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Desestatização
Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) é leiloada e Brasil tem a primeira desestatização da história do setor portuário
A Codesa deixa de ser uma empresa pública e torna-se de capital privado após o pagamento de R$ 326 milhões por suas ações - Foto: Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa)
A Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) tornou-se a primeira da história do setor portuário brasileiro a entrar para o rol das empresas privadas. Nesta quarta-feira (30), ela foi leiloada na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3. Pelos próximos 35 anos, a FIP Shelf 119 Multiestratégia, vencedora do leilão, vai investir pelo menos R$ 850 milhões, sendo 335 milhões na ampliação dos portos de Vitória e de Barra do Riacho. Disputado por duas empresas, o certame teve quatro dezenas de lances e chegou a uma outorga de R$ 106 milhões.
A Codesa, antes empresa pública, torna-se de capital privado após o pagamento de R$ 326 milhões por suas ações e passa a ser concessionária dos dois portos sob fiscalização da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). A modelagem é inédita no Brasil.
“A bem-sucedida desestatização da Codesa nos mostra que o futuro da infraestrutura de transportes está cada vez mais próxima da gente. Com os investimentos previstos, será possível dotar os portos de Vitória e de Barra do Riacho das melhores práticas e tecnologias existente no mundo hoje. Na prática, é desenvolvimento, empregos e aprimoramento de toda a cadeia logística brasileira”, afirmou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.
Investimentos
De imediato, o arrendatário deverá aportar R$ 55 milhões na recuperação estrutural de todo o complexo portuário, R$ 34 milhões na recuperação dos berços dos terminais Peiú e de São Torquato e mais de R$ 270 milhões na modernização do canal de acesso. Também estão previstos R$ 10 milhões como contrapartida na reforma de armazéns e em melhorias urbanas no acesso ao porto.
A aplicação dos recursos deverá dobrar a movimentação de cargas do Porto de Vitória de 7 milhões de toneladas para 14 milhões de toneladas por ano. Para Barra do Riacho, há a possibilidade de exploração de novas áreas, uma vez que 522 mil metros quadrados, de um total de 860 mil metros quadrados, são greenfield – ou seja, para projetos que começam do zero – e poderão ser destinadas a novas atividades na zona portuária.
Com informações do Ministério de Infraestrutura