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Propostas para alavancar indústria são essenciais em cenário de “guerra” na concorrência, diz Gerdau
O setor empresarial brasileiro, por ter uma longa história de convivência com um patamar de dólar supervalorizado, muitas vezes não tem percebido suas próprias deficiências quanto à competitividade, especialmente em um cenário de “guerra mundial”, como é a atual disputa internacional de mercados.
O diagnóstico é do empresário Jorge Gerdau, presidente do Conselho de Administração do Grupo Gerdau e presidente da Câmara de Gestão, Desempenho e Competitividade da Casa Civil da Presidência da República.
A afirmação foi feita nesta quarta-feira (19), no Palácio do Planalto, na abertura dos trabalhos dos grupos compostos por representantes da indústria e do governo, que vão analisar, durante reuniões conjuntas, propostas aglutinadas em oito grandes temas, para estimular a produtividade e a competitividade da indústria nacional.
Para mudar a situação do setor, que sofre com uma competição feroz do exterior, sofre com a falta de investimentos em tecnologia no grau necessário e com a consequente redução da produção, das exportações e do seu mercado de trabalho, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou ao governo um elenco de propostas que foram colhidas e trabalhadas durante dois anos junto a empresas das 27 unidades federativas do País e mais de 64 associações setoriais de classe e empresários de médias e pequenas empresas – que somam atualmente mais de 50 CEOs dessas companhias.
Além disso, a CNI fez consultas a 500 empresários de pequeno, médio e grande porte que atuam em território nacional. E ainda contratou especialistas para buscar as melhores experiências na Inglaterra, Estados Unidos, Alemanha e Japão. Aquelas consideradas viáveis no Brasil foram incorporadas nas propostas.
“Então é uma proposta bem ampla, que representa os anseios da classe produtora do País, que são discutidas, analisadas e melhoradas, a partir das contribuições conjuntas com os membros do governo”, afirmou na ocasião o presidente da CNI, Robson Andrade.
Andrade disse ter certeza de que a indústria brasileira, “a partir desse trabalho que iniciamos hoje, terá um caminho diferente daquele que temos trilhado nestes dois anos, principalmente neste último ano, em relação às dificuldades que temos passado, de crescimento, de desenvolvimento, de investimento, de investimento em inovação. Acho que certamente vamos começar um novo ano com uma nova proposta, novas medidas e com condições de mudar o perfil da indústria brasileira.”
Roteiro para nova equipe de governo
O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que coordena os trabalhos do governo, afirmou que os grupos deverão entregar as propostas fechadas até a primeira semana de dezembro. Na semana seguinte, o governo analisará estas propostas e, em seguida, será proposto um pacto conjunto, que servirá de orientação estratégica para os novos ministros que vão assumir a partir de janeiro.
“São esses grupos de trabalho que estamos instalando hoje, que terão de entregar seus resultados às equipes que vão comandar as diversas áreas do governo. Para que os novos ministros já saiam com uma agenda madura, amarrada, interministerial. Temos hoje 11 ministérios envolvidos nessa agenda”, enfatizou Mercadante.
Segundo ele, os integrantes dos grupos elegeram, na agenda apresentada pela CNI, as medidas consideradas estratégicas e viáveis. “O objetivo é concentrar para a gente resolver e pactuar. E qual é o resultado final desses grupos de trabalho? É propor um grande pacto pela competitividade no Brasil. Com responsabilidade, com objetivos, com estratégias, com metas e com prazos. Portanto, vocês têm muito pouco tempo para trabalhar”, alertou.
“Governo que continua e pode mudar é muito melhor do que simplesmente mudar. Porque nós podemos dar continuidade ao trabalho que temos feito e realizar as mudanças que são necessárias em uma nova equipe e novo governo”. (...) A prioridade absoluta do governo é entregar esse pacto pela competitividade do Brasil”, acrescentou.
Fonte: Portal Brasil