Notícias
InfoCAPES: Edição 3 - Janeiro/2019
Prêmio CAPES de Tese: Uma homenagem à ciência brasileira
Entre as cerca de 500 pessoas presentes na cerimônia de entrega do 13º Prêmio CAPES de Tese , realizada no dia 13 de dezembro, em Brasília, três pesquisadores se destacaram: Andrey Coatrini Soares, da Universidade de São Paulo (USP), Luiz Ricardo da Costa Vasconcellos, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Andriele Ferreira Muri, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Eles se tornaram os grandes vencedores do que já é considerado o Oscar da pós-graduação brasileira. Na ocasião, também foram condecoradas as melhores pesquisas de doutorado brasileiras defendidas em 2017 em outras 46 áreas.
Andrey Soares, vencedor na área de Materiais e do Grande Prêmio de Exatas, lembrou o desempenho coletivo do Programa de Pós-Graduação em Ciências e Engenharia de Materiais da USP, campus São Carlos. "Foi premiado o esforço de cada um que usou seu tempo para nos ajudar a produzir esse trabalho", comentou.
Autor da tese Filmes nanoestruturados aplicados em biossensores para detecção precoce de câncer de pâncreas, Soares espera que o resultado de sua pesquisa gere um importante dividendo social. "Nossa área é muito específica para diversas aplicações – por exemplo, no campo de eletrônica orgânica. Aplicar todo esse conhecimento para a área biológica, e conseguir detectar um câncer em pouco tempo, será um avanço muito grande", acrescenta.
A importância do financiamento público foi fundamental para Luiz Vasconcelos, que levou o Grande Prêmio das Ciências Biológicas. "É muito gratificante! Conseguimos cumprir nosso papel com o dinheiro público investido na pesquisa", comemorou o autor de Agregação de proteínas induzida pelo estresse oxidativo promovido pelo Heme. "Descobrimos um mecanismo novo que pode ter um grande impacto. Terapias podem ser desenvolvidas a partir do resultado", acredita o doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Imunologia e Inflamação da UFRJ.
Andriele Leite, que recebeu o Grande Prêmio de Humanas, manifestou sua alegria pelo reconhecimento de seu trabalho. "É a honra e a glória da área acadêmica", expressou a doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da PUC-RIO. A autora de Letramento científico no Brasil e no Japão a partir dos resultados do Pisa comentou o resultado da sua pesquisa. "Minha tese defende uma educação libertadora, que forma para pensar. Precisamos de cidadãos críticos e participativos para fazer um Brasil diferente", destacou a educadora.
Realizadores e parceiros do Prêmio destacam o empenho dos pesquisadores
Para Abílio Baeta, presidente da CAPES, o
Prêmio
tem uma importante relevância para a academia nacional. "É o ponto alto de nossas atividades, uma homenagem à resiliência da ciência brasileira, e um dos marcos do reconhecimento público da nossa produção científica".
José Caricatti, da Fundação Conrado Wessel, lembrou o esforço dos vencedores. "Parabenizo todas essas equipes que fizeram suas análises, estudaram. Coordenadores, orientadores, doutores estão de parabéns por essa conquista", enfatizou um dos parceiros da CAPES.
Além do Grande Prêmio, entidades parceiras laurearam pesquisas em áreas específicas. A Fundação Carlos Chagas honrou as teses premiadas nas áreas de Educação e Ensino. Por sua vez, a Comissão Fulbright destacou o melhor trabalho sobre as relações Brasil-Estados Unidos. Nas áreas relacionadas à saúde humana e bioética, a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) premiou dois trabalhos.
"É com muita satisfação que laureamos pelo sétimo ano consecutivo as melhores teses nas áreas de Educação e Ensino. Sabemos que o desenvolvimento do País depende diretamente de educação e pesquisa de qualidade. Por isso mesmo, as conquistas de todos aqui representam uma esperança coletiva", afirmou Sandra Unbenhaum, da Fundação Carlos Chagas.
"É o reconhecimento da qualidade do trabalho acadêmico que tematiza os Estados Unidos. Faltam pesquisadores no Brasil que estudem os EUA nas mais diferentes perspectivas. É muito bom estimular essa aproximação", comentou Luiz Loureiro, da Fundação Fulbright.
Maria José Delgado, da Interfarma, destacou o papel da associação na promoção da ciência. "Pesquisa e inovação estão no DNA da Interfarma. Essas teses podem, a qualquer momento, obter um financiamento das nossas associadas, saindo da bancada em direção à sociedade. Esse é o sonho de todo pesquisador. Defendemos que a ciência brasileira receba o reconhecimento que precisa", salientou.
Pela primeira vez, Prêmio foi transmitido ao vivo
Esta foi a primeira edição do
Prêmio CAPES
transmitida ao vivo. Também inédita foi a divulgação de vídeos com depoimentos dos vencedores sobre suas teses e a experiência de ganhar a distinção. Além de mostrar todos os detalhes da entrega do prêmio, a transmissão, pelo canal da CAPES no Youtube, foi aberta com entrevistas de autoridades e premiados.
Ao longo da transmissão, que durou duas horas e 25 minutos, foram registradas 1.507 visualizações. A medida de espectadores simultâneos teve um pico de 163, com permanência média de quase 20 minutos cada uma.
Número de teses inscritas sobe de 228 para 939
O
Prêmio CAPES de Tese
reconhece os melhores trabalhos de conclusão de doutorado defendidos em programas de pós-graduação brasileiros de acordo com os seguintes critérios: originalidade do trabalho, relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural, social e de inovação e o valor agregado pelo sistema educacional ao candidato.
Criado em 2005 e entregue pela primeira vez em 2006, por ocasião das comemorações do 55º aniversário da CAPES, ele abrange todas as áreas de conhecimento que têm um representante na avaliação da pós-graduação stricto sensu. Um dos objetivos da iniciativa é aumentar a visibilidade das ações positivas e indutoras da CAPES na pós-graduação brasileira. O número de teses inscritas subiu de 228, em 2016, para 939, em 2018.
Vídeo