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PRÊMIO CAPES DE TESE
Trabalho analisa campo magnético da Terra
A pesquisa do geofísico Plínio Francisco Jaqueto foi a campeã do Prêmio CAPES de Tese 2022 , na área de Geociências. Plínio é mestre e doutor pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP). Com o título Magnetismo em espeleotemas: registros ambientais e geomagnéticos do Brasil, o trabalho foi dividido em duas abordagens distintas, ambas voltadas ao estudo do magnetismo.
Uma das linhas de pesquisa criou um banco de dados sobre propriedades de minerais magnéticos coletados em 22 cavernas no Brasil. O material serve para compreender o sinal magnético registrado em regiões tropicais e subtropicais de relevo geológico, e como ele se relaciona com biomas e clima em diferentes locais. O pesquisador explicou que este trabalho demonstrou a dominância de minerais específicos, originários dos solos acima das cavernas, que podem facilitar o entendimento nas mudanças ocorridas na área.
O Brasil está localizado sobre uma anomalia conhecida como Anomalia Magnética do Atlântico Sul, a maior do planeta. Ela é responsável por muitas falhas em satélites que orbitam a Terra, porém, pouco se sabe sobre a sua recorrência em centenas de anos.
Na segunda parte do trabalho, o pesquisador fez registros de campo magnético em estalagmites – material formado em cavernas, geralmente, após a dissolução de calcário. A partir das informações coletadas na região central do Brasil, ele alcançou um feito inédito na sua área de pesquisa, explorando dois períodos mais antigos, os últimos 1.500 anos e entre 3.500 e 5.500 anos. Uma baixa variação no campo magnético foi notada, “o que nos permitiu concluir que o campo foi muito estável, sem a expressão da Anomalia do Atlântico Sul em superfície, permitindo entender melhor os mecanismos que geram e mantém o campo magnético de nosso planeta”, afirmou o cientista.
Plínio acredita que o Prêmio CAPES de Tese é o reconhecimento “mais importante para um pós-graduando no Brasil e me faz muito seguro de minhas escolhas”. Para ele, “transformar o reconhecimento que temos em agradecimento é necessário”. O premiado concluiu registrando seu agradecimento aos que contribuíram para sua pesquisa: “eu tive muita sorte de trabalhar com colegas, funcionários, técnicos e pesquisadores incríveis e todos sempre demonstraram o empenho em fazer o melhor, tornando a minha pesquisa algo natural no qual eu pude extrair o máximo”.
Legenda das imagens:
Imagem 1:
Plínio Jaqueto é geofísico, especialista em estudo das propriedades de minerais magnéticos (Foto: Arquivo Pessoal)
Imagem 2:
Foram estudadas propriedades de minerais magnéticos coletados em 22 cavernas no Brasil (Foto: Arquivo pessoal)
Imagem 3:
Para sua tese, Plínio recolheu dados e materiais de cavernas no Mato Grosso (Foto: Arquivo Pessoal)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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