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Brasil e China discutem comércio bilateral e firmam acordos de cooperação
Brasília, 17/07/2014 – O presidente da República Popular da China, Xi Jinping foi recebido, na manhã desta quinta-feira (17), no Palácio do Planalto, pela presidenta Dilma Rousseff e comitiva de ministros de estado, entre eles, o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. A reunião bilateral visa à assinatura de acordos como parte da visita de Estado do líder chinês ao Brasil. É a primeira viagem dele para a América Latina desde a sua posse em 2013.
Os dois países celebram 40 anos de harmonia e cooperação em 2014. A China é, desde 2006, o principal parceiro comercial do Brasil. Em 2013, foram trocados US$ 83,3 bilhões entre os países, um aumento de 10% em relação a 2012. Esse valor deverá ultrapassar US$ 90 bilhões neste ano.
“Pretendemos reforçar o compromisso, mas também expressar o interesse para que a pauta exportadora possa contemplar uma proporção maior de produtos de maior valor agregado. Atualmente três famílias de produtos, que são os minérios, soja e petróleo, respondem por mais de 80% da pauta de exportação brasileiras, o que torna essa pauta muito suscetível a oscilações do ciclo econômico. Então estamos fazendo um esforço muito grande no sentido de aumentar a participação de produtores de maior valor agregado”, disse o embaixador Francisco Mauro Brasil de Holanda, diretor do Departamento da Ásia do Leste do Itamaraty.
Para o embaixador, a China está promovendo uma segunda onda de investimentos. “Há uma segunda onda de investimentos chineses no Brasil. A primeira se dirigia para os três setores: minérios, soja e petróleo. E progressivamente há participações em setores industriais, alta tecnologia, equipamentos pesados, automóveis”, afirma o diplomata.
O embaixador enfatiza dois pontos importantes em que se espera expandir o comércio: expansão das vendas de aviões da Embraer e normalização do acesso à carne bovina. Francisco Mauro também cita outras áreas que se pretende aumentar as trocas: educação, cultura, ciência e inovação aeroespacial e satélites meteorológicos. Segundo o embaixador, a maior expectativa é em relação a avanços de cooperação em infraestrutura, em particular ferroviária e portuária.
“São setores em que a China alcançou avanços tecnológicos extraordinários e que é uma área na qual nós somos muito carentes de investimentos, sobretudo na ligação da região Centro Norte do Brasil com os portos da região Norte, que são portos de águas profundas que estão muito próximos do Canal do Panamá”, explica o embaixador.
Além da reunião presidencial, haverá um encontro do conselho empresarial dos dois países e uma conferência entre Brasil, China, quarteto da Comunidade de Estados Latino-americanos (Celac), México e América do Sul.
Acordos de cooperação – Durante a visita do presidente chinês foram assinados 32 acordos de cooperação entre Brasil e China que abrangem diversas áreas como tecnologia, telecomunicações, sensoriamento remoto, defesa, energia e educação. Na reunião bilateral, a China, por exemplo, finalizou a compra de 60 jatos e aeronaves da Embraer. Também no local, a Petrobras e a chinesa State Grid fecharam acordo para linhas de transmissão entre alta tensão na Hidrelétrica de Belo Monte. Os dois chefes de estado ainda aproveitaram a oportunidade para lançar o sistema de busca chinês, Baidu, o segundo maior do mundo, em português.
Ainda na ocasião, foi reafirmado o compromisso em lançar ao espaço o 5º satélite da família Cbers e em aumentar o número de estudantes brasileiros na China por meio do programa de intercâmbio do governo federal.
(Fonte: Blog do Planalto e Portal Brasil)