Dra. Daniela Cajado de Oliveira Souza Carvalho
Área
Biotecnologia
Tese
Purificação e caracterização de peptidases presentes no veneno do escorpião Tityus serrulatus
Orientadora
Fernanda Calheta Vieira Portaro
Programa
Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da USP
Entrevista
Bióloga, graduada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP), mestre em Saúde Pública pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, Daniela Cajado, 30 anos, trabalhou com veneno de escorpião em sua tese de doutorado feita no Programa de Interunidades em Biotecnologia da Universidade de São Paulo (USP), que recebeu o Prêmio CAPES de Tese de 2018: Purificação e caracterização de peptidases presentes no veneno do escorpião Tityus serrulatus.
De onde surgiu a ideia de fazer o doutorado sobre esse tema?
Tinha dados do mestrado com o veneno total do escorpião amarelo, mas no doutorado quis estudar uma ação mais específica com a ação das enzimas do veneno. Então, isolei três enzimas inéditas presentes no veneno. A purificação de uma delas já está publicada; as restantes esperamos publicar ainda este ano. No final do doutorado tivemos uma colaboração com o setor de produção do Instituto Butantan, produtor do soro antiveneno que é usado no tratamento dos envenenados. Mas, para a fabricação do antiveneno, é necessário fazer testes em animais. Como é um método caro e são usados muitos animais, fizemos um estudo com marcadores de toxicidade com as técnicas que utilizamos no doutorado. Isto levou à produção de um artigo e ao estabelecimento de uma nova rotina no setor de controle de qualidade do Instituto Butantan. Isto pode auxiliar na diminuição do uso de animais nesses testes.
Esse foi o seu primeiro projeto premiado?
No início do doutorado fui selecionada como uma das três finalistas do Prêmio Jovem Pesquisador no Instituto Butantan, categoria doutorado.
Qual o impacto social do seu trabalho?
O impacto é fazer um antiveneno melhor, que você consiga avaliar este veneno antes da produção, antes de testar. Isso gera um custo reduzido, mais eficiente. Contribui para o Instituto em questão de custo e para a população, tendo um antiveneno efetivo.
O que significa receber o Prêmio CAPES de Tese?
Eu não esperava receber um prêmio como esse. Achei legal esse reconhecimento. A gente trabalha aqui no laboratório, mas não faz nada sozinho. A equipe com que eu trabalhei no doutorado me ajudou muito, minha orientadora, tudo isso contribuiu para eu fazer um trabalho legal, e a CAPES reconheceu, e eu fico muito feliz com isso, de coração.
Quais são seus planos para futuro?
Estou fazendo pós-doutorado aqui no Instituto; não no mesmo laboratório. Mas quero continuar a carreira acadêmica, me tornar pesquisadora. É o que eu gosto de fazer. Agora não estou trabalhando com venenos de escorpiões, estou com os de serpentes, mas eu gostaria de voltar a trabalhar com escorpiões.
Vídeo
(Brasília – Allan Silva para CCS/CAPES)
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