Dr. Felipe de Souza Noto
Área
Arquitetura, Urbanismo e Design
Tese
O quarteirão como suporte da transformação urbana de São Paulo
Orientadora
Helena Aparecida Ayoub Silva
Programa
Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da USP
Entrevista
Arquiteto urbanista formado (2001) pela Universidade de São Paulo (USP). Fez mestrado (2007) e doutorado (2017) em projeto de arquitetura pela mesma instituição. Sobre a tese “O quarteirão como suporte da transformação urbana de São Paulo”, premiada com o CAPES Tese 2018, ele nos conta.
Como surgiu a ideia da tese?
A minha vida profissional é dividida entre uma parte acadêmica, eu sou professor e pesquisador, e outra de trabalho com a profissão: tenho um escritório de arquitetura e urbanismo. Por diversas vezes, nessas duas frentes de atuação, me vi diante de empasses profissionais que tinham muita relação com certa limitação da atuação do arquiteto e urbanista, principalmente voltada a uma questão de escala e de abrangência da possibilidade de atuação do arquiteto. Normalmente, o nosso trabalho atua sobre uma escala, a escala de planejamento, que é uma escala traçada de diretrizes gerais e genéricas da cidade ou é um trabalho que está voltado à edificação aos limites do lote.
Meu trabalho era uma tentativa de encontrar uma área de atuação em uma escala intermediaria de atuação, justamente foi a ideia de trabalhar com um quarteirão como suporte da transformação da cidade.
Como foi o processo de elaboração da pesquisa?
Longo e difícil. Ele foi justamente mais complicado porque buscou uma escala que não era exatamente uma escala usual e acabou me levando por caminhos que eram talvez não esperados no começo, porque justamente a legislação não permite. Foi um trabalho que acabou chegando numa proposta de três instrumentos normativos que, em si, têm essa escala do quarteirão e que abre um pouco a possibilidade de desenho dessa escala.
Quais são seus planos agora?
O principal foco desse prêmio é uma bolsa de pós-doutorado, então, nesse momento, eu estou me preparando para formular esse projeto de pesquisa. Provavelmente será uma maneira de continuar o meu percurso acadêmico, esse é um pouco do caminho: fazer um pós-doutorado na área.
Qual o impacto social do seu trabalho?
O meu trabalho sempre teve uma preocupação sobre como poderíamos avançar para além de uma questão meramente teórica e acadêmica. Nós fizemos uma pesquisa em projetos e eu tive um pouco a preocupação de dirigi-la para um campo em que ela pudesse ter alguma utilização prática. Ela acabou se tornando exatamente aquilo que eu disse, que é a formulação de instrumentos normativos e que poderiam ser implementados pelo impacto bastante sensível na construção e na transformação da cidade.
Esse foi seu primeiro projeto premiado?
Não. No meu mestrado eu recebi um prêmio também, mas um prêmio do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), uma premiação com jovens arquitetos, em 2007.
O que representa receber o prêmio CAPES de tese?
É um estimulo enorme, porque a carreira acadêmica é bastante difícil e árdua. A gente muitas vezes tem de dividir com outras atividades, o que, não raro, dificulta o processo. Foi inesperado. O meu trabalho tinha sido selecionado pela faculdade para representar, mas a gente nunca espera.
Vídeo
(Brasília – Allan Silva para CCS/CAPES)
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