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Saúde mental: pesquisa analisa impacto psicológico do enfrentamento à Covid-19 em profissionais da saúde
Foto: Freepik
Os profissionais de saúde estão na linha de frente do combate ao coronavírus e lidam diariamente com uma série de fatores que deixam o trabalho exaustivo. Uma rotina tão intensa que pode ter consequências para o bem-estar psicológico desses trabalhadores. Para tentar entender esse impacto, pesquisadores da área de psiquiatria da Faculdade de Medicina (FM) da Universidade de Brasília e do Hospital Universitário de Brasília (HUB) desenvolveram um estudo para avaliar o comportamento de médicos residentes que estiveram envolvidos, entre os meses de abril e junho, no atendimento de pacientes com suspeita da doença.
Dados preliminares da pesquisa apontam que, entre os três distúrbios analisados – ansiedade, insônia, depressão e insônia - a ansiedade é a que mais afeta os trabalhadores da saúde. Parte disso se deve ao medo de contaminar familiares que moram na mesma residência. As informações levantadas até então mostram também que 25% dos médicos residentes que responderam à pesquisa afirmaram já ter cogitado trocar de especialidade devido à pandemia. E, ainda, 91,7% confessaram não ter esperança de que a situação melhore no próximo mês.
Entre os sintomas de ansiedade, os mais detectados foram incapacidade de relaxar, medo de que aconteça o pior e nervosismo, constatados de forma moderada em 41,7%. Os principais sintomas de depressão identificados foram cansaço, dificuldade para se concentrar, pouco interesse e sentir-se mal consigo mesmo. Além disso, 83,3% afirmaram que a qualidade geral do sono está prejudicada e 75% apresentam sonolência diurna.
Telepsi
Como reconhecimento da necessidade de apoio a esses profissionais que, pelo trabalho intenso, com riscos de contaminação elevados e condições adversas, o Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde, disponibilizou o projeto TelePSI, um serviço d e suporte psicológico por meio de uma central de atendimento. O projeto deve funcionar até setembro e conta com um investimento federal de R$ 2,3 milhões.
O canal é destinado a todos os profissionais das 14 categorias da saúde que atuam nos atendimentos relacionados à Covid-19 e que sintam a necessidade de suporte neste momento, como médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, biomédicos e farmacêuticos.
No primeiro contato, após uma avaliação, o profissional do projeto selecionará a melhor abordagem e tratamento para o paciente naquele momento. A teleconsulta será feita por videochamada, utilizando estratégias de intervenção em situação de crise, por meio de psicoeducação, psicoterapia cognitivo-comportamental e psicoterapia interpessoal.
O TelePSI faz parte da estratégia TeleSUS, que oferta teleatendimento clínico para que a população não precise sair de casa para receber diagnósticos e orientações sobre sinais e sintomas de infecção por coronavírus. É possível ter acesso ao serviço pelo 136, chatbot disponível na página do Ministério da Saúde , ou pelo aplicativo Coronavírus SUS.
Com informações dos Ministérios da Educação e Saúde