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COP26
Brasil reforça posicionamento proativo e construtivo para a implementação da agenda verde
O Brasil se comprometeu a reduzir emissões de carbono em 50%, até 2030 - Foto: Banco de Imagens
O Brasil encerrou a primeira semana de negociações na 26ª edição da Conferência das Partes (COP26),com o reforço do posicionamento proativo e construtivo para contribuir com a implementação de uma nova agenda verde mundial. Dentre os principais pontos destacados pela delegação brasileira está o aumento do financiamento dos países desenvolvidos em projetos e ações que fomentem a economia verde em nações em desenvolvimento.
O objetivo é fazer com que o mundo consiga atingir a neutralidade de carbono até 2050.
Os representantes do governo brasileiro já participaram de mais de cem reuniões de negociação para debater os mais variados temas, como mercado internacional de carbono; proteção de biomas e das populações que deles dependem; redução das emissões de metano; fim do uso do carvão e outros combustíveis fósseis; crescimento econômico sustentável; e segurança alimentar global. Algumas tratativas já foram anunciadas, e outras estão em diferentes estágios.
Entre as iniciativas já apoiadas está o compromisso global para redução de metano e a declaração de florestas e uso da terra, ambos subscritos pelo Brasil. Essas propostas já haviam sido assumidas pelo País dentro de sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) de redução de gases de efeito estufa, que incluem redução de metano e desmatamento ilegal.
Um exemplo de negociação em curso, cuja resolução exigirá muita articulação para se chegar a bom termo, é a regulamentação do artigo 6 do Acordo de Paris, que trata dos instrumentos para a criação de um mercado global de carbono, e que pode gerar 167 bilhões de dólares ao ano em 2030. O Brasil tem sido claro na defesa da transparência e integridade ambiental nas discussões sobre o referido artigo e seus mecanismos. Os negociadores brasileiros têm trabalhado com empenho para superar as diferenças entre as partes, de modo a evitar eventual impasse.
Nas questões financeiras, a avaliação é a de que a discussão sobre caminhos para reduzir a pobreza mundial sem afetar o meio ambiente apresenta muito potencial de avançar. Mas países menos desenvolvidos e em desenvolvimento continuam cobrando os compromissos históricos daqueles mais desenvolvidos. O Brasil, alinhado com o G77, tenta incluir uma agenda de adaptação e mecanismos de perdas e danos (com a possível implantação da chamada Rede de Santiago) – a terceira meta do Acordo de Paris é tornar os fluxos financeiros consistentes com uma trajetória de desenvolvimento de baixo carbono e resiliente ao clima.
O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, realizou, nos últimos meses, encontros com representante de mais de 60 países, a fim de impulsionar um consenso multilateral que facilite as negociações na COP26. Durante essas conversas, o Brasil ofereceu acordos de cooperação técnica para políticas, programas e ações em que já obteve bons resultados, como o Programa Nacional de Pagamentos por Serviços Ambientais (Floresta+), o Plano Nacional de Resíduos (Lixão Zero) e o Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC+).
Baixa emissão de carbono
O Ministério da Agricultura falou sobre as tecnologias de baixa emissão de carbono já adotadas na agropecuária brasileira e as metas para a próxima década, com o Plano ABC+. Por meio da disseminação de técnicas de produção sustentáveis, o objetivo é disseminar as tecnologias de baixa emissão de carbono a mais 72 milhões de hectares de terras agricultáveis, promovendo ganhos de produtividade em terras agrícolas já consolidadas, sem a necessidade de converter novas áreas à atividade produtiva.
O secretário de Desenvolvimento Sustentável e Irrigação do Mapa, Fernando Camargo, lembrou que a agricultura brasileira é movida a ciência e que, nos últimos 50 anos o País desenvolveu um modelo de agricultura tropical baseado em pesquisa e inovação que conjuga de forma singular os três pilares da sustentabilidade.
“A partir de investimentos na tropicalização de variedades de plantas e animais, no desenvolvimento de práticas produtivas adaptadas às condições naturais do nosso território e na qualificação de nossos produtores, deixamos de ser um país importador líquido de alimentos e atingimos a condição de terceiro maior exportador mundial de alimentos, fibras e bioenergia”, disse, lembrando que o Brasil quer compartilhar essa experiência com países de realidades semelhantes, especialmente os países da África, que fazem parte do mesmo cinturão tropical.
Com informações do MMA e do Mapa