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EPIDEMIOLOGIA
UFSCar pesquisa método de detecção rápida da COVID-19
Entre várias linhas de pesquisa, o principal foco dos cientistas é criar um exame que faça o diagnóstico da doença em menos de uma hora
Grupo de cientistas da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) corre contra o tempo para criar um dispositivo de baixo custo para detecção da COVID-19. Financiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), a pesquisa tem como meta prioritária desenvolver um dispositivo que avalie o material genético e as proteínas do SARS-CoV-2, além de anticorpos IgG e IgM, para obter diagnóstico da doença em menos de 1 hora.
Coordenado pelo professor Ronaldo Censi Faria, do Programa de Pós-Graduação do Departamento de Química da UFSCar, o grupo tem larga experiência no desenvolvimento de dispositivos descartáveis de baixo custo. “Há mais de 100 kits comerciais para o diagnóstico da COVID-19, mas há críticas devido à baixa sensibilidade, aos percentuais elevados de falsos negativos ou falsos positivos e ao alto custo, impactando decisões clínicas e de saúde pública. Assim, testes moleculares e de imunodiagnósticos precisos, de baixo custo e fácil produção em larga escala precisam ser urgentemente desenvolvidos”, explica Faria.
Organizado de modo interdisciplinar, o grupo reúne 26 pesquisadores de áreas da Física, Química, Biologia e Medicina, a equipe trabalhará no diagnóstico, prevenção e tratamento da COVID-19. Além dos dispositivos de detecção rápida, os cientistas também pretendem criar sensores adaptados para identificar a presença do SARS-CoV-2 no sistema de esgoto e na atmosfera da cidade de São Carlos. “Esse modelo de avaliação do avanço da epidemia poderá ser facilmente estendido para todas as regiões do país, dando subsídios às autoridades sanitárias encarregadas do controle da pandemia”, assinala o pesquisador.
Em uma outra frente de trabalho, a experiência dos professores do Departamento de Química da UFSCar será empregada no desenvolvimento de novos materiais capazes de inativar o SARS-CoV-2 em superfícies. Desse modo será possível controlar a transmissão da COVID-19, observa o pesquisador André Farias de Moura. Ele ressalta que, atualmente, já existem materiais testados e validados para inativar bactérias e fungos, e que serão preparados para se tornarem ativos também contra o vírus corona.
O pesquisador Marcio Weber Paixão observa que o edital da CAPES acabou atuando como um catalisador das inúmeras ações feitas pelo Programa de Pós-Graduação em Química da UFSCar. A equipe de especialistas deixou de ver suas áreas de maneira isolada, entendendo a realidade da COVID-19 como um problema que exige o envolvimento de todo o conhecimento disponível. “Queremos, além de tudo, encontrar novas estratégias e sintetizar moléculas orgânicas que nos ajudem a combater e a tratar este vírus com sustentabilidade e equilíbrio ecológico”, observa.
Programa Combate a Epidemias
É um conjunto de ações de apoio a projetos, pesquisas e formação de pessoal de alto nível para enfrentar a pandemia da COVID-19 e temas relacionados a endemias e epidemias, no âmbito dos programas de pós-graduação de mestrado e doutorado do País. O
Programa
está estruturado em duas dimensões: Ações Estratégicas Emergenciais Imediatas e Ações Estratégicas Emergenciais Induzidas em Áreas Específicas.
Em três editais, 109 projetos de pesquisa e formação de recursos humanos foram selecionados, com o envolvimento de mais de 1.300 pesquisadores de universidades brasileiras e estrangeiras. Os projetos vão estudar temas relacionados a Epidemias, Fármacos e Imunologia e Telemedicina e Análise de dados Médicos.
Confira no Programa de Combate a Epidemias os detalhes dos três editais:
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CAPES - Epidemias - Edital nº 09/2020
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CAPES – Fármacos e Imunologia - Edital nº 11/2020
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CAPES – Telemedicina e Análise de Dados Médicos - Edital nº 12/2020
Confira o resultado final do Edital nº 09/2020
Confira o resultado final do Edital nº 11/2020
Confira o resultado final do Edital nº 12/2020
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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