Notícias
Relações Internacionais
BRICS terá papel decisivo para novo momento da economia mundial
A presidenta Dilma Rousseff fez nesta quinta-feira (9) uma avaliação dos desafios para a economia internacional que ainda sofre os efeitos negativos da crise iniciada em 2008. Segundo ela, o BRICS (Brasil, Rússia, Índia, Rússia e África do Sul) continuará a ser uma “força motriz” para sustentar o crescimento econômico do mundo.
“A recuperação dos países desenvolvidos ainda é lenta e frágil. O crescimento dos países em desenvolvimento também foi afetado. A persistência da crise passou a exigir de nossas políticas econômicas novas respostas, visando a retomada do crescimento, proteger e aprofundar as conquistas sociais”, assinalou.
Dilma discursou na reunião plenária desta quinta-feira (9) da 7ª Cúpula do BRICS, que ocorre na cidade russa de Ufa. Para a presidenta, o grupo está dando duas contribuições para o crescimento e a estabilidade global: o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) e o fundo (CRA) para socorro financeiro em períodos de crise.
“Nesta cúpula, temos a satisfação de constatar que os acordos constitutivos foram ratificados e as novas instituições estão prontas para funcionar”, disse a presidenta. O banco tem capital de US$ 50 bilhões para projetos de infraestrutura e sustentabilidade. Com US$ 100 bilhões, o fundo entra em vigor no dia 30 de julho.
“[O banco] precisará ser ágil e eficaz para alcançar o objetivo de realizar suas primeiras operações no início de 2016 e manter-se a partir daí como um elemento crucial da arquitetura financeira internacional”, avaliou. “[O fundo CRA] representa mais um passo na crescente integração entre economias emergentes e uma contribuição concreta à estabilidade do sistema financeiro global.”
Investimentos
Dilma lembrou que os países em desenvolvimento necessitam de investimentos em grandes volumes na área da infraestrutura e de desenvolvimento sustentável. Para ela, os objetivos são desafiadores. “Os números compilados por organismos internacionais são gigantescos, sendo o mais comumente citado o da necessidade de investimentos de mais de um trilhão de dólares por ano até 2020”, ressaltou.
Os cinco integrantes do BRICS lançaram, em Ufa, a “Estratégia para a Parceria Econômica”. Segundo Dilma, esse acordo é um “mapa do caminho para ampliar, entre nós, o comércio, os investimentos e a cooperação em setores como energia, mineração, agricultura, finanças, infraestrutura, educação, ciência, tecnologia e inovação, turismo e mobilidade laboral”.
Política
Em seu discurso na cúpula, Dilma defendeu soluções e negociações para os conflitos armados em diversas regiões do mundo. Para ela, são motivo de especial preocupação os embates na Síria, no Iraque, no Iêmen e na Líbia, além da questão que envolve Israel e Palestina.
“O Brasil condena veementemente as graves violações de direitos humanos em curso nessas regiões, em especial a perseguição a minorias étnicas e religiosas, as execuções sumárias, a violência sexual, o recrutamento de crianças e a destruição do patrimônio cultural”, disse a presidenta brasileira.
Ela ainda condenou ações terroristas que atingem o mundo na atualidade: “Reitero o repúdio inequívoco do governo e do povo brasileiros ao terrorismo, seja de que forma se revista, onde quer que ocorra, quaisquer que sejam seus autores e motivações. Esse mal deve ser combatido no marco do direito internacional”.
Outro tema relevante é o meio ambiente. Dilma acredita que a reunião de mudanças climáticas em Paris, no final deste ano, pode resultar em um acordo ambicioso e equilibrado. Segundo ela, o ideal é a garantia de princípios da reunião da Rio+20, realizada em 2012: crescimento, inclusão, conservação e proteção.
“Está em negociação, na ONU, uma nova Agenda do Desenvolvimento Pós-2015, que dá início a um novo ciclo de cooperação internacional, voltada para o desenvolvimento sustentável. As iniciativas lançadas pelo BRICS terão papel decisivo e muito contribuirão de modo construtivo para este novo momento das relações internacionais”, afirmou.
Fonte: Portal Brasil.