Histórico do Jardim
O lote onde está situada a casa pertencia à chácara do conselheiro Figueiredo, que tinha frente na praia de Botafogo, entre a atual rua São Clemente, e o riacho Banana Podre, que desaguava onde hoje está o Colégio da Imaculada da Conceição, e os seus fundos chegavam às vertentes da serra.
Em 1849, o primeiro Barão da Lagoa, Bernardo Casimiro de Freitas, adquiriu o lote para construir sua residência, concluída em 1850. Anos depois, na ocasião da venda da casa e do terreno para o Comendador Albino de Oliveira Guimarães, em 1879, constava na escritura do terreno a seguinte descrição: “jardim, horta e pomar, grande parreiral sobre vergalhões de barrões de ferro, vasos, figuras, bancos de jardim etc”. A família do Comendador Albino residiu no local entre 1879 e 1890, realizando grandes melhorias na residência e na chácara. Acredita-se que os elementos românticos como lagos, pontes e rochas artificiais, inspirados no trabalho do francês Auguste François Marie Glaziou (paisagista do imperador Dom Pedro II), foram introduzidos no jardim nesse período.
A casa e seu jardim passaram ainda brevemente por um terceiro proprietário, o comerciante inglês, John Roscoe Allen entre 1890 e 1893 antes de ser adquirida finalmente em 1893, pelo valor de 60 contos de réis, por Rui Barbosa e sua esposa Maria Augusta. Documentos referentes ao jardim, como as escrituras citadas, podem ser consultados no Repositório Rui Barbosa de Informações Culturais (LINK http://rubi.casaruibarbosa.gov.br/ ), e nas bases do nosso Arquivo Histórico e Institucional e das nossas Bibliotecas (LINK Iconografia http://iconografia.casaruibarbosa.gov.br/fotoweb/ )
Durante o período (1895 a 1923) que a família Rui Barbosa residiu no local, foram introduzidas inúmeras espécies exóticas, em sua maioria, rosas, as flores preferidas do jurista. O jardim chegou a contar com mais de 300 espécies de rosas, cultivadas pelo próprio Rui. Nos fundos do terreno junto à Rua Assunção, existia uma horta, para o cultivo de hortaliças e uma estufa de vidro fosco para orquídeas, samambaias, avencas e outras espécies cultivadas por Maria Augusta. Para essas e maiores informações sobre o cotidiano do jardim no período da família Rui Barbosa, acesse a publicação “Memórias de um Jardim” (LINK: http://rubi.casaruibarbosa.gov.br/handle/20.500.11997/9040 ), de Claudia Barbosa Reis.
Em 1924, um ano após a morte de Rui Barbosa, sua esposa Maria Augusta, decidiu vender a casa para o governo federal. Contudo, entre 1924 e 1930, data da inauguração do Museu Casa de Rui Barbosa, o jardim sofreu grandes alterações. Em 1927 foi autorizado pelo prefeito do Distrito Federal, Alaor Prata, a desapropriação de uma parte do terreno do jardim da residência para o prolongamento da rua Assunção. Foi destacada uma faixa do terreno, destruindo assim toda a lateral direita do jardim.
O jardim lateral foi refeito na reforma de 1930, quando o terreno foi aterrado e os canteiros reconstruídos e preenchidos com terra adubada. Para detalhes sobre a Reforma de 1930, realizada pelo engenheiro italiano Vittorio Miglietta, acesse o Relatório da reconstrução do jardim da Casa de Ruy Barbosa (LINK http://rubi.casaruibarbosa.gov.br/handle/20.500.11997/17048 )
Contudo, seu aspecto original jamais foi recuperado, assim como outros elementos componentes do jardim conforme se apresentava à época da família Rui Barbosa.
Em um desenho da década de 1940, podia-se ainda observar o traçado atual dos canteiros do jardim, somados às áreas destinadas ao pomar e à horta, hoje ocupadas pelo edifício-sede da FCRB.
Em dezembro de 2016, foram iniciadas as obras do pioneiro Projeto de Revitalização e Restauração do Jardim Histórico da Casa de Rui Barbosa, realizado em parceria entre a FCRB e a Fundação Darcy Ribeiro (Fundar), com recursos do Fundo Nacional de Cultura e apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Para maiores informações sobre o histórico do jardim e todo o processo das obras de restauração e revitalização, acesse a publicação “O jardim de Rui Barbosa: Preservação de um jardim histórico” (LINK: http://rubi.casaruibarbosa.gov.br/handle/20.500.11997/10237 ) (FCRB/FUNDAR), no RUBI, bem como o blog (link http://antigo.casaruibarbosa.gov.br/conservacaopreventiva/jardim/), desenvolvido para atualizar os interessados sobre o andamento da obra.
Jardim
O Jardim está aberto todos os dias, das 9h às 17h30.