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YANOMAMI
No V Fórum de Lideranças Yanomami e Ye'kwana, Governo Federal apresenta balanço das ações para o território
Lideranças indígenas e representantes do Governo Federal dialogaram sobre ações adotadas na região - Foto: Leo Otero | MPI
O Governo Federal apresentou nesta quinta-feira (26) um balanço das ações de proteção do povo Yanomami e de combate ao garimpo ilegal no território. Durante o V Fórum de Lideranças Yanomami e Ye’kuana, na comunidade de Auaris, em Roraima, representantes de diversos Ministérios detalharam as ações e resultados positivos da atuação do governo na maior terra indígena do Brasil, com 10 milhões de hectares, mais de 380 comunidades e 30 mil indígenas.
Desde janeiro de 2023, o Governo Federal investe para mitigar a grave crise causada na região pelo garimpo ilegal. O coordenador da Casa de Governo Yanomami, Nilton Tubino, destacou a queda expressiva das atividades de garimpo na região desde a implantação da Casa de Governo. A atividade ilegal é uma das maiores ameaças ao território Yanomami.
“Essa é uma determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e uma agenda prioritária. Desde o início da desintrusão, temos 18 órgãos atuando no combate ao garimpo ilegal”, afirmou.
Tubino enfatizou o esforço contínuo do Governo Federal em devolver a autonomia sobre o território ao povo Yanomami e Ye'kwana e avaliou que o encarecimento dos custos da extração do ouro no território indígena tem desarticulado a atividade. “Garimpeiros estão, hoje, sem estrutura para operar, sem alimento e meio de locomoção, e se entregando às forças policiais por estarem com fome e sem condições de permanecer no garimpo”, destacou.O secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba, ressaltou que no último um ano e meio o número de profissionais atuando no território subiu de 690 para 1,5 mil.
“Fizemos investimentos robustos. Quando iniciamos o governo, havia apenas quatro médicos. Hoje temos 40. Reabrimos sete polos base, construímos seis novas unidades. Além disso, estamos mantendo as estruturas abastecidas”, informou.
Queda na desnutrição
Desde o início da emergência, 5,2 mil indígenas voltaram a ter assistência. Somente a Secretaria de Saúde Indígena investiu R$ 221 milhões no território Yanomami em 2023. Até agosto deste ano, foram R$ 216 milhões.
“O principal reflexo dos investimentos é a queda de 33% na mortalidade, a queda na desnutrição e reforço no combate da malária”, finalizou o secretário.
O secretário nacional de Direitos Territoriais do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Marcos Kaingang, frisou que o momento é de união e fortalecimento das relações. Ele reforçou que o governo brasileiro está focado nas ações de desintrusão. “Temos realizado um forte trabalho de proteção territorial. Além disso, desenvolvemos um conjunto de ações para aumentar a saúde indígena e superar a insegurança alimentar. Já estamos tendo bons frutos”, avalia.
Acesso controlado
A presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joênia Wapichana, destacou que a atuação do órgão é garantida por lei e traz grande avanços para os povos indígenas. Além disso, ela lembrou que houve um forte investimento no território Yanomami por determinação do presidente Lula.“Estamos trabalhando para melhorar a logística no território para garantir segurança alimentar aos povos. Além disso, contratamos intérpretes para trabalharem nas ações do governo”, disse.
Joênia destacou que a Funai está investindo na contratação de indígenas para ocuparem cargos de liderança. “É nossa obrigação promover a integração do indígena no processo de fortalecimento da cultura e do bem viver”, salientou.
A presidente da Funai ressaltou ainda o maior controle do acesso às aldeias. Para acessar as comunidades, é necessário o registro e autorização legal da visita. “Isso evita invasão e situações de risco”, garante.
Diálogo com lideranças
A presença de órgãos governamentais como ICMBio, Funai, IBAMA e MPI reforçou a importância de uma cooperação integrada para manter a vigilância e proteção constantes do território, evitando novas invasões e ameaças.
O fórum, que segue até o dia 28 de setembro, tem sido um espaço importante para que as lideranças indígenas possam articular suas demandas e buscar soluções junto às instituições governamentais, fortalecendo a defesa e a preservação da Terra Indígena Yanomami.