UAB: Caminhos da diversidade

Imagem: Montagem com as imagens: Raimundo José da Silva Leite e Ademilson Nelio Mendes Leite (Divulgação)

Inclusão, diversidade e políticas afirmativas têm sido temas centrais na educação superior, na busca por garantir oportunidades iguais para todos, independentemente de raça, etnia, origem ou condição social. Na Universidade Aberta do Brasil (UAB), iniciativas nesse sentido transformam a vida de estudantes de diferentes perfis, como nos casos de Raimundo José da Silva Leite e Ademilson Nelio Mendes Leite.

Raimundo José, 30 anos, graduado em Geografia, lembra sua trajetória desde a escola, na Comunidade Quilombola Rampa, em Vargem Grande, no Maranhão, até a formação superior pela UAB no polo de Nina Rodrigues, no mesmo estado. Hoje, leciona a disciplina no local onde nasceu. “A formação na UAB foi crucial, agregando conhecimentos à minha vivência enquanto quilombola e comunicador popular. Contribuo para compreender melhor o espaço em que estou inserido, compartilhando esse conhecimento com minha comunidade”.

Ele enfatiza que as políticas de inclusão da UAB permitiram trazer sua cultura e sua história para dentro da universidade, enriquecendo a formação, mesmo enfrentando desafios como a distância do local de estudo, a necessidade de trabalhar durante o curso e a falta de um computador pessoal. “A bolsa da CAPES foi essencial, possibilitando ingressar em um curso superior e contribuindo para minha permanência na universidade. Levar minha identidade quilombola para a UAB foi importante. Fui respeitado pelos profissionais e alunos do polo, influenciando positivamente minha permanência”, ressalta.

Já Ademilson Leite, de 43 anos, conta como a UAB de Cáceres, no Mato Grosso, permitiu uma mudança significativa em sua vida. “A formação acadêmica foi fundamental para ampliar meus horizontes e proporcionar novas oportunidades”, ressalta Ademilson. Ele afirma que as políticas de inclusão da UAB foram essenciais, quebrando barreiras sociais e possibilitando sua entrada no ensino superior.

Vencendo barreiras como a falta de condições financeiras e a discriminação racial, Ademilson superou os obstáculos com dedicação aos estudos e apoio de professores e colegas. “A bolsa da CAPES foi um suporte crucial, permitindo que eu me concentrasse nos estudos e superasse dificuldades financeiras”. Ele destaca a importância de ser respeitado na UAB como indivíduo, independentemente de sua origem étnica. Suas expectativas incluem seguir carreira na área de educação e servir de inspiração para outros jovens negros que enfrentam desafios semelhantes.

A trajetória dos dois bolsistas tem ido além da sala de aula. Ademilson e Raimundo estão engajados em atividades extracurriculares e participam ativamente de grupos de discussão sobre diversidade racial na UAB. “A universidade ofereceu espaços para debates que transcendem o conteúdo curricular”, diz o primeiro. “Os professores sempre nos incentivaram a trazer nossa realidade para as discussões em sala de aula. Foi uma experiência enriquecedora, poder unir o conhecimento acadêmico à minha experiência pessoal, contribuindo para a valorização da cultura quilombola”, acrescenta o último.

As histórias de Ademilson e Raimundo demonstram a importância das políticas afirmativas, de inclusão e diversidade promovidas pela Universidade Aberta do Brasil. A UAB tem desempenhado um papel fundamental na transformação de vidas e na promoção de uma educação superior verdadeiramente inclusiva e representativa.

O Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) está presente em 150 instituições de ensino superior, distribuídas por cerca de mil polos. Atualmente, conta com 919 cursos ativos e 126,6 mil alunos matriculados, dos quais 90 mil estão em cursos de licenciatura.

Dia da Consciência Negra
Vinte de novembro foi oficializado como Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra em 2011, como uma forma de destacar a importância da cultura afro-brasileira e da luta antirracista. A data remete à morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, uma das maiores comunidades do Brasil durante o período colonial e um dos símbolos de resistência contra a escravização no país. O dia passou a ser feriado nacional a partir de dezembro de 2023 com a sanção pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva da Lei Nº 14.759 .

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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