Rui Barbosa em Haia
Aqui você encontra informações sobre a Segunda Conferência Internacional da Paz, realizada em Haia, no período de 15 de junho a 18 de outubro de 1907, e sobre a atuação de Rui, sua aclamação como Águia de Haia e cronologia dos principais momentos de sua participação, com indicação de seus discursos mais relevantes
A Segunda Conferência da Paz foi um dos momentos culminantes da sua carreira. Designado embaixador extraordinário e plenipotenciário e delegado para representar o Brasil em Haia, deixou sua marca, firmando o dogma da igualdade jurídica dos Estados. Fortes ou francos, ricos ou pobres, grandes ou pequenos, o que estava em jogo era a igualdade e a soberania. A participação de Rui na Conferência dá-lhe a reputação de defensor das pequenas potências.
Muitos falaram sobre Rui jornalista da República, Rui escritor e orador, Rui advogado, Rui renovador da sociedade, Rui ministro da fazenda, Rui diplomata, Rui e a educação. São tantas as facetas e tantos os veios por onde seguir, que a preocupação é buscar o fio condutor, para que Rui apareça na sua exata posição e na justa medida do papel que ele representou para o país, para a sua época e para a História. "Vi todas as nações do mundo reunidas, e aprendi a não me envergonhar da minha. Medindo de perto os grandes e os fortes, achei-os menores e mais fracos do que a justiça e o direito"
Sua participação tem início em 1906, quando o diplomata Manuel de Oliveira Lima indica na imprensa o seu nome para representante do Brasil na Segunda Conferência Internacional da Paz, em Haia, tendo o apoio de Edmundo Bittencourt do jornal Correio da Manhã.
Em maio de 1907, Rui Barbosa, vice-presidente do Senado, é nomeado embaixador extraordinário e plenipotenciário e delegado do Brasil. Ele chega a Haia em junho, onde será presidente de honra da 1ª Comissão, e membro inscrito nas 1ª e 4ª comissões.
A Conferência é concluída em outubro, e Rui e sua família retornam ao Brasil em dezembro, quando é recebido festivamente pela população e homenageado pelos políticos.
Rui na Conferência
Imediatamente Rui Barbosa comunicou ao barão do Rio Branco a distribuição de juízes proposta dizendo que se "tamanha e amarga humilhação" se verificasse, não haveria como permanecer dignamente na Conferência. O projeto apresentado pelos Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha não mudou o teor de desigualdade na representação das nações no tribunal.
Rui Barbosa, de acordo com suas convicções e com as instruções recebidas do Brasil, já havia se manifestado contra a arbitragem obrigatória e tornou-se ainda mais incisivo ao perceber que os instrumentos da arbitragem estariam dominados pelas grandes potências. Assumiu então a posição de defender o princípio da igualdade entre os Estados soberanos e a resistência à depreciação da América Latina.
Com a adesão de muitos outros Estados, o princípio da igualdade foi vitorioso e a constituição do tribunal de arbitragem foi aprovada sem que a sua composição ficasse determinada. Foi uma vitória da habilidade de Rui Barbosa e da representação brasileira, mas não uma conquista permanente, pois, após as grandes guerras, o sistema internacional seria constituído a partir de instituições que consolidariam a hierarquização e a desigualdade entre as nações.
Veja também
Referências
Segunda Conferência da Paz
Águia de Haia
Cronologia de Rui em Haia