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UAB promove democratização do ensino e inclusão digital
Dez licenciados em música e cinco em artes visuais formaram-se no dia 8 de fevereiro, em Cruzeiro do Sul. A turma faz parte do programa UAB 1, que começou em 2007, quando 1.080 alunos ingressaram na Universidade de Brasília (UnB) virtualmente, por meio do ensino a distância. Em Acrelância, município a 117 quilômetros da capital do Acre, Rio Branco, cinco licenciados em artes visuais e música receberam o canudo da UnB.
Para o secretário estadual de Educação, Daniel Zen, a parceria entre a UnB e o Governo do Acre, por meio do Governo Federal, traz aos municípios que têm a oportunidade de participar do sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) a oportunidade de preencher os cargos de professores com recursos humanos qualificados. "Ainda mais em uma área sensível como as artes. Muitos desses formandos ainda não são professores, mas entrarão em nossos próximos concursos", afirma. Ele disse que haverá uma prova ainda este ano ou no ano que vem. "Ensino a distância é a alternativa mais viável para democratizar o acesso ao ensino superior".
Democratização
Segundo o secretário, todos os anos, 9 mil alunos concluem o ensino médio e esse número deve chegar a 15 mil em quatro anos. "Se somarmos as vagas da Universidade Federal do Acre, do instituto federal e das instituições particulares, temos 5 mil vagas para 9 mil formandos. Temos uma demanda gigantesca por ensino superior. Estamos tratando de uma demanda reprimida". Atualmente, o Acre conta com 94% dos professores da rede estadual com ensino superior e parte dessa conquista deve-se ao ensino a distância.
Do mimeógrafo à internet
Quando começou a cursar a licenciatura em teatro pela UnB, pela UAB, Maria de Nazaré Marques não imaginava o que encontraria pela frente. Professora do ensino médio, ela ainda usava mimeógrafo para copiar as provas que aplicava aos alunos de Cruzeiro do Sul, no Acre. O computador foi o primeiro desafio que ela enfrentou na educação a distância. Quatro anos depois, tem e-mail, facebook, skype e ainda usa a internet para paquerar. "Hoje sou uma mulher conectada", diz.
Nazaré, como é chamada pelos colegas de curso e professores, foi a única aluna que se formou em teatro na primeira turma da UAB oferecida pela UnB. Dezessete colegas desistiram pelo caminho. "Ninguém sabia nada de computador, ainda não tinha polo, a gente dependia de salas de aula das escolas", conta. "Nós, professores, ainda copiávamos prova no mimeógrafo e não usávamos o computador como recurso didático".
Nas primeiras noites em frente ao computador não conseguia se familiarizar com a máquina, mas depois desistiu de brigar com o aparelho. "Um dia eu decidi que ia aprender a lidar com tudo isso. Aprendi sozinha a mexer no Word. Meu sobrinho pequeno me ajudou muito", lembra. "A educação a distância veio tirar as pessoas do analfabetismo digital. Ampliou os meus limites e aumentou as possibilidades. Esse contato exercita a criatividade".
(Com informações da UnB Agência)