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Vencedora do Prêmio CAPES de Tese ganha honraria para mulheres na ciência
Evelin Manoel é professora da Faculdade de Farmácia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e faz parte do departamento de Biotecnologia Farmacêutica, onde desenvolve projetos para a produção de bioativos de interesse cosmético e farmacêutico. Graduou-se em Ciências Biológicas, e cursou mestrado e doutorado na Escola de Química, tudo na UFRJ. Em 2015, foi agraciada com o Prêmio CAPES de Tese.
Fale sobre o Prêmio Mulheres Brasileiras na Química 2023:
O prêmio é realizado pela
American Chemical Society
,
junto com a Sociedade Brasileira de Química, para tentar diminuir a desigualdade do gênero feminino na academia. Foi bem interessante participar de um edital de premiação para mulheres, por ser um incentivo às ciências exatas, química, matemática, engenharias. Em todas as áreas existe algum ponto de distorção estatística na presença da mulher atuando e dentro das ciências exatas, vemos essa estatística mais aguçada.
Foram três grandes prêmios em três áreas. Eu fui agraciada como Líder na Academia, a colega Aline Machado como Líder na Indústria e Joyce Kelly como Líder Emergente. Inclusive, a premiação vai acontecer entre os dias 29 e 31 de maio, durante reunião da Sociedade Brasileira de Química. O legal, foi que a seleção não foi somente com base em pesquisas científicas ou no currículo Lattes; eles levaram em consideração o histórico dos participantes, inclusive na parte de patentes e atuação em projetos sociais. A minha proposta social para concorrer ao prêmio incentiva e acompanha meninas e mulheres na ciência.
Fale sobre o projeto que leva meninas para as Ciências Exatas:
Foi idealizado entre 2021 e 2022 com o título “Meninas Mulheres: Diversificando estratégias de ensino na área de Ciências exatas: do laboratório para a vida”. É social, ao mesmo tempo em que é de pesquisa, porque a gente incentiva meninas e mulheres dos Ensinos Fundamental e Médio a estarem no laboratório e depois fazemos o acompanhamento. Atualmente, mantemos parceria com três Centros Integrados de Educação Pública (os conhecidos CIEP, no Rio de Janeiro).
Recebemos bolsas para jovens talentos da Faperj, então fazemos uma seleção de meninas que realmente querem estar nas ciências exatas. As levamos, junto com as professoras – que também recebem bolsa - para dentro do laboratório. Começamos com ensinamentos bem básicos na área da matemática, depois vamos avançando para química e engenharia. E fazemos isso trazendo para o cotidiano, para a realidade das alunas, analisando uma molécula da água, por exemplo. É como se fosse uma mini-iniciação científica. Além disso, pelas entrevistas sobre o conhecimento que elas trazem, notamos perfis diferentes de alunas e fazemos uma espécie de guarda-chuva psicológico, para que essa menina absorva o máximo de conhecimento no que tempo em que passar no laboratório.
Atualmente, conseguimos renovar a ação até meados do ano e também cadastramos como projeto de extensão na UFRJ. Pretendemos continuar, abordando, inclusive, outras temáticas, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) como desigualdade social, desigualdade de gênero na academia, sustentabilidade.
Por que é importante ter mulheres na ciência?
A representação das mulheres na ciência tem um histórico muito grande. Desde o estudo da estrutura do DNA, temos exemplos de pesquisadoras que revolucionaram a ciência de alguma forma, mas, ao longo do caminho, foram suprimidas por representações masculinas. Quem é mulher, profissional e mãe, está numa trajetória que causa
gaps
, alguns buracos de participação da mulher. Mas percebemos uma mudança, estamos passando do momento em que todas as posições eram ocupadas por outro gênero, e agora temos a oportunidade de ter várias iniciativas para as mulheres.
Como a CAPES foi importante para a sua vida?
Tenho um agradecimento especial à CAPES. Em 2015, fui agraciada com o Prêmio CAPES de Tese em 2015 com a Melhor Tese de Doutorado na área de Engenharias II
.
Parece algo básico, mas foi importante para o início da carreira. Para uma professora que está começando, ter o recurso foi fundamental para trilhar caminhos e iniciar na minha carreira como pesquisadora efetivamente. Conheço colegas que não tiveram a mesma oportunidade e foi mais difícil para eles. Isso foi há oito anos, mas faz diferença na minha vida até hoje.
Legenda das imagens:
Banner e imagem dentro da matéria:
Participantes do projeto ‘Meninas Mulheres: Diversificando estratégias de ensino na área de Ciências exatas: do laboratório para a vida’
(Foto: Arquivo pessoal)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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