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COP26
Brasil apresenta medidas implementadas para reduzir a emissão de metano na pecuária
O melhoramento genético de pastagens para desenvolver alimentos mais digestíveis para os animais está entre as estratégias - Foto: Banco de Imagens
As estratégias para reduzir a emissão de metano na pecuária brasileira foram debatidas na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26). Entre as estratégias apresentadas, e que já são utilizadas para reduzir a emissão de metano, estão o melhoramento genético de pastagens para desenvolver alimentos mais digestíveis para os animais e o melhoramento genético dos animais, que permite o abate precoce.
O tema foi abordado pelo secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Fernando Camargo, e o presidente da Embrapa, Celso Moretti. Na última semana, o Brasil foi uma das nações que aderiram ao compromisso global para redução das emissões de metano.
O presidente da Embrapa, Celso Moretti, disse que o setor pecuário já atua de forma sustentável. “O Brasil mostrou claramente [durante a COP26] que a nossa agricultura, há mais de três décadas, é sustentável. [A agricultura] vem percorrendo um caminho de descarbonização e a tecnologia está no centro de toda essa evolução”, afirmou.
Na lista das medidas que o país já executa para conter a emissão de metano, Moretti destacou a redução de 48 para 36 meses o tempo de abate do gado. O procedimento vem sendo adotado nos últimos dez anos. “Quando o animal fica menos tempo no campo, ele vai produzir menos metano”, explicou.
O gás metano, na pecuária, é liberado na digestão dos animais e no descarte de resíduos sólidos. Para minimizar os efeitos negativos ao meio ambiente, outra solução é o melhoramento genético da pastagem, ou seja, produzir um capim mais digerível no estômago do animal. O uso de aditivos na alimentação do boi, como tanino e óleos essenciais, extraídos do capim-limão, por exemplo, também ajuda a acelerar a digestão.
A Embrapa destacou ainda a integração entre floresta, lavoura e pecuária para sequestro de gás metano. A técnica é utilizada em 17 milhões de hectares no país, área equivalente a quatro vezes o território a Dinamarca. “[A técnica] permite que o carbono emitido pelos animais possa ser sequestrado tanto pelo componente florestal quanto pela agricultura”, disse Moretti.
O secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação do Mapa, Fernando Camargo, lembrou que o manejo de dejetos de animais está previsto no Plano Setorial de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária, o ABC+. A meta é adotar, até 2030, tecnologias sustentáveis em mais de 72 milhões de hectares de áreas degradadas e a mitigação de 1,1 bilhão de toneladas de carbono.
Com informações do Ministério da Agricultura e do MMA