manuscritos de poemas nunca publicados em livro: “Rio de Janeiro” e “Memórias de um cônsul”.
Serviço:
Hall do Edifício Américo Jacobina Lacombe (prédio anexo)
Segunda a sexta, das 10h às 18h
Rua São Clemente, 134 - Botafogo