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Governo Federal e OIM lançam pesquisa sobre deslocamento da população indígena refugiada e migrante Venezuelana
Foram mapeadas 3.328 pessoas de 825 famílias e 90 grupos de 7 etnias diferentes
Nesta quinta-feira (18), o Governo Federal, por meio do Ministério da Cidadania (MC), o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), a Fundação Nacional do Índio (Funai) e também da Organização Internacional para as Migrações (OIM) lançou um estudo inédito sobre a Matriz de Monitoramento de Deslocamento Nacional sobre a População Indígena Refugiada e Migrante Venezuelana.
O estudo contribui para a discussão de ações e políticas públicas e a promoção de direitos sociais, culturais e econômicos voltados para esta população. Também facilita a elaboração de novas pesquisas e metodologias, ampliando o conhecimento e a comunicação com as comunidades indígenas.
“Foi uma experiência de grande aprendizado para a Funai. O indigenismo é um espaço de diálogo no sentido de propiciar o respeito à alteridade, à cultura e formas de organização das comunidades indígenas. A participação no processo dos indígenas venezuelanos que estão no Brasil foi fundamental para o sucesso da pesquisa, cujos resultados contribuem para a melhoria das políticas públicas voltadas a essa população”, ressaltou o coordenador de Processos Educativos (Cope) da Funai, André Ramos.
O diretor de Proteção Social Especial do Ministério da Cidadania, Danyel Iório, destacou que “essa pesquisa entrevistou diversos indígenas venezuelanos que vivem no Brasil, ampliando assim nosso conhecimento sobre esse grupo, o que é fundamental para a construção de políticas públicas mais adequadas às necessidades deles".
Foram mapeadas 3.328 pessoas de 825 famílias e 90 grupos de 7 etnias diferentes, originárias dos estados venezuelanos de Tamacuro, Monagas e Bolivar. Dentre os entrevistados, encontram-se indígenas das seguintes etnias: Warao (70%), Pemón (22,5%), E’ñepá (3%), Kariña (0,3%), Wayúu (0,2%), Ye’Kwana (0,1%) e Baniva (0,1%), sendo estes dois últimos povos indígenas mapeados primeira vez em registros oficiais referentes ao fluxo venezuelano.
Do perfil geral das pessoas, a maioria é do sexo masculino (52%) e metade (50%) está na faixa de 0 a 18 anos. Entre os idiomas falados pelos entrevistados, foram identificados sete, sendo o Warao (92%) o mais abrangente. A população também fala em grande parte o espanhol (77%) e o português (40%).
O Chefe de Missão da OIM Brasil, Sr. Stéphane Rostiaux comenta que “desde 2017 a OIM trabalha com os indígenas no fluxo da Venezuela para o Brasil. Após a realização de estudos técnicos pioneiros avaliamos com nossos parceiros no governo e na sociedade civil que era fundamental um estudo detalhado de perfil para orientar nossa atuação futura. É isso que pretendemos entregar com a publicação deste DTM”.
Monitoramento
A Matriz de Monitoramento de Deslocamento (DTM, na sua sigla em inglês) é uma ferramenta da OIM aplicada no mundo todo desde 2004. No Brasil, sua primeira edição data de março de 2018. As oito edições realizadas no país cobriram principalmente o movimento de venezuelanos que chegavam ao estado de Roraima, produzindo informações relevantes sobre o perfil e as necessidades dessa população, facilitando a execução da acolhida emergencial humanitária e o desenho de políticas públicas de proteção e integração.
Com informações da Funai