Notícias
InfoCAPES: Edição 28 - Junho/2021
Um programa que vai longe
No dia 08 de junho, o sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) completou 15 anos. Para contar a história de sucesso do programa, a CAPES mostra a relevância de três dos 890 polos espalhados Brasil afora. Um no Acre, na região da Amazônia, outro no Ceará, no interior do Nordeste, e um terceiro, no Paraná, na área de fronteira com o Paraguai e a Argentina. Realidades distintas que evidenciam o alcance da iniciativa que começou em 2006.
Pela modalidade de educação a distância (EaD), o Sistema UAB leva a universidade pública a locais distantes e isolados do País, facilitando iniciativas que estimulam a parceria governamental federal, estadual e municipal, com 133 instituições de ensino superior. O objetivo é contribuir para a Política Nacional de Formação de Professores, com ofertas de vagas prioritariamente voltadas aos profissionais que trabalham na educação básica.
"O Sistema UAB, juntamente com outros programas, representa a importante atuação da CAPES na formação de professores da educação básica, missão assumida desde o ano de 2007”, destaca Cláudia Queda de Toledo, presidente da Fundação. Para ela “A UAB prova sua relevância estratégica no momento em que a educação a distância assume o protagonismo no cenário educacional”. O programa chega ao seu 15º aniversário “mostrando-se como modalidade educacional fundamental, quando a educação mundial enfrenta desafios, devido à pandemia provocada pela COVID-19”, completa.
Com 121 mil alunos matriculados, o sistema UAB está presente em 850 municípios de todas as regiões do País. “Isso demonstra o potencial de atendimento e de capilaridade desse importante programa”, ressalta Carlos Lenuzza, diretor de Educação Básica da CAPES. Na sua avaliação, “a formação de professores da educação básica, que é uma das missões da Fundação, está sendo concretizada nos últimos anos, em grande parte, por meio da oferta de cursos do Sistema UAB”.
Acre dá salto na formação e qualificação de educadores
O Acre tem sido um dos estados mais beneficiados pelas ações da Universidade Aberta do Brasil (UAB), uma iniciativa da CAPES que completou 15 anos no dia 08 de junho. Neste período, o estado nortista já fez parcerias com sete universidades federais e formalizou convênios acadêmicos para ofertar 35 cursos de graduação, especialização ou aperfeiçoamento. Desde 2007, a UAB abriu 3.630 vagas, nas três modalidades de educação superior, para todos os 25 municípios acreanos, a partir de oito polos.
Da primeira parceria, com a Universidade de Brasília (UnB), até as mais recentes, com as Universidades Federais de São Paulo (Unifesp), Acre (Ufac) e Amazonas (Ufam), em 2020, a UAB ofereceu à população regional dez graduações, 19 especializações e seis cursos de aperfeiçoamento. As oportunidades abrangeram as áreas de cultura, administração pública, saúde, vigilância sanitária, ciências exatas, sociologia e educação ambiental.
“Contar a história da UAB no Acre nestes 15 anos é emocionante. Eu me sinto muito orgulhosa e muito feliz por ver o quanto esta ação conseguiu alavancar a educação e qualidade do processo de ensino-aprendizagem em todo o nosso Estado”, conta Nilzete Costa de Melo, coordenadora da UAB no Acre. Para a professora, a UAB é uma das mais importantes iniciativas já desenvolvidas no Brasil para “interiorizar e democratizar, verdadeiramente, a educação no Brasil”.
Apesar dos desafios característicos da região, como baixa densidade demográfica no Estado, grandes distâncias entre as cidades e dificuldades tecnológicas para reprodução do sinal da internet, Nilzete Melo observa que, neste tempo, a UAB já conseguiu colocar no mercado de trabalho, público ou particular, cerca de mil professores.
“Nada foi fácil nesta trajetória. Quando começamos, lembro que não tínhamos nenhum professor em todo o estado que lecionasse Artes Visuais, Teatro e Música. Nossa área cultural era totalmente carente e as aulas tinham que ser improvisadas por professores leigos”, continua a coordenadora. Com o tempo e a chegada da primeira parceira, a UnB, a realidade, aos poucos, foi se transformando. Assim, começaram os cursos de gestão pública, que formaram administradores de escola, e os específicos para a área da saúde.
Nilzete Melo explica que tudo isso aconteceu graças à confiança e ao apoio de universidades de várias regiões do Brasil, “tão distantes da nossa realidade, mas que acreditaram ser possível aprimorar a educação em um pequeno estado do Norte do País”, encerra.
UAB democratiza o ensino superior no Ceará
Beberibe, município cearense é, desde 2008, polo de apoio presencial a Universidade Aberta do Brasil (UAB). Atualmente, oferece 14 cursos superiores, sendo 13 graduações e uma especialização. A unidade recebeu o 2º lugar nacional no Prêmio EaD em Ação, organizado pela CAPES, em 2020. Desde que entrou em funcionamento, o Polo do Centro Vocacional Tecnológico (CVT/UAB) de Beberibe formou 681 pessoas e possui, atualmente, 470 alunos matriculados.
Virgínia Tavares, coordenadora do polo, conta que a UAB, além de formar professores, vem para democratizar e interiorizar o ensino superior no Brasil. “Eu costumo dizer que transforma vidas, mesmo, através do conhecimento. Porque são pessoas que antes não teriam a menor possibilidade de ter ensino superior e, de repente, são pessoas que terminam o ensino superior, que são aprovados em concursos públicos. São servidores públicos que estão no mestrado, no doutorado”, relata.
Segundo a coordenadora, o reconhecimento da CAPES fortalece a unidade, sendo uma demonstração de que as ações estão no caminho certo e alguns diferenciais contribuíram para esta conquista. “Desde a equipe dedicada e comprometida com a produção científica, eventos acadêmicos, ao apoio recebido pelo Poder Público, os nossos alunos, que investem e se destacam na Iniciação Científica e as universidades parceiras”, comemora.
Daniel Morais, que está terminando o curso de Ciências Biológicas, na Universidade Estadual do Ceará (Uece), destaca a importância que a UAB teve para a sua família. “Esse vestibular fiz com 24 anos. Foi muito importante para mim eu ter voltado a estudar e para minha família também. Meus pais trabalhavam e já fazia muito tempo que não estudavam e puderam voltar aos estudos. Meu irmão também voltou ao estudo. Hoje nós somos quatro pessoas com nível superior e a gente tem muito a agradecer”, relata.
Outra história marcante é a do ex-aluno de Ciências da Computação, Eliakim Gama. “Hoje eu sou servidor público municipal, estou cursando o doutorado, também em Ciências da Computação, pela Uece. Tenho muita gratidão ao que a UAB – Polo de Beberibe e Uece me proporcionaram”, conta.
O Polo CVT/ UAB de Beberibe tem entre seus parceiros a Universidade Federal do Ceará (UFC), a Universidade Estadual do Ceará (Uece), o Instituto Federal do Ceará e a Unilab. São quatro universidades que oferecem cursos de graduação e especialização do Polo UAB Beberibe.
Foz do Iguaçu já ofertou 4.700 vagas pelo Sistema UAB
Foz do Iguaçu, no Paraná, é um município multicultural, com a presença de mais de 72 grupos étnicos, e tem no turismo uma de suas principais fontes econômicas. Essa combinação demanda uma mão-de-obra qualificada que o ensino tradicional, sozinho, não consegue formar. A cidade paranaense é, desde 2007, uma das principais beneficiárias da maior ação de promoção da educação a distância (EaD) do governo federal. Ali, já foram ofertadas 4.700 vagas pela Universidade Aberta do Brasil (UAB).
Edilson Balzzan, coordenador da UAB em Foz do Iguaçu, relata que o Polo Universitário Darcy Ribeiro representa uma oportunidade de evolução para diversos perfis. “São vários os relatos de alunos que, por meio da formação e certificação, conquistaram espaço no mercado de trabalho da iniciativa privada e pública; alunos de origem simples que conseguiram estudar e melhorar suas condições de vida; alunos que mudaram de profissão, entre outros”, conta.
Situada no oeste do Paraná e a 635 quilômetros de Curitiba, capital do estado, Foz do Iguaçu possui população estimada em 250 mil habitantes. Grande parte da renda vem dos empregos gerados pela prestação de serviços ligados ao turismo, mas também da hidrelétrica binacional de Itaipu, a maior do mundo em produção anual de energia.
Itaipu e UAB são responsáveis por etapas fundamentais na formação profissional de Dangela Maria Fernandes, professora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) desde 2015. A engenheira e tecnóloga ambiental trabalhou e se capacitou na Fundação Parque Tecnológico Itaipu e na Itaipu Binacional, e foi aluna, tutora e professora em diferentes cursos oferecidos pela Universidade Aberta do Brasil.
No último ano da graduação em Engenharia Ambiental pela Faculdade União das Américas (Uniamérica), em 2010, Dangela começou uma especialização em Gestão Ambiental em Municípios. O curso, da UTFPR, era a distância e pelo Sistema UAB. “Eu tinha uma ideia pré-concebida do que seria a EaD, mas logo vi o esforço, a criatividade e o didatismo que a modalidade trazia aos professores. Senti que aprendia até mais nas aulas a distância”, conta. O título de especialista veio em 2012.
A relação com a Universidade Aberta do Brasil se diversificou antes mesmo do fim da especialização. Dangela foi tutora presencial de dois cursos no polo UAB em Foz do Iguaçu: Tecnologia em Gestão Pública, do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), e Controle da Gestão Pública Municipal, da Universidade Federal de Santa Catatina (UFSC).
Em meio a essas experiências, a engenheira continuou sua formação
stricto sensu
. Virou mestre em Energia da Agricultura, em 2012, e doutora em Agronomia, em 2015. Ambas as etapas foram cumpridas na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), com bolsas da CAPES. No mesmo ano em que terminou o doutorado, a paulista de Assis passou no concurso na UTFPR e deu aulas a distância no velho conhecido curso de especialização em Gestão Ambiental em Municípios, pelo Sistema UAB.
“As experiências como estudante, tutora e professora em modalidades a distância me deram um dinamismo diferenciado. Com o ensino remoto em alta por causa da pandemia, ficou muito evidente o quanto isso me ajudou”, diz Dangela. E completa: “O bom uso do Sistema UAB tem melhorado a vida de muitas pessoas em Foz do Iguaçu. Eu sou um exemplo disso”.
Galeria de vídeos