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DIA DE LUTA PCD
Universidade busca soluções inclusivas para o ensino de Matemática
Um grupo de pesquisa da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) busca soluções para promover um ensino inclusivo de Matemática e Ciências da Natureza. O público-alvo dos projetos engloba estudantes com paralisia cerebral ou deficiência visual. A atuação da equipe, que conta com bolsistas da CAPES, é destaque neste 21 de setembro, Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência.
O Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Discalculia do Desenvolvimento iniciou suas atividades em 2014 e, desde 2017, aborda outras necessidades educacionais específicas, como no caso das pessoas com paralisia cerebral e/ou deficiência visual. Isabel Lara, professora permanente de dois programas de pós-Graduação da instituição gaúcha (Educação e Educação em Ciências e Matemática), coordena a iniciativa. Em regra, os projetos de pesquisa do grupo são desenvolvidos por mestrandos e doutorandos sob a orientação da coordenadora.
Segundo Isabel, os trabalhos “envolvem a elaboração e execução de propostas inovadoras para o ensino de Matemática e Ciências da Natureza que utilizem recursos pedagógicos e tecnológicos e que apresentem ações pedagógicas adequadas a todos os estudantes”. O objetivo, continua a educadora, é que os trabalhos “contribuam efetivamente para aprendizagem de estudantes e promovam a inclusão, possibilitando a valorização de seus saberes e seus fazeres, respeitando a diversidade e a equidade”.
Um dos projetos do grupo envolve o desenvolvimento de aplicativos de realidade mista para auxiliar pessoas com discalculia, paralisia cerebral e deficiência visual no aprendizado da Matemática. Duas bolsistas da CAPES trabalham nessa linha. Uma delas é Susana Seidel, doutoranda em Educação, que tenta viabilizar uma visita virtual guiada e narrada ao Museu de Ciência e Tecnologia da PUCRS. “O foco é na deficiência visual, então é preciso que o ambiente seja aumentado, para aqueles de baixa visão, e narrado, para quem não tiver visão, para explorar demonstrações e jogos matemáticos”, explica.
A outra pesquisa é de Fabricia Souza Nazário, mestranda em Educação, que visa “analisar as implicações do uso dos apps no aprendizado de Matemática de alunos da educação básica com paralisia cerebral”. A cientista busca desmistificar visões capacitistas. “Muitas vezes as famílias ignoram o potencial de aprendizagem e focam só na parte médica. E eu me deparo com casos em que a paralisia não afetou o sistema cognitivo da pessoa. Afeta mais o sistema motor, e as pessoas têm plena condição produtiva, intelectual, muitas vezes até altas habilidades, para continuar nos estudos”, conta.
O ensino de Matemática para pessoas com paralisia cerebral, aliás, foi tema do trabalho de conclusão de doutorado vencedor do Prêmio CAPES de Tese 2021 na área de Ensino. Dilson Ribeiro, hoje doutor em Educação em Ciências e Matemática pela PUCRS, levou a premiação com pesquisa orientada por Isabel Lara. A tese de Ribeiro , que é professor do Colégio Municipal Pelotense, em Pelotas, no Rio Grande do Sul, ressaltou a importância da presença do estudante em sala de aula e a interação com o meio social, seja com outros alunos ou com professores.
De acordo com dados do IBGE e do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), o Brasil tem 18,6 milhões de pessoas com deficiência , o que representa 8,9% da população com 2 anos de idade ou mais. Na condição de direito de todos e dever do Estado, estabelecida pela Constituição Federal, a educação é o principal meio para assegurar a inclusão de grupos sub-representados. Com financiamento da CAPES, a equipe de pesquisa da PUCRS atua nesse sentido.
Sobre a data
O Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência foi instituído pela
Lei nº 11.133/2005
. A data tem por objetivo chamar a atenção para a importância de se desenvolver meios de inclusão para as pessoas com deficiência. As comemorações, no entanto, ocorriam de forma extraoficial desde 1982, por iniciativa do Movimento pelos Direitos das Pessoas com Deficiência.
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(Foto: iStock)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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