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China mais perto do Brasil
Brasília, 30/08/2013 – No balanço da viagem à China nesta semana, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, disse que acredita que o país está mais perto do Brasil ao destacar o interesse manifestado pelo governo chinês no programa de concessões do governo brasileiro, principalmente de ferrovias. A comitiva à China foi integrada pela ministra Gleisi Hoffmann e por Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, além de técnicos da Casa Civil e da Fazenda.
Segundo a ministra, o governo chinês manifestou através do vice-premiê do Conselho de Estado, Wang Yang, que a China prioriza o Brasil como parceiro estratégico global e que o governo apoiará a participação das empresas chinesas nos projetos de infraestrutura que serão concessionados.
Gleisi ressaltou que a primeira missão técnica da China já estará no Brasil na próxima semana para conhecer em detalhes os projetos de concessão de ferrovias. Trata-se da China Railway Construction Corporation, a segunda maior empresa de construção da China, que tem um contingente de 300 mil empregados e já construiu perto de 50 mil km de ferrovias, sendo uma delas a que atravessa o Tibet. “Eles têm tecnologia, capacidade e recursos para investir”.
A ministra destacou que os números da China “impressionam”. O país tem a segunda maior malha ferroviária do mundo, com 100 mil km de ferrovias e “com certeza pode ajudar muito o Brasil”. Além disso, destacou, a China tem US$ 3, 3 trilhões em reservas acumuladas e US$ 1,2 trilhão de ativos.
Acrescentou que a China pretende equilibrar o que investiram no exterior, da ordem de US$ 77 bilhões com o que receberam de investimentos, cerca de US$ 111 bilhões. “Isso revela um potencial de investimentos de cerca de US$ 30 bilhões”, destacou. No mundo os investimentos chineses somam US$ 260 bilhões, sendo US$ 50 bilhões na America Latina. No Brasil, revelou Gleisi, os investimentos chineses em 2012 somaram US$ 9,3 bilhões concentrados em petróleo e gás, siderurgia, agronegócio e energia. “Em 2013, pode superar US$ 20 bilhões”.
Segundo a ministra da Casa Civil, os chineses demonstraram grande interesse em conhecer detalhes do projeto ferroviário Açailândia-Vila do Conde, cujos estudos de viabilidade já foram encaminhados pelo governo ao Tribunal de Contas da União.
“Foi uma missão importante, uma missão de governo. Ficamos muito impressionados com a vontade deles em participar do programa de concessões. Superou nossas maiores expectativas”.
A visita incluiu ainda audiência com os ministros dos Transportes e das Relações Exteriores da China, além de empresas chinesas de projetos de engenharia, Banco de Desenvolvimento da China e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, responsável pela elaboração dos planos qüinqüenais da China e pelo estabelecimento de metas e prioridades. “São eles que decidem sobre investimento”, finalizou a ministra.