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AMAZÔNIA LEGAL
UniNilton aposta na piscicultura como nova fonte econômica para o Amazonas
A Universidade Nilton Lins, uma instituição privada sediada em Manaus, mobilizará alunos e professores do Programa de Pós-Graduação em Aquicultura para desenvolver um sistema sustentável de alta produtividade. A tecnologia de bioflocos (BFT) ajudará a incentivar a criação de espécies nativas de peixes amazônicos. O projeto foi selecionado pela CAPES para participar do Programa de Desenvolvimento da Pós-Graduação (PDPG) na Amazônia Legal .
Formados por um composto de partículas de microalgas e bactérias, os bioflocos são usados na criação de peixes em tanques para captar as impurezas da água, como fezes, micro-organismos e restos de ração. A tecnologia limpa o ambiente aquático e torna possível seu reuso e aproveitamento de forma muito mais durável do que no sistema convencional. Desse modo, o BFT aumenta a produtividade geral do criatório e facilita todo o processo de criação de peixes.
Elizabeth Gusmão, coordenadora do projeto, explica que o Amazonas é um estado importador de pescado, apesar de ser o maior consumidor per capita de peixe no Brasil: “produzimos muito pouco do que é consumido aqui. Por isso, vamos concentrar nossos esforços, viabilizados graças a este estímulo da CAPES”. Melhorar a produção aquícola, os processos para novas rações, a reprodução e larvicultura de espécies de peixes nativos da Amazônia produzidos em sistema BFT, são os objetivos.
Segundo a pesquisadora, ainda existe muita resistência no estado à introdução de uma piscicultura profissionalizada. “Muitos produtores não adotam as chamadas Boas Práticas de Manejo, o que dificulta o avanço da atividade”. A piscicultura pode ser uma alternativa importante para o desenvolvimento do Amazonas que hoje é focado, basicamente, no Polo Industrial de Manaus – PIM.
No projeto BFT duas espécies serão estudadas, o tambaqui e o matrinxã, ambas de grande importância para a piscicultura regional e nacional. A tecnologia vem sendo aplicada em vários países como uma estratégia sustentável de produção aquícola. Ela aumenta a produtividade e diminui o impacto ambiental inerente à atividade, “podendo contribuir ainda com o desenvolvimento da aquicultura em benefício do pequeno ao grande produtor da Amazônia”, explica Elizabeth Gusmão.
Os planos crescem com o estímulo da CAPES. Cleuciliz Santana, pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade UniNilton, acredita que a instituição poderá lançar, ao final do projeto, um pacote tecnológico para produção de peixes nativos em sistema BFT. Inicialmente pensado para o Amazonas, este poderá ser replicado e implantado em qualquer parte do Norte do País. “Queremos estimular, ao mesmo tempo, a profissionalização, a qualidade, a excelência, a ciência de alto nível e a competitividade na área de aquicultura”, encerra.
PDPG Amazônia Legal
O
PDPG na Amazônia Legal
vai incentivar o desenvolvimento dos programas de pós-graduação em áreas estratégicas na região da Amazônia Legal. Serão oferecidas 488 bolsas: 130 para mestrado, 90 para doutorado e 268 para pós-doutorado. O investimento em cada projeto será de R$627,2 mil, dos quais R$200 mil são destinados ao custeio. A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro e engloba nove estados: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
A seleção considerou como áreas estratégicas: Biotecnologia, Biodiversidade, Conservação e Recuperação Ambiental, Saúde Pública, Doenças Tropicais e Tecnologias para o Trabalho em Saúde, Combate e Prevenção Voltados ao Enfrentamento de Epidemias, Engenharias, Tecnologia de Informação e Comunicação, Clima, Energia e Recursos Hídricos, Produção Animal e Vegetal Sustentável, e Diversidade Sociocultural, Sustentabilidade e Atividades Socioeconômicas.
Legenda das imagens:
Imagem 1:
Projeto da Universidade utilizará sistema de bioflocos para pesquisar criação de tambaquis e matrinxãs
(Foto: Arquivo pessoal)
Imagem 2:
Coordenadora do Projeto, Elizabeth Gusmão
(Foto: Arquivo pessoal)
Imagem 3:
Cleuciliz Santana, Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação (Foto: Arquivo pessoal)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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