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Conselheiros reforçam a necessidade de reformas
- Foto: Romério Cunha/ Casa Civil
Alguns conselheiros fizeram diagnósticos sobre a situação do Brasil e expuseram suas visões na abertura da reunião do Conselhão nesta segunda-feira, 21. O que mais prevaleceu em suas falas foi a necessidade de reformas e o esforço necessário para vencer os desafios do País.
Para Nizan Guanaes, fundador do grupo ABC de comunicação, “é fundamental passar essas reformas e é impossível fazer isso sem comunicação, sem se comunicar diariamente, sem disseminar os temas de interesse do governo”. De acordo com Paula Bellizia, presidente da Microsoft Brasil, “é preciso que as empresas brasileiras tenham competitividade global, e não apenas local”. Para ela, “será por meio do progresso tecnológico e da inovação que conseguiremos implementar um desenvolvimento sustentável”.
Já para Murillo de Aragão, presidente da Arko Advice e do Instituto Brasília, “a instituição do Conselhão é uma das mais importantes iniciativas em um governo, pois seu resultado é de grande importância para o País”. Murillo concluiu que “a retomada do crescimento vai permitir que se discuta com seriedade os grandes temas do Brasil”.
Luiza Trajano, presidente do conselho do Magazine Luiza e do Instituto para Desenvolvimento do Varejo, afirmou que “a prioridade do trabalho do Conselhão deve ser a simplificação”. Já a conselheira Maria Berenice Dias, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito da Família, fez um apelo de que “a Reforma da Previdência deve diferenciar o trabalho das mulheres, em justiça pela sua jornada diferenciada”.
Segundo Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos, “é preciso ter transparência. A crise dos estados é um exemplo de que faltou transparência nos gastos públicos no passado e a população precisa ter consciência disso. Transparência é uma espécie de vacina”. Roberto Setúbal, presidente e CEO do Itaú Unibanco e presidente do Conselho Diretor da Federação Brasileira de Bancos, foi mais enfático ao traçar seu diagnóstico: “Nossa economia agora está num rumo correto, mas antes estávamos a caminho de um colapso”. Para ele, o caminho das reformas é necessário. “Outras reformas terão que ser feitas, sob o risco de ficarmos condenados a crescimentos pífios nos próximos anos. Proponho, então, que se priorize as reformas trabalhista e política, além de mexer nas regras atuais de intermediação financeira”, disse Setúbal.
Germano Rigotto, presidente do Instituto Reformar de estudos políticos e tributários, avaliou que “neste governo já podemos perceber avanços importantes. Penso ainda que o timing das reformas está adequado. As reformas estão avançando no Congresso. Mas precisamos resolver os gargalos da logística, diminuindo o custo-Brasil, e precisamos criar contrapartidas para aumentar a competitividade da indústria nacional”.
De acordo com Antônio Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros e do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação, “é necessário um novo pacto federativo e ainda fazermos aqui a discussão da dívida pública”. Segundo Cláudia Sender, presidente da Latam Airlines Brasil, “as antigas propostas apenas vão entregar os antigos resultados. É essencial abordar temas complexos, pois esses limitam a retomada do crescimento brasileiro. É tremenda a oportunidade de colocar o Brasil no rumo dos investimentos nos médio e curto prazos”.
Renata Vilhena, conselheira da Associação Brasileira de Recursos Humanos e professora associada da Fundação Dom Cabral, ressaltou que o Brasil está em péssima posição no ranking de competitividade e que as Micro e Pequenas Empresas são as que mais sofrem. “As MPEs sofrem 60% de mortalidade nos primeiros anos, são responsáveis por 27% do Produto Interno Bruto e somam mais da metade dos empregos do País. Precisam, portanto, de prioridade”. Para ela, “o Estado não pode ser visto como um entrave para as MPEs. A crise exige que se faça mais com menos”. E concluiu, reiterando a fala de Luiza Trajano, que “é urgente descomplicar, e não somente desburocratizar”.
Deusmar Queiróz, presidente do Conselho de Administração da rede de farmácias Pague Menos, ressaltou que “governo e sociedade devem dar as mãos para construir as soluções para os problemas brasileiros”. Abílio Diniz, presidente do Conselho de Administração da Península Participação e da Brasil Foods, finalizou resumindo os discursos de seus pares. “Parece que há um consenso nas falas anteriores: temos que enfrentar a realidade. Não podemos viver de ilusão. O Estado não tem condições de investir. Nossas dificuldades são enormes. (...). Nossa tarefa é, realmente, a de construir o Brasil do futuro”, concluiu.