Notícias
Diálogo
Wagner cumprimenta jornalistas pelo Natal e pede voto de confiança à nova equipe econômica
Foto: Eduardo Aiache/ Casa Civil PR
O ministro chefe da Casa Civil, Jaques Wagner foi, hoje (22), ao comitê de imprensa do Palácio do Planalto, cumprimentar os jornalistas que realizam a cobertura das atividades do governo, pela passagem do Natal. Ele pediu um voto de confiança do mercado à nova equipe econômica e, principalmente, ao novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa.
“Se eu pudesse pedir algo, é que não sentenciassem antes do cara começar a trabalhar”, disse o ministro.
Wagner anunciou que a presidenta Dilma vai trabalhar no final do ano. Ela reunirá sua nova equipe econômica na próxima segunda-feira (28), após o feriado de Natal, para afinar o discurso e “maturar as propostas”que estão em debate para serem enviadas ao Congresso Nacional, em janeiro ou após o recesso.
"Na volta do Natal, no dia 28, a presidenta Dilma deve ter uma reunião com a equipe e com os ministros do Palácio para uniformizar a fala e preparar um conjunto de medidas que ela vai ter que apresentar ao Congresso Nacional no retorno do recesso", disse Wagner durante o encontro com os jornalistas.
Sobre a Reforma da Previdência, o ministro disse que o governo quer discutir com todos os partidos e centrais sindicais qual o melhor modelo para o país. Segundo ele, ainda não há uma proposta fechada quanto à adoção da idade mínima para a aposentadoria, mas que é um ponto debatido internamente.
“A cronologia que a presidente quer fazer, nós trabalhamos muito internamente. Então nós temos três, quatro cenários de objetivos a atingir de regras de transição. O que eu entendo que é a cronologia que a presidente vai querer fazer é trabalhar nessas três quatro hipóteses, convidar os partidos da base, as bancadas, e começar a discutir. Isso não é um tema só dela. É um tema caro para também os governadores” afirmou.
Além da reforma da previdência, o ministro citou um conjunto de medidas divididas “em três ou quatro eixos” como a simplificação do sistema tributário; desburocratização das relações de trabalho, como a negociação entre as empresas e sindicatos; e os financiamentos de longo prazo para investimentos.
Sobre o pedido de impeachment da Presidente da República em exame na Câmara dos Deputados, o ministro Wagner afirmou que a decisão do Supremo Tribunal Federal, semana passada, significou “um renascimento do governo Dilma”. Disse, no entanto, que o instrumento do impeachment não pode ser banalizado. Na sua avaliação, o processo aberto pela Câmara no mês passado, não evoluirá no recesso parlamentar.
Ainda a respeito do julgamento do STF sobre o rito de impeachment, Jaques Wagner avaliou como “uma notícia pacificadora e positiva para a política brasileira”.
O ministro disse que o governo não teme a manutenção do voto aberto, que constou da decisão do STF para a votação da composição da futura comissão da Câmara criada para dar parecer sobre o impeachment.
“O voto secreto todo mundo diz que é um convite à traição. Pode-se trair de um lado ou de outro, mas eu acho que o voto aberto, com o governo rearrumando o caminho, pessoalmente, acho que nós seguramente teremos o mínimo necessário para o impeachment não passar pela Câmara”, destacou o ministro.
Wagner evitou críticas ao vice-presidente Michel Temer e à ala pró-impeachment do PMDB. Relativizou as questões internas do partido do vice, dizendo que todas as legendas, entre elas, o PT, têm suas divisões.
“Plantou-se muita intriga. Prefiro ficar com as partes melhores do que vi deste filme. Ele é vice, ela é presidente, os dois têm maturidade suficiente. Brigas são comuns. Ele continua vice, ela presidenta e vão se esclarecendo as coisas”, avaliou o ministro.
Quanto à relação do governo com a Câmara e o Senado, Wagner afirmou que, historicamente, a relação com os senadores é “mais tranquila”, mas que acredita que está ocorrendo uma recomposição da base parlamentar com os partidos aliados na Câmara dos Deputados. Ele evitou críticas diretas ao presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), limitando-se a dizer que destino dele não pertence ao governo , mas ao STF e à Comissão de Ética da Câmara dos Deputados.
Sobre o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o ministro afirmou que sua quebra de sigilos bancário e fiscal não interfere na relação com o Planalto e com a Presidenta Dilma Rousseff.
Fonte: Casa Civil PR