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InfoCAPES: Edição 19 - Maio/2020
UAB completa 14 anos com 116 mil alunos matriculados
Neste período de pandemia provocada pelo novo coronavírus, as redes de ensino de todo país precisaram paralisar suas atividades. A saída, para alguns, foi a adoção das aulas virtuais. Prestes a completar o seu 14º ano de existência, o Sistema Universidade Aberta do Brasil (
UAB
), justamente por ter sido criado para oferecer cursos de graduação e especialização a distância, conseguiu manter em funcionamento suas atividades. Os estudantes continuam a participar das aulas nas instituições que integram o programa, com as devidas adequações por causa da COVID-19.
“Os processos de educação a distância, mais do que nunca, mostraram a sua grande importância durante essa pandemia”, avalia Benedito Aguiar, presidente da CAPES. “Mesmo as instituições que não têm a cultura do uso da EaD estão tendo a oportunidade de reconhecer o seu grande potencial, inclusive, como apoio ao ensino presencial”.
As ferramentas tecnológicas e a rede logística implementadas ao longo do tempo para fazer o sistema viável asseguram hoje o funcionamento da UAB. As atividades são apresentadas por videoaulas gravadas e editadas pelos próprios professores. O acompanhamento é feito em ambiente virtual de aprendizagem, além do apoio integral aos alunos, com interações em grupos de mensagens instantâneas, webconferências, fóruns e outros recursos de comunicação disponíveis. Há também tecnologias próprias para as avaliações remotas. Os tutores e assistentes à docência, que são bolsistas da CAPES, estão mobilizados para o atendimento aos estudantes.
Carlos Lenuzza, diretor de
Educação Básica
da CAPES, afirma que o sistema UAB, apesar dos reflexos da pandemia, se apresenta como uma saída que as próprias instituições de ensino estão buscando. “Temos essa experiência da educação a distância e estamos vendo que as universidades estão migrando para esse modelo. Fora a continuidade das atividades, temos tido também notícia de que a equipe da UAB tem sido acionada pelas universidades para ajudar, inclusive na área presencial, a encontrar saídas dentro do foco de qualidade de oferta”, ressalta.
Funcionando desde 8 de junho de 2006, a UAB se transformou no maior programa público de educação a distância. No momento, são 116.755 alunos matriculados em 143 cursos de licenciatura, bacharelado, especialização e de tecnólogo. Participam do sistema 118 instituições públicas de ensino. Pelo programa, já se formaram 271.720 estudantes.
Interiorização do ensino superior
Além de fomentar e desenvolver a educação a distância, a
UAB
tem expandido e interiorizado a oferta de cursos de educação superior no País. Dos 848 polos que compõem o sistema, 70% se localizam em municípios com menos de 100 mil habitantes.
Ludmila Silva Oliveira, se formou no polo de Buritis, cidade mineira com 23 mil habitantes. “É uma oportunidade muito grande para quem mora no interior”, destaca a professora de matemática. “A UAB atingiu um grande objetivo que é levar para o interior do País o conhecimento e contribuir para a redução das desigualdades”, completa Terêncio dos Santos, coordenador do polo de Carpina, município de Pernambuco com 81 mil habitantes.
De cada 100 alunos matriculados na UAB, 68 estão em cursos de licenciatura. O alto índice reforça ainda a relevância do programa para a formação de professores no País. “Hoje os professores não precisam se deslocar longas distâncias para ter acesso a uma formação de qualidade”, argumenta Wantuir Queiroz, coordenador do polo de Santa Cruz de Capibaribe, em Pernambuco. Com o ensino de qualidade, o Sistema UAB contribui para fixar esses profissionais em suas regiões.
Para chegar a lugares distantes, a UAB estimula as instituições de ensino a criar e desenvolver seus programas, métodos e ferramentas de ensino a distância. Depois, incentiva a fazer parcerias com os governos (federal, estadual, municipal) para implementar esses projetos. Ainda em cooperação, implanta centros de formação que sejam permanentes – os polos – em localidades consideradas estratégicas, para que os estudantes possam frequentar as aulas presenciais e, no caso daqueles que não têm computadores e internet, acessar os conteúdos dos materiais didáticos utilizados.
As instituições participantes desenvolvem e oferecem os cursos, produzem os recursos educacionais, selecionam os alunos e conduzem as avaliações dos estudantes. Os municípios e estados ficam responsáveis pelos polos de educação presencial. Cada polo UAB conta com estrutura para atividades presenciais obrigatórias. Elas devem conter laboratório de informática, biblioteca física e salas multiuso. Um mesmo polo UAB pode oferecer cursos desenvolvidos por mais de uma universidade.
Uma pesquisa feita pela CAPES em 2017, com estudantes da UAB, mostra que 82% dos entrevistados recomendariam o curso para outras pessoas. Para 84%, o conteúdo esteve acima do esperado ou cumpriu as expectativas. Segundo estes alunos, os principais desafios para a permanência são a conciliação de trabalho com estudo e a organização do tempo. De um modo geral, o programa é bem avaliado por estudantes de diferentes regiões geográficas.
Recursos abertos
Desde 2016, os materiais didáticos produzidos para os cursos do
Sistema UAB
são Recursos Educacionais Abertos (REA). Isto quer dizer que estes materiais de ensino, aprendizado e pesquisa, em qualquer suporte ou mídia, estão sob domínio público ou licenciados de maneira aberta. Isto permite que sejam utilizados ou adaptados livremente por terceiros.
Em 2018 foi realizada uma primeira formação sobre o assunto para a comunidade do Sistema UAB. No ano passado, 30 representantes de instituições se tornaram Embaixadores REA/UAB e são responsáveis por ampliar a rede de colaboradores e formadores sobre o tema. O curso de extensão foi oferecido pela Iniciativa Educação Aberta em parceria com a CAPES, a Universidade Federal do ABC (UFABC), a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Interiorização do ensino superior
Além de fomentar e desenvolver a educação a distância, a
UAB
tem expandido e interiorizado a oferta de cursos de educação superior no País. Dos 848 polos que compõem o sistema, 70% se localizam em municípios com menos de 100 mil habitantes.
Ludmila Silva Oliveira, se formou no polo de Buritis, cidade mineira com 23 mil habitantes. “É uma oportunidade muito grande para quem mora no interior”, destaca a professora de matemática. “A UAB atingiu um grande objetivo que é levar para o interior do País o conhecimento e contribuir para a redução das desigualdades”, completa Terêncio dos Santos, coordenador do polo de Carpina, município de Pernambuco com 81 mil habitantes.
De cada 100 alunos matriculados na UAB, 68 estão em cursos de licenciatura. O alto índice reforça ainda a relevância do programa para a formação de professores no País. “Hoje os professores não precisam se deslocar longas distâncias para ter acesso a uma formação de qualidade”, argumenta Wantuir Queiroz, coordenador do polo de Santa Cruz de Capibaribe, em Pernambuco. Com o ensino de qualidade, o Sistema UAB contribui para fixar esses profissionais em suas regiões.
Para chegar a lugares distantes, a UAB estimula as instituições de ensino a criar e desenvolver seus programas, métodos e ferramentas de ensino a distância. Depois, incentiva a fazer parcerias com os governos (federal, estadual, municipal) para implementar esses projetos. Ainda em cooperação, implanta centros de formação que sejam permanentes – os polos – em localidades consideradas estratégicas, para que os estudantes possam frequentar as aulas presenciais e, no caso daqueles que não têm computadores e internet, acessar os conteúdos dos materiais didáticos utilizados.
As instituições participantes desenvolvem e oferecem os cursos, produzem os recursos educacionais, selecionam os alunos e conduzem as avaliações dos estudantes. Os municípios e estados ficam responsáveis pelos polos de educação presencial. Cada polo UAB conta com estrutura para atividades presenciais obrigatórias. Elas devem conter laboratório de informática, biblioteca física e salas multiuso. Um mesmo polo UAB pode oferecer cursos desenvolvidos por mais de uma universidade.
Uma pesquisa feita pela CAPES em 2017, com estudantes da UAB, mostra que 82% dos entrevistados recomendariam o curso para outras pessoas. Para 84%, o conteúdo esteve acima do esperado ou cumpriu as expectativas. Segundo estes alunos, os principais desafios para a permanência são a conciliação de trabalho com estudo e a organização do tempo. De um modo geral, o programa é bem avaliado por estudantes de diferentes regiões geográficas.
Recursos abertos
Desde 2016, os materiais didáticos produzidos para os cursos do Sistema UAB são Recursos Educacionais Abertos (
REA
). Isto quer dizer que estes materiais de ensino, aprendizado e pesquisa, em qualquer suporte ou mídia, estão sob domínio público ou licenciados de maneira aberta. Isto permite que sejam utilizados ou adaptados livremente por terceiros.
Em 2018 foi realizada uma primeira formação sobre o assunto para a comunidade do Sistema UAB. No ano passado, 30 representantes de instituições se tornaram Embaixadores REA/UAB e são responsáveis por ampliar a rede de colaboradores e formadores sobre o tema. O curso de extensão foi oferecido pela Iniciativa Educação Aberta em parceria com a CAPES, a Universidade Federal do ABC (UFABC), a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
ENTREVISTA: Carlos Lenuzza, diretor de Educação Básica da CAPES
O Sistema UAB pretende interiorizar a oferta da educação superior para localidades pouco atendidas pelo modelo presencial. Qual tem sido o ganho em perseguir esse objetivo?
A interiorização, que nós chamamos também de capilarização, é uma etapa fundamental no processo de ensino da Universidade Aberta do Brasil . Podemos dizer que atingimos um objetivo muito significativo: temos mais de 700 polos ativos e, se contarmos os polos que já passaram pelo sistema, já são mais de mil. O interessante é que, em um País com a densidade das grandes cidades brasileiras, conseguimos exatamente essa capilaridade, essa interiorização. Hoje, 70% dos polos estão distribuídos em cidades de menos de 100 mil habitantes. Então, em muitos casos, a UAB é a única oportunidade que a população tem para ter acesso a uma oferta pública de qualidade na área de formação de professores.
No Sistema UAB, sete em cada dez estudantes estão nos cursos de formação de professores. Qual o impacto disso na Educação Básica brasileira?
De fato, temos privilegiado os editais fazendo uma ruptura no modelo que vinha ocorrendo na UAB, agora destinando 70% das vagas para a formação de professores. No edital vigente, saltamos para 85% das vagas exclusivamente voltadas para formação inicial e continuada de professores da rede pública brasileira. O impacto esperado disso é justamente qualificar a área de formação de professores que não anda muito bem. Temos estudos relacionados ao último censo do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) que mostra não só a falta de professores, mas também a necessidade de melhorar a formação inicial e continuada, o que justifica esse investimento da CAPES. Verificamos que existem situações alarmantes, do tipo: no segundo ciclo do ensino fundamental, que vai do sexto ao nono ano, chegamos a ter 50% dos professores, por exemplo, de matemática, sem licenciatura em Matemática; 40% dos professores que lecionam língua portuguesa não têm licenciatura em Língua Portuguesa. Isso é um verdadeiro absurdo. Quando nós falamos das Ciências Naturais, Química, Física e Biologia, esse número chega perto de 70%! Então, é um compromisso da UAB, sim, essa ampliação de vagas. Mas já no segundo semestre de 2020, junto com a Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação, estamos planejando um edital para o ano que vem destinado, exclusivamente, a formar o professor que está em sala de aula. Além do crescimento na oferta da formação inicial e continuada em até 85%, estamos prevendo o lançamento do chamado Forma Brasil, um programa de formação continuada para professores em serviço da rede pública brasileira.
Com a pandemia, que provocou a suspensão de aulas em todo país, como está o funcionamento dos cursos da UAB?
Não tem como dizer que a pandemia não gerou algum reflexo porque existe dentro da comunidade educacional um grande impacto frente a esse fato, mas, no caso da UAB, o que podemos ver é que pode ser uma saída, inclusive para apoio das atividades presenciais. Temos essa experiência da educação a distância e estamos vendo que as universidades estão migrando para esse modelo. Então, estamos lutando para que nenhuma atividade seja paralisada. Algumas instituições suspenderam, mesmo na UAB, suas atividades por uma, duas semanas, para reorganizar calendários, principalmente os que previam encontros presenciais nos polos. Agora, estão sendo substituídos por atividades a distância. Temos monitorado cerca de 110 instituições que ofertam os cursos da UAB no momento, afetadas pela pandemia. Cem estão com as atividades absolutamente regulares, 10 estão no período de planejamento e reconstituição de atividades, que estavam no ambiente presencial para migrar em 100% para ambiente a distância. Então, vivenciamos na UAB, primeiro, uma continuação das atividades. Fora a continuidade das atividades, temos tido também notícia de que a equipe da UAB tem sido acionada pelas universidades para ajudar, inclusive na área presencial, para acharem saídas dentro do foco de qualidade de oferta.
Um dos desafios da EAD é evasão, pois exige disciplina e organização por parte dos alunos. Como a CAPES tem agido para manter frequência elevada às aulas?
O desafio da evasão na EAD é realmente um calcanhar de Aquiles. Precisamos entregar mais. A UAB tem determinados cursos de baixo rendimento: apenas 40% dos alunos que ingressam chegam à etapa final de graduação e recebem seu diploma. Estamos em uma campanha permanente para melhorar esse índice e, junto com as instituições públicas parceiras, combater essa evasão. E também iniciativas próprias da CAPES, como módulo de acolhimento, que pega esse aluno que está ingressando na universidade – que muitas vezes vem com uma base deficiente de formação na educação básica – e nivela seus conhecimentos para que ele tenha um bom desenvolvimento escolar numa etapa que verificamos ser de maior índice de evasão, no primeiro e no segundo semestres do curso. Então ele tem língua portuguesa, matemática e tecnologias da informação. Por que tecnologia da informação? Porque muitas vezes esses alunos do interior do Brasil estão tomando pé ou conhecendo a educação a distância no primeiro dia em que chegam à sala de aula no ambiente virtual. Então, não raro, o que acontece é que se assustam ou não estão acostumados com as características regulares dessa aprendizagem. Verificamos isso e estamos atuando. A segunda etapa, que será feita para o ano que vem, é a elaboração de disciplinas nacionais de maior reprovação. Vou dar como exemplo o cálculo em matemática, que reprova muita gente. No modelo de educação a distância, ele só ia refazer essa disciplina. Passados os 4 anos da licenciatura, haveria mais um, onde seriam administradas as disciplinas nas quais ele teve uma aprendizagem deficiente. Queremos que isso seja feito no desenvolvimento do curso. Então, o aluno não precisa parar. Ele continua seus estudos e, paralelamente, faz aquela a disciplina que ficou para trás. Achamos que por aí teremos também uma condição de melhoria nessa etapa da evasão.
Como é possível garantir a oferta de uma formação de qualidade por meio do Sistema UAB?
Está, de fato, comprovado que é possível uma oferta de qualidade dentro do ambiente da educação a distância. E a maior clareza disso é justamente a UAB, que é o maior programa público de educação a distância, destinado à formação de professores quase que exclusivamente. Há também os programas de mestrados profissionais, oferta aos professores que estão em sala de aula, uma atividade prática a ser desenvolvida que possa melhorar sua condição de atuação junto aos alunos da comunidade onde ele atua. Exemplificando: nós temos desde a formação de aperfeiçoamento, com os cursos de acolhimento, passando pela formação de licenciatura com cursos longos de quatro anos de duração, a especialização
lato sensu
e a formação de alto nível, também no ponto de vista da aprendizagem. Todas, reconhecidamente, com muita qualidade. O exemplo disso é que as notas do INEP dos cursos ministrados nas universidades públicas são altíssimas e muitos desses alunos são alunos da UAB e estão nos índices de nota 5 do INEP. Isso significa alto nível de aprendizagem. E, no caso dos mestrados, como o de matemática, tem nota 5 na avaliação da CAPES. Para um mestrado profissional é uma nota de bastante relevância, considerando que atuamos em comunidades muitas vezes carentes.
De norte a sul tem polo UAB melhorando vidas
O
Sistema UAB
muda vidas e ajuda no desenvolvimento das mais diversas localidades. Cada polo é focado nas necessidades dos municípios. Desse modo, é possível suprir carências da educação básica e especializar professores de forma continuada. De norte a sul do Brasil, os polos UAB estão presentes com a estrutura à disposição da comunidade.
A cidade de Buritis, localizada no norte de Minas Gerais, tem há dez anos um polo de ensino. Durante esse período a comunidade teve acesso a mais de 15 cursos de licenciatura, 15 de especialização e um de bacharelado. A formação a distância em instituições de ensino superior públicas qualifica os professores e ajuda no aumento do número de profissionais.
O município tem cerca de 23 mil habitantes. Parte significativa mora na zona rural e estuda em pequenos distritos. Ludmila Oliveira tem 23 anos, se formou pela UAB e dá aulas de matemática em uma escola municipal da região. Todos os dias ela percorre mais de 40 quilômetros para trabalhar. “Eu acredito que a gente tem que valorizar o nosso trabalho dentro da cidade. Se a gente for para fora, vai desperdiçar o investimento que a cidade fez em nós, que o polo UAB fez em nós”, afirma.
Outro benefício proporcionado pela UAB é a gratuidade dos cursos, o que favorece a formação de alunos com baixa renda. A estudante de pedagogia do polo de Santo Antônio do Descoberto, em Goiás, Ani Almeida, afirma que o modelo do Sistema UAB foi fundamental para ela voltar a estudar: “Seria muito difícil se não fosse esse polo. A minha turma tem a maioria de pessoas mais maduras, voltando a estudar justamente por ser ofertado da maneira que é”, explica.
Melhores Polos
Em 2019 a CAPES fez o Prêmio Polo EaD UAB em Ação, onde a interação com o município, a proatividade dos seus coordenadores e as melhores iniciativas promovidas em cada espaço foram reconhecidas. Vinte e nove participantes se inscreveram: eles encaminharam uma série de documentos para comprovar suas atividades. Os três primeiros lugares ficaram com os polos de Santo Antônio da Patrulha (RS), Beberibe (CE) e Nova Friburgo (RJ).
O polo de Santo Antônio da Patrulha, primeiro colocado, tem 12 anos de existência. Nesse período se adaptou às necessidades da população. No início eram oferecidas aulas de inclusão digital. Atualmente as atividades são direcionadas à inserção em tecnologia em sala de aula. “O que fazemos é tornar o polo uma referência de utilização para a comunidade”, afirma Dilce Eclai, coordenadora do polo gaúcho.
Para Dilce, o foco da UAB tem que ser sempre na população, buscando de forma constante maneiras para ajudar no desenvolvimento local. “Cada projeto tem uma história e estamos ajudando a construir a história da UAB no Brasil”, destaca a coordenadora.
Nos extremos do Brasil
A UAB também está presente no extremo oeste do Amazonas. No município de Carauari, a CAPES, em parceria com Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Amazônia (IFAM), desenvolveu um curso de formação continuada para professores de 60 comunidades ribeirinhas do Rio Juruá, que lecionam para mais de mil alunos de 36 escolas da região.
O projeto Escolas Ribeirinhas Sustentáveis trabalhou técnicas ecológicas a serem aplicadas nas escolas, como filtragem da água, horta e cartografia social. A importância da água em diversos aspectos da vida humana também foi assunto abordado nos seminários da iniciativa.
Philippe Waldhoff, coordenador do projeto pelo IFAM, ressalta que as aulas foram pensadas para a comunidade. Ao final do projeto, todos os envolvidos fizeram o Festival das Águas, evento em que a comunidade urbana, rural e das terras indígenas de Carauari tiveram a oportunidade de compartilhar seus saberes. “Toda a população local teve a oportunidade de conhecer os projetos que já existem no município, que tratam de questões relacionadas ao meio ambiente deles como, por exemplo, o pirarucu manejado de lagos, a andiroba, que vem de área de várzea, e outros produtos regionais”, ressalta Waldhoff.
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