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InfoCAPES: Edição 12 - Outubro/2019
Tecnologia e inovação auxiliam na capacitação de docentes da educação básica
Cada vez mais presente em nosso no dia a dia, a tecnologia nos ajuda a encurtar caminhos e ter acesso a conteúdo que antes não era possível. Para auxiliar na formação de professores, a CAPES estimula a criação de soluções facilitadoras para educação a distância (EaD).
Atualmente, são mais de R$ 2,8 milhões investidos em três editais, financiando 21 projetos. A ideia é que os desenvolvedores criem programas gratuitos para uso nos polos da Universidade Aberta do Brasil (
UAB
). Os projetos em desenvolvimento possibilitam o uso de jogos educativos personalizáveis para a educação básica, ferramentas facilitadoras para aulas e estudo, além da criação de provas virtuais.
De 26 a 29 de novembro deste ano, todos os 21 projetos serão apresentados durante o II Workshop de Inovação da CAPES. O evento vai acontecer em Teresina (PI), em conjunto com o XVI Congresso Brasileiro de Ensino Superior a Distância (ESUD) e o V Congresso Internacional de Educação Superior a Distância (CIESUD). O tema principal será “Responsabilidades e Desafios para a consolidação da EaD”.
Em 2018, outros 21 projetos financiados pela Coordenação foram apresentados durante o I Workshop de Inovação da CAPES. A iniciativa escolheu as melhores soluções criadas na área da tecnologia e educação, como os dois exemplos apresentados nos vídeos abaixo.
UAB -
Com a participação de 133 instituições de educação superior e 777 polos de apoio presencial em todos os estados e Distrito Federal, a Universidade Aberta do Brasil oferece, prioritariamente, cursos de licenciatura e de formação inicial e continuada para professores da educação básica. Uma relevância do sistema é a sua capacidade de favorecer a interiorização da educação superior.
No ano de 2018, foram matriculados 63.536 estudantes em cursos de graduação em todas as áreas do conhecimento. Do total de vagas, 75% são direcionadas exclusivamente para formação de docentes.
A UAB, atendendo a Meta 16 do Plano Nacional de Educação (PNE), também oferece cursos de especialização e mestrados profissionais com vagas exclusivas para professores em exercício nas redes públicas de educação básica. Em 2018, estavam em andamento 1.723 ofertas em cursos de pós-graduação
lato
e
stricto sensu
, com 12.782 novas matrículas.
Compartilhamento gratuito - Além dos editais em andamento, a CAPES possui outras iniciativas para compartilhar materiais educacionais de forma gratuita. Com o eduCAPES e o AVAPolos é possível levar informações aos cantos mais remotos do país.
O
eduCAPES
é um portal de objetos educacionais abertos para uso de alunos e professores da educação básica, superior e pós-graduação. Ele engloba em seu acervo mais de 284 mil de objetos de aprendizagem, incluindo textos, livros didáticos, artigos de pesquisa, teses, dissertações, videoaulas, áudios, imagens e quaisquer outros materiais de pesquisa e ensino que estejam licenciados de maneira aberta, publicados com autorização expressa do autor ou que estejam sob domínio público.
Criado para levar cursos de ensino a distância aos cantos mais remotos do país, o AVAPolos é uma ferramenta que funciona 100% off-line, facilitando o acesso em locais sem conectividade com a internet ou com conexão limitada.
A instituição que oferecerá os cursos instala o AVAPolos em um servidor, prepara todo o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e insere cursos, professores e alunos. Por um servidor interno, é possível acessar o conteúdo disponível e plataformas como Moodle e Portal
eduCAPES
.
Especialização em ciências oferece 3.920 vagas em todo o Brasil
O Programa Ciência é 10 (
C10)
é uma especialização destinada aos professores da rede pública, que lecionam ciências no segundo ciclo do ensino fundamental – 6º ao 9º ano. Com intuito de melhorar a qualidade das aulas de ciências nas escolas públicas, o Programa conta com a participação de 19 instituições de ensino superior federais e estaduais em todas as regiões do Brasil e vai atender cerca de 120 municípios, com 3.920 vagas.
Com o maior número de vagas nessa primeira fase do Programa, a Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) oferecerá 450 oportunidades, em 14 polos da Universidade Aberta do Brasil (UAB). Por ser um estado com grande extensão, o Maranhão possui uma grande demanda, com polos fisicamente distantes uns dos outros, como explica Ilka Serra, coordenadora-geral da UAB na UEMA.
Quanto à iniciativa da CAPES de atender a essa necessidade, Ilka destaca a importância de ofertar os cursos mediados por tecnologia a distância e ressalta a possibilidade de professores na área de ciências terem uma formação continuada, para além da sua graduação. “Temos que realmente destacar essa iniciativa do governo federal que trata a ciência como um eixo importante dentro da formação”, afirma a coordenadora.
Com 190 vagas em seis polos, Roraima vai atender “municípios carentes, que precisam de oferta de especialização para capacitar seus professores do ensino fundamental”, conta Wender Silva, coordenador UAB na Universidade Estadual de Roraima (UERR).
“A gente entende que, por meio dessa pesquisa de investigação a que se propõe o Ciência é 10, esse curso vai proporcionar aos professores estimular o desenvolvimento dos alunos para praticar ciências”, diz Wender. “Acredito que vai ser um curso diferenciado e que a oportunidade de aprendizagem para os professores e para nós, como servidores que vamos atuar na execução, vai ser muito rica e proveitosa”, conclui.
O Instituto Federal do Amazonas (IFAM) terá 150 vagas, distribuídas em vários municípios como Tefé, Lábrea, Maués, Itacoatiara, Carauari e na capital do estado. “A gente não pode deixar uma área remota dessa sem a oferta de um curso como esse. É impossível. Todas as dificuldades ficam pequenas diante de um propósito como esse”, conta Tânia Midian, coordenadora-geral UAB no IFAM.
“Se é difícil o acesso para a gente chegar, é difícil o acesso para ter a educação ali. Então para esses povos, significa muito. Significa estar inserido em uma comunidade”, afirma a coordenadora.
A CAPES lançou os editais de seleção em 30 de setembro, com 3.920 vagas, em todas as regiões do Brasil. O início das aulas está previsto para fevereiro de 2020 e a expectativa é de que mais de 400 mil alunos da educação básica sejam beneficiados pela iniciativa.
O C10 foi lançado em abril deste ano e desde julho os coordenadores UAB já podem acessar a plataforma que será usada durante a especialização, com todas as informações sobre o Programa. A ferramenta tem uma base de conteúdo de ciências selecionado por especialistas responsáveis por elaborar o curso.
Todos os professores que participarem da formação farão as atividades pela plataforma, desenvolvida pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em parceria com a CAPES. Além disso, os coordenadores receberam um guia de navegação com todos os detalhes sobre a estrutura do programa.
Com uma carga total de 480 horas, O C10 oferece aos professores ferramentas, conteúdos e metodologias que auxiliam na qualidade das aulas, propondo novos desafios e reflexões sobre a prática pedagógica. Além das aulas a distância, uma vez por mês os professores se reúnem nos polos UAB, que são espaços com estrutura de apoio pedagógico, tecnológico e administrativo, para as atividades de ensino e aprendizagem.
Curso contribui para disseminar Recursos Educacionais Abertos
Antonio Carlos Pereira, professor do curso de computação na Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), “não conhecia nada” sobre os Recursos Educacionais Abertos (
REA
) há pouco mais de um ano. Hoje, ele faz parte de um seleto grupo de embaixadores espalhados pelo território nacional para disseminar o tema. Tal mudança de rumo foi possível graças a um curso de extensão oferecido pela Iniciativa Educação Aberta em parceria com a CAPES, a Universidade Federal do ABC (UFABC), a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
“A partir do curso consegui compreender a proposta, o movimento em si”, revela Antonio Carlos, que trabalha em Cáceres (MT). “Me sinto até privilegiado por, em tão pouco tempo, conhecer essa iniciativa e, agora, estar ajudando na divulgação”. Além dele, existem outros 29 embaixadores para REA, vinculados a 13 instituições de ensino superior espalhadas por todas as regiões do Brasil.
Os Recursos Educacionais Abertos são materiais de ensino, aprendizado e pesquisa em qualquer mídia, que estão sob domínio público ou licenciados em livre acesso, permitindo tanto o seu uso quanto adaptação. A função dos embaixadores é atuar como multiplicadores para disseminar o conceito de REA com o objetivo de ampliar o público usuário.
Segundo João Libório, da licenciatura em computação na Universidade do Estado do Amazonas (UEA), o curso “contribuiu muito” para sua atuação profissional, sobretudo nos trabalhos desenvolvidos junto ao Núcleo de Educação a Distância da instituição e ao programa Pró-Inovalab, que incentiva o uso de tecnologia nas aulas.
“A cada semana, nós fazemos oficinas com os professores. Ali, já estamos introduzindo a publicação de conteúdo como recurso aberto”, conta Libório, que desde a conclusão do curso tem incentivado o compartilhamento de material produzido pelos professores de acordo com a proposta do REA.
Formação - Os embaixadores da CAPES para Recursos Educacionais Abertos são servidores técnicos e docentes associados ao Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB). O curso foi criado para estabelecer no País uma rede de promoção e discussão sobre o REA. As atividades tiveram uma carga horária básica de 60 horas, cumpridas em ambiente virtual.
“A nossa ideia era formar e identificar. Queríamos saber quem eram as pessoas que podiam compor essa rede”, destaca Tel Amiel, professor da Faculdade de Educação da UnB e um dos idealizadores do curso. “Com os embaixadores, queremos criar algumas ações bem concretas de formação local, usar essa rede para capilarizar o processo”, explica o docente, que também é coordenador da Cátedra UNESCO de Educação a Distância.
A formação dos embaixadores foi precedida por um curso introdutório sobre o REA, concluído por cerca de 85 pessoas. A partir dessa experiência, foi organizada uma segunda etapa, voltada à instrução e reflexão locais sobre o tema.
“O primeiro curso nos deu o embasamento para saber o que é REA. No segundo, era botar a mão na massa, conhecer a nossa universidade, ver se o pessoal sabia o que era REA ou não. Fizemos pesquisa também com as pró-reitorias e com os colegas”, afirma Verônica Antunes, pedagoga que atua na Diretoria de Educação a Distância do campus de Bagé (RS) da Universidade Federal do Pampa (Unipampa).
Todo o material utilizado durante o curso de formação de embaixadores está disponível no site cursos.aberta.org.br e pode ser acessado por qualquer pessoa interessada no assunto.
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