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Brasil e México querem dobrar comércio entre os dois países
O Brasil deu um passo importante nesta terça-feira (26) para aumentar o volume de comércio e investimentos com o México. A intenção é dobrar as trocas comerciais, hoje em US$ 9 bilhões anuais, em um prazo de menos de dez anos. Para isso, a presidenta Dilma Rousseff e o presidente Enrique Peña Nieto assinaram uma série de acordos que modernizaram as regras das relações econômicas entre os dois países.
Dilma chegou ontem à noite à capital mexicana para sua visita oficial. Pela manhã, a presidenta se reuniu com 23 empresários brasileiros que organizaram um seminário. Depois, ela depositou flores no Altar da Pátria e foi recebida no Palácio Nacional por Peña Nieto. “Os números estão aquém do potencial de comércio e investimentos dos dois países. Com os acordos, abrimos um novo caminho”, afirmou a presidenta.
O comércio entre os dois países, segundo Dilma, fechou com um volume de US$ 9 bilhões em 2014, o que representou um aumento de quase 100% em relação ao ano de 2004. Muito expressivos são os investimentos mexicanos no Brasil, que somam um estoque de US$ 22 bilhões. “O Acordo [de Complementação Econômica anterior] incluía 800 produtos. Parece muito, mas podemos chegar a seis mil produtos”, ressaltou Dilma.
A presidenta citou que, neste ano, ocorreu um avanço com o acordo automotivo entre Brasil e México para intercâmbio de peças e carros montados. Atualmente, lembrou Dilma, um dos projetos mais importantes é Etileno 21, que envolve cerca de US$ 5 bilhões das empresas Braskem e Idesa. Outro investimento brasileiro relevante é um complexo siderúrgico da Gerdau, no valor de US$ 600 milhões.
Peña Nieto disse que os acordos firmados hoje são fundamentais para modernizar e atualizar as regras comerciais e de investimentos. “Esses acordos permitirão alavancar o nosso desenvolvimento e dar um salto qualitativo nas relações com o Brasil”, afirmou o presidente mexicano. Foram assinados documento para aumentar o fluxo de turistas e de voos comerciais dos dois países.
Num ato bastante simbólico, os dois presidentes assinaram uma declaração conjunta para o “reconhecimento de origem” da tequila como produto mexicano e da cachaça como brasileira. Dilma encerrou seu discurso com uma citação do escritor mexicano Octavio Paz, ganhador do Nobel de Literatura, que sinaliza a vontade de aproximação mais forte. “O mundo muda quando dois se olham e se reconhecem”, disse a presidenta.
Fonte: Portal Brasil