Notícias
AMAZÔNIA LEGAL
UFPA cria o Observatório da Gestão Costeira do Estado do Pará
A Universidade Federal do Pará (UFPA) criou o Observatório da Gestão Costeira do Estado do Pará (OGCPará). O objetivo é auxiliar o governo local a tomar decisões e subsidiar a formulação de políticas públicas a partir da produção acadêmico-científica. O projeto é financiado pelo Programa de Desenvolvimento da Pós-Graduação (PDPG) na Amazônia Legal , da CAPES.
Não é de hoje que a UFPA promove estudos sobre a zona costeira. A instituição tem até um Instituto de Estudos Costeiros, em Bragança (PA). Em 2020, o governo daquele estado criou a Política Estadual de Gerenciamento Costeiro . O edital da CAPES veio no ano seguinte. A legislação paraense traça objetivos para assegurar a conservação do meio ambiente valorizando áreas de preservação da biodiversidade e a melhoria da qualidade de vida das comunidades locais. A faixa terrestre abrange 47 municípios, divididos em cinco setores.
Com o observatório, juntaram-se várias pesquisas desenvolvidas ao longo dos anos para apoiar essa gestão. Para além da produção já feita, a Universidade fomenta a formação de pessoal qualificado pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia. “Nosso interesse é tentar subsidiar cientificamente a gestão, o uso, a resolução de conflitos sociais e territoriais na zona costeira”, explica Claudio Szlafsztein, coordenador do projeto e professor do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da UFPA.
Com ampla atuação, a equipe criou, com recursos da CAPES, o Laboratório de Estudo da Paisagem Amazônica (Lepam), onde funciona o OGCPará. A unidade centraliza boa parte dos trabalhos. “Dentro do OGC, realizamos atividades de extensão, como ida a escolas públicas de municípios para ajudar no ensino de alunos da educação básica, bem como atividades de campo dos pesquisadores”, conta Eder Mileno Silva de Paula, coordenador do Lepam.
Alguns dos pesquisadores são bolsistas da CAPES. Carolina da Silva Gonçalves fez o mestrado com bolsa ofertada pelo Programa. Ela estudou as consequências da afetação (ampliação do tamanho) da Reserva Extrativista Marinha Araí-Peroba. Parte dos resultados de seu trabalho está descrita em artigo publicado na revista científica internacional Costas . “Com o estudo, percebi que, por mais que tenha se aumentado o tamanho dessa unidade de conservação, ficaram inúmeras lacunas na gestão, como falta de investimento, pessoal e monitoramento”, relata a pesquisadora, que no doutorado continua a atuar no OGC. No seu entendimento, lacunas na gestão “afetam diretamente em como se cumpre os objetivos de conservação”.
As pesquisas abrangem projeções de longo prazo. Bolsista CAPES de doutorado no PPG em Geografia da UFPA, Rafael Menezes analisa a vulnerabilidade à erosão costeira. “Além de trabalhar com os eventos extremos, vou projetar o risco associado ao juntar os dados do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) com cenários futuros para 2050 e 2100, modelar e ver como isso atinge a costa”, explica. Seu trabalho rendeu um artigo publicado na Revista Geo Amazônia sobre a evolução dos mangues na Ilha do Marajó entre 1972 e 2020. Já Carlos Henrique Silva, bolsista pelo Programa da Fundação, vai analisar as interações entre as partes marítima e terrestre da costa.
Iniciado em 2021, o projeto do observatório teve um seminário interno para falar sobre o andamento dos trabalhos. O próximo passo é a realização, neste segundo semestre, de um seminário externo, com representantes do governo. A ideia é passar parte da produção científica de forma direta para os responsáveis pela administração pública, em especial a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas).
Sobre o Programa
O
PDPG na Amazônia Legal
incentiva o desenvolvimento dos programas de pós-graduação em áreas estratégicas na região, que engloba os estados da região Norte, Maranhão e Mato Grosso (59% do território brasileiro). Cada projeto recebe até R$627,2 mil, sendo R$200 mil para custeio. Ao todo, a oferta é de 488 bolsas: 130 para mestrado, 90 para doutorado e 268 para pós-doutorado.
Legenda das imagens:
Banner e imagem 1:
Costa paraense é gerida pelo governo estadual e a UFPA criou um observatório para subsidiar a administração pública
(Foto: Naiara Demarco - CGCOM/CAPES)
Imagem 2:
Parte da equipe do Observatório da Gestão Costeira do Pará no Laboratório de Estudo da Paisagem Amazônica
(Foto: Naiara Demarco - CGCOM/CAPES)
Imagem 3:
Claudio Szlafsztein é o coordenador do projeto
(Foto: Naiara Demarco - CGCOM/CAPES)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura CGCOM/CAPES