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Desenvolvimento Social
Com abordagem ambiciosa, Brasil supera metas de redução da pobreza da ONU
Muito antes da conclusão do prazo dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio estabelecidos há 15 anos pela Organização das Nações Unidas, o Brasil já atingiu as metas de redução da pobreza e combate à fome. Em 1990, o índice de pessoas que viviam na extrema pobreza oscilava em 25,6%. Em 2008, o patamar havia caído para 4,8%.
Para a especialista do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Renata Rubian, o Brasil foi mais ambicioso em sua abordagem de cumprimento das metas.
“A meta de redução da pobreza não é de 50%, a meta de redução do Brasil que o governo adotou é de reduzir a 25% a incidência de pobreza extrema”, afirmou Rubian, em entrevista à Rádio Onu, em Nova York. “A meta de redução da fome no Brasil também não é de redução de incidência de 50%. É uma meta de erradicação da fome", disse.
A especialista citou como exemplos de sucesso do Brasil no combate à fome os programas Fome Zero e Bolsa Família, que virou referência internacional para políticas de inclusão social. “O Brasil vem exportando a tecnologia do conhecimento de aplicação desse sucesso para outros países”, elogiou. A expansão de programas pelo Plano brasil sem Miséria, criado em 2011, e considerado determinante para que 22 milhões de brasileiros deixassem a extrema pobreza.
"O que a gente vê é que o Brasil já atingiu a meta internacional de redução da pobreza extrema, de US$ 1,25 (por dia de trabalho)”, observou a especialista, lembrando, no entanto, que ainda existem desafios a serem superados, como a incidência de pobreza crônica em regiões do nordeste e do norte.
Desempenho mundial
Na entrevista, a especialista do Pnud traçou um panorama do combate à pobreza em escala global. A taxa de pobreza no planeta, apontou, caiu de 36% em 1990 para 15% atualmente. Segundo Rubian, os grupos mais afetados pela pobreza extrema são as mulheres, os idosos, as pessoas com deficiências e as minorias étnicas.
Sobre os países de língua portuguesa, Rubian disse que o Timor-Leste ainda não atingiu a meta de redução. "Mas a gente vê que o Timor é um sucesso, na verdade, na redução da mortalidade infantil e na melhoria da saúde materna".
Já no caso dos países africanos, há maiores dificuldades. "Na Angola, a gente sabe muito bem de todas as riquezas naturais, como diamantes e petróleo. Mas infelizmente, no caso de Angola e Moçambique, esse crescimento econômico não se traduziu numa redução da pobreza."
Agenda Pós-2015
Renata Rubian falou também sobre como a luta contra a pobreza e a fome e os esforços para o desenvolvimento se encaixam na nova agenda sustentável pós-2015, que será aprovada em setembro. A especialista do Pnud chamou a atenção para os princípios de sustentabilidade que vão estar incluídos no novo documento.
Rubian explicou que a agenda será aplicada a todos os países: desenvolvidos e em desenvolvimento e trará metas universais, como por exemplo, acabar mundialmente com a pobreza e a fome até 2030.
Fonte: Portal Brasil, com informações da EBC