IX Série Casas brasileiras & interiores

Palestrante: Helder Carita

Título: O Pálácio de Deao em Quepem e a arquitectura indo-portuguêsa

Ementa: Na busca de inter-relações entre Índia, Portugal e Brasil, pretendemos discutir, do ponto de vista de uma história da arte global, cadeiras e modos de sentar, procurando responder se existiriam assentos próprios a países de clima tropical. Ao abordar as cadeiras com palhinha da Índia e as palhas usadas em esteiras e redes, buscamos compreender o papel das transculturalidades nos hábitos de sentar no Brasil, desde o período colonial até o século XX.

Perfil: Possui doutorado em História da Arquitetura e do Urbanismo pela Universidade do Algarve (2007). Tem experiência na área de investigação sobre história, arquitetura doméstica, urbanismo português dos séculos XVI a XVIII e artes decorativas portuguesas.

Palestrante: Adriano Novaes

Título: A casa senhorial urbana: Valença, Vale do Paraíba, século XIX.

Ementa: Com a vinda da Família Real Portuguesa  para o Rio de Janeiro em 1808 e com a abertura dos portos decretada por D. João VI, marca o início de um processo de desprestígio dos hábitos e costumes da sociedade colonial em favor de uma verdadeira europeização da vida no Rio de Janeiro e nos principais centros urbanos. A cultura muda de dono — França em vez de Portugal, mas numa relação de dependência mais flexível, pois com influências de escultores italianos e desenhistas alemães. A fundação da Academia Imperial de Belas Artes em 1816, vai proporcionar a implantação de tipos mais refinados de construção contribuindo para o abandono de velhas soluções coloniais. A arquitetura erudita, privilégio de igrejas, transfere-se aos palácios, edifícios públicos, escolas, solares que vão sendo erguidos segundo o novo gosto, ou seja, o neoclássico. A cidade de Valença, fundada no início do século XIX, desenvolveu-se justamente nessa fase de transição por que passou não só a arquitetura, assim como todo os demais aspectos culturais do Brasil. Da influência lusa, barroca e rococó para a francesa, neoclássica. São exatamente os grandes solares, os prédios públicos, a arquitetura religiosa além das belas praças que vão conferir a Valença características de cidade do século XIX.

Perfil:  Historiador e museólogo. Entre os vários trabalhos de relevância para a preservação da memória regional, foi responsável pela  pesquisa história do Inventário dos Bens Culturais Imóveis de Valença, realizado pelo Prefeitura Municipal de Valença (2003/2004); coordenou a pesquisa histórica do projeto Inventário das Fazendas do Vale do Paraíba Fluminense (2008/2010), quando foram inventariadas 233 fazendas Históricas, sob a coordenação técnica do INEPAC e Instituto Cultural Cidade Viva. Atualmente é Chefe do Escritório Técnico Regional INEPAC/Médio Paraíba, vice-diretor do Museu Histórico do Vale – MUVA e curador da Pinacoteca da Santa Casa da Misericórdia de Valença.