Dr. Luciano Jorge Serejo dos Anjos
Área
Ciências Ambientais
Tese
Mudanças climáticas e a floresta amazônica ao longo do tempo e espaço
Orientador
Peter Mann de Toledo
Coorientador
Marcelo Cancela Lisboa Cohen
Programa
Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da UFPA
Entrevista
Formado em biologia pela Universidade Federal do Pará (UFPA), com mestrado em Zoologia pelo Museu Paraense Emílio Goeldi (2010). Entre 2011 e 2012, desenvolveu atividades de pesquisa em projetos científicos, como bolsista, no Museu Goeldi. Iniciou o doutoramento em 2015, no Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da UFPA. Com a tese “Mudanças climáticas e a Floresta Amazônica ao longo do tempo e espaço” foi um dos indicados a receber o Prêmio CAPES de Tese 2018.
Como surgiu o interesse em trabalhar com o tema da sua tese?
No mestrado e como bolsista de pesquisa no Museu Goeldi, já havia construído um arcabouço metodológico sólido, utilizando métodos computacionais para análises biogeográficas e de conservação da biodiversidade. Sempre me interessei em compreender como os ecossistemas responderam ou poderiam responder às mudanças climáticas, tanto em cenários de um passado distante quanto em projeções para um futuro próximo. Então, no doutorado só adicionei uma extensão teórica aos modelos que já vinha utilizando, combinando com a expertise em paleoecologia dos meus orientador e co-orientador.
Como foi o processo de formulação da tese?
Foi um processo acelerado e contínuo desde o momento em que entrei no doutorado. Recebi uma bolsa de estudos da CAPES pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA) e pude me debruçar integralmente sobre a tese. O primeiro desafio foi padronizar a metodologia para reconstrução paleoclimática em uma larga escala temporal e espacial. O segundo, foi amarrar toda a estrutura metodológica ao arcabouço teórico ecológico em um cenário com mudanças climáticas. Nós desenvolvemos uma nova abordagem metodológica para quantificar a resiliência dos ecossistemas em largas escalas, baseada em observações atuais. A partir deste modelo, calibrado para o presente, foi possível projetar sobre cenários paleoclimáticos, desde o último glacial máximo (22 mil anos atrás) até o presente. Dessa forma, nós avaliamos a dinâmica dos ecossistemas sobre a bacia amazônica em função da oscilação da resiliência ecossistêmica.
Qual o impacto social da sua pesquisa?
A Amazônia tem uma importância estratégica para o país, entre outros motivos, por ela fornecer uma série de serviços ecossistêmicos indispensáveis ao bem-estar humano, assim como de suporte a uma grande variedade de atividades socioeconômicas. Nesse contexto, é fundamental compreender quais seriam as prováveis respostas deste ecossistema às mudanças climáticas em curso, a fim de antecipar os efeitos negativos, buscando mitigar os impactos e se adaptar a uma nova realidade climática e ecossistêmica em um futuro próximo.
O que representa receber o prêmio CAPES de tese?
Representa o reconhecimento do esforço e dedicação, não tão somente do autor da tese, mas de toda a estrutura de suporte que está por trás do trabalho, particularmente do orientador, do programa de pós graduação e da universidade.
(Brasília – Lucas Brandão para CCS/CAPES)
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